Carnes e frutas veem avanço. EUA retiraram taxa global de 10% para 200 produtos, mas mantiveram sobretaxa de 40% ao Brasil
Após comemoração inicial, exportadores brasileiros de carne, café e frutas adotaram um tom mais cauteloso e até pessimista em relação à redução das tarifas de importação pelos Estados Unidos. Na sexta-feira passada, os EUA reduziram a taxa global de 10% para cerca de 200 produtos, mas mantiveram a sobretaxa de 40% ao Brasil. “Melhorou para os nossos concorrentes e piorou para o Brasil”, avaliou o diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Marcos Matos.
O café brasileiro estava sendo taxado em 50% nos EUA. Com o anúncio de sexta, a tarifa caiu para 40%, mas grandes concorrentes, como a Colômbia e o Vietnã, tiveram a sua tarifa zerada, explicou Matos. “Muitos já tinham acordo bilateral formado e outros estavam com 10%, como a Colômbia e a Etiópia”, disse o diretor. O presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, reafirmou a preocupação do setor. “A taxa de 40%, se ficar, continua proibitiva e não muda nada. O Brasil continua totalmente fora do jogo”. Os Estados Unidos são o principal comprador de café do Brasil e respondem por cerca de 16% de tudo o que o país exporta. Com o tarifaço, as importações americanas de café brasileiro caíram pela metade entre agosto e outubro, em relação ao mesmo período de 2024.
Carnes e frutas
Já o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Roberto Perosa, afirmou que a decisão dos EUA é uma boa sinalização para o mercado brasileiro. “Os Estados Unidos são o nosso segundo maior mercado para a exportação de carne bovina e estava fazendo falta. É um motivo de comemoração comedida, mas com uma perspectiva muito positiva para que a gente possa ter a retirada total das tarifas”, disse. A Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas) informou que a medida é um avanço relevante para o setor, mas o que preocupa é a uva, segunda fruta brasileira mais exportada para os EUA, que ficou de fora da lista das exceções. “Mais de US$ 40 milhões foram enviados no ano passado só para os Estados Unidos, de uva. Então vai afetar”, disse o diretor-executivo da Abrafrutas, Eduardo Brandão. O Brasil exporta uva para os EUA a partir de setembro, quando a colheita começa. Segundo a associação, as exportações da fruta para o país caíram 73% em valor e quase 68% em quantidade, no terceiro trimestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2024.
Já o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Roberto Perosa, afirmou que a decisão dos EUA é uma boa sinalização para o mercado brasileiro. “Os Estados Unidos são o nosso segundo maior mercado para a exportação de carne bovina e estava fazendo falta. É um motivo de comemoração comedida, mas com uma perspectiva muito positiva para que a gente possa ter a retirada total das tarifas”, disse. A Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas) informou que a medida é um avanço relevante para o setor, mas o que preocupa é a uva, segunda fruta brasileira mais exportada para os EUA, que ficou de fora da lista das exceções. “Mais de US$ 40 milhões foram enviados no ano passado só para os Estados Unidos, de uva. Então vai afetar”, disse o diretor-executivo da Abrafrutas, Eduardo Brandão. O Brasil exporta uva para os EUA a partir de setembro, quando a colheita começa. Segundo a associação, as exportações da fruta para o país caíram 73% em valor e quase 68% em quantidade, no terceiro trimestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2024.


