Lançada pela CropLife Brasil e IICA, publicação reforça o papel do agro nacional na agricultura de baixo carbono e será debatida em painéis na AgriZone, em Belém (PA).
Apresentado no final de outubro, o documento “Caminhos do Agro: Inovação pelo Clima” é destaque agora na COP30, que ocorre em Belém (PA), ao reunir contribuições da agricultura brasileira para os debates globais sobre sustentabilidade e mitigação das mudanças climáticas. A publicação, elaborada pela CropLife Brasil em parceria com o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), traz evidências científicas de como a agricultura tropical nacional alia produtividade, inovação e conservação ambiental, consolidando o agro como parte essencial das soluções climáticas.
O material foi construído de forma colaborativa, a partir de workshops técnicos realizados ao longo de 2025, com foco em complementariedade de tecnologias agrícolas e recuperação produtiva de pastagens degradadas. As propostas destacam o papel do produtor rural como protagonista da transição sustentável, capaz de transformar conhecimento técnico em resultados concretos de mitigação de emissões e aumento da eficiência produtiva.
Na COP30, o documento orienta os painéis e encontros promovidos pela CropLife Brasil, realizados em parceria com instituições públicas e privadas, dentro da AgriZone — área temática oficial dedicada à agricultura sustentável. Os debates tratam de segurança alimentar, descarbonização, bioeconomia e inovação tecnológica, reforçando o protagonismo do país na produção de alimentos de baixo impacto ambiental.

Durante o lançamento, em Brasília, o presidente da CropLife Brasil, Eduardo Leão, ressaltou que o objetivo é levar à Conferência do Clima dados técnicos e embasamento científico que comprovam a contribuição do agro à agenda ambiental global. “Nós estamos nesta jornada desde o início do ano, junto ao IICA, visando trabalhar sobre um documento que possa realçar o papel das tecnologias para a redução do aquecimento global e para o enfrentamento da insegurança alimentar. Nós temos uma agricultura tropical, que é um exemplo e uma referência para a agricultura do mundo, e cada vez mais temos caminhado para práticas mais sustentáveis, como plantio direto, integração lavoura-pecuária-floresta e manejo eficiente”, afirmou.
O representante do IICA no Brasil, Gabriel Delgado, destacou dois pilares centrais do trabalho conjunto: a recuperação de pastagens degradadas, com potencial de ampliar a produção sem avanço sobre novas áreas, e a integração de tecnologias que tornam o campo mais produtivo e contribuem para a captura de carbono. “Tratamos de dois eixos: um sobre recuperação de pastagens degradadas e outro sobre a integração das tecnologias no campo e a inovação das soluções. Por isso, acreditamos que o agro é parte da solução climática”, disse.
A Embrapa, parceira técnica na construção do documento, reforçou a importância da COP30 como vitrine global para a agricultura baseada em ciência e inovação. “A COP30 é uma oportunidade para mostrar que nossa agricultura é baseada em ciência e que precisamos investir em tecnologias e políticas públicas que incentivem práticas mais sustentáveis”, afirmou a presidente Silvia Massruhá.
Para o secretário de Política Agrícola do MAPA, Guilherme Campos, o país é exemplo de como a produção agrícola pode impulsionar a transição energética e reduzir emissões. “O agro brasileiro tem como principal ativo o alimento, mas veio para ficar como grande provedor de energia, fibras e celulose. A transição energética promovida no país e sustentada pelo agronegócio torna o Brasil o maior showroom da transição energética do planeta”, destacou.
Com o documento “Caminhos do Agro”, a CropLife Brasil e o IICA consolidam o posicionamento do agronegócio nacional como vetor de soluções climáticas, reforçando que ciência, tecnologia e parcerias público-privadas são fundamentais para garantir uma agricultura mais resiliente, inclusiva e de baixo carbono. Na 30ª COP’, a CropLife Brasil promove painéis e encontros em parceria com instituições públicas e privadas para ampliar o diálogo sobre temas como segurança alimentar, descarbonização e sustentabilidade. Os encontros foram realizados nos dias 10 e 11 e vão ocorrer também nos dias 13, 19 e 20, na AgriZone, nos espaços Embrapa e IICA, zona temática oficial do evento e vitrine da agricultura sustentável e do combate à fome.


