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Exportações brasileiras aos EUA voltam a cair e ampliam déficit comercial, aponta Amcham

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Mesmo com alívio parcial das tarifas adicionais, vendas externas recuam 28,1% em novembro e aprofundam desequilíbrio na corrente de comércio.

 

A balança comercial entre Brasil e Estados Unidos voltou a se deteriorar em novembro, conforme aponta a edição mais recente do Monitor do Comércio Brasil–EUA, da Amcham Brasil. Mesmo com a remoção parcial, em meados do mês, das sobretaxas adicionais de 40% e 50% incidentes sobre diversos produtos brasileiros, as exportações somaram apenas US$ 2,7 bilhões, uma queda de 28,1% ante o mesmo período de 2024. Trata-se do quarto mês consecutivo de retração, embora menos intensa do que o declínio recorde de outubro, de -37,8%. No acumulado do ano, o recuo é de 6,7%, o pior desempenho registrado em 2025.

As importações brasileiras oriundas dos EUA, por sua vez, seguiram tendência oposta: cresceram 24,5%, alcançando US$ 3,8 bilhões em novembro e registrando o maior volume mensal do ano. A combinação entre queda nas vendas para o mercado norte-americano e aumento das compras resultou em um déficit acumulado de cerca de US$ 8 bilhões entre janeiro e novembro — o segundo maior da última década para o período.

Para a Amcham, os dados refletem os efeitos diretos das tarifas adicionais sobre a competitividade brasileira. O presidente da entidade, Abrão Neto, destaca que o cenário político recente pode abrir espaço para avanços. “É uma janela de oportunidade que se abriu e que precisa ser aproveitada da melhor forma para que os países celebrem um acordo comercial mutuamente benéfico e que se corrijam as distorções que as tarifas de 40% e 50% estão atualmente causando”.

O setor de petróleo voltou a liderar a pressão negativa sobre as exportações: os óleos brutos registraram queda de 65,9%, reflexo da menor demanda das refinarias norte-americanas. O movimento derrubou em 53,2% as vendas de bens isentos de tarifação adicional em novembro.

Entre os produtos ainda sujeitos às sobretaxas, a retração foi de 18,3% em novembro, o melhor resultado desde que as tarifas passaram a vigorar, mas insuficiente para reverter o quadro. Os itens taxados em 40% e 50%, majoritariamente industriais, recuaram 27,8% na mesma comparação. No acumulado do ano, essa categoria apresenta queda de 4,5%, a maior entre os grupos analisados.

O Monitor do Comércio, divulgado trimestralmente pela Amcham, oferece análise detalhada da relação bilateral e pode ser acessado gratuitamente no site da instituição.

 

NÚMEROS-CHAVE DO COMÉRCIO BRASIL–EUA (NOV/2025)

(Fonte: Amcham Brasil)

Exportações brasileiras para os EUA

  • US$ 2,7 bilhões em novembro
  • –28,1% ante nov/2024
  • –6,7% no acumulado de 2025
  • 4º mês consecutivo de queda
  • Bens isentos de tarifa: –53,2%
  • Petróleo (óleos brutos): –65,9%

Importações brasileiras dos EUA

  • US$ 3,8 bilhões em novembro

Saldo comercial

  • Déficit acumulado jan–nov: US$ 8 bilhões
  • 2º maior da década para o período

Tarifas adicionais

  • Itens com sobretaxas de 40% e 50%:
    • –27,8% em novembro
    • –4,5% no acumulado do ano
  • Produtos sujeitos às tarifas: –18,3%, melhor resultado desde o início da medida

Frase de destaque

É uma janela de oportunidade que se abriu e que precisa ser aproveitada da melhor forma”, afirma Abrão Neto, presidente da Amcham Brasil.

 

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