Ibrahim Alzeben defende maior integração econômica com países islâmicos e elogia excelência da produção brasileira.
O embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, defendeu nesta segunda-feira (27/10) o fortalecimento da cooperação econômica entre o Brasil e os países de maioria muçulmana, com foco na expansão dos mercados halal — produtos e serviços elaborados conforme os preceitos da religião islâmica. O pronunciamento ocorreu durante o Global Halal Brazil Business Forum 2025, realizado em São Paulo (SP).
Segundo o diplomata, embora o comércio bilateral entre o Brasil e os 57 países da Organização para Cooperação Islâmica (OCI) tenha alcançado US$ 65,2 bilhões, ainda há amplo potencial de crescimento. “Grande parte desse sucesso vem do comércio halal”, afirmou Alzeben, lembrando que o Brasil é líder mundial na exportação de proteína animal halal, mas pode diversificar sua atuação em outros segmentos.
Para o embaixador, o conceito halal vai além de uma exigência religiosa, representando uma filosofia de vida baseada em ética, justiça e responsabilidade social. Ele ressaltou que a produção halal deve ser vista como uma oportunidade de desenvolvimento sustentável, capaz de promover inclusão e equilíbrio nas relações econômicas internacionais.
Alzeben também destacou o papel histórico do Brasil no fortalecimento das relações com o mundo islâmico. “Durante os primeiros mandatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, houve um diálogo intenso e a construção de pontes duradouras. Essa confiança resultou no crescimento expressivo do comércio e na consolidação de uma parceria baseada em respeito mútuo e prosperidade compartilhada”, afirmou.
O Global Halal Brazil Business Forum 2025 é organizado pela Câmara de Comércio Árabe-Brasileira e pela Fambras Halal, com apoio de empresas como Marfrig/BRF, Modon, Seara, Emirates e SGS. O evento reúne autoridades, empresários e especialistas de diversos países para discutir tendências e oportunidades no mercado halal — que movimenta mais de US$ 2 trilhões anuais em todo o mundo.
Diversificação – A ampliação das exportações brasileiras para os países muçulmanos depende de diversificar a pauta comercial, intensificar a interlocução diplomática com o bloco e elevar a oferta de produtos disponíveis para embarques com certificação halal, de produção conforme o islamismo. A avaliação é do secretário-geral da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, Mohamad Orra Mourad, que na manhã de hoje, em São Paulo, falou a empresários no Global Halal Brazil Business Forum 2025.
O dirigente reconheceu que, embora as exportações do Brasil para os 57 países da OCI sejam muito expressivas — tendo alcançado US$ 28,09 bilhões no ano passado só nas categorias de alimentos e bebidas, com crescimento de 20,06% sobre o ano anterior —, a pauta ainda é dominada por produtos básicos, realidade que cabe mudar ao empresariado e ao governo brasileiros.
“Cabe a nós buscar uma maior diversificação na pauta de exportações, que, embora robusta, ainda se limita, em grande parte, a produtos básicos, como carnes e commodities agrícolas”, afirmou Mourad. “Principalmente por meio do fortalecimento da interlocução diplomática entre o governo brasileiro e os países islâmicos”, prosseguiu o dirigente, acrescentando que esse tipo de esforço pode motivar a efetivação de novos acordos de livre-comércio com os países da OCI.




