Painel na BlueZone reunirá especialistas para analisar desafios regulatórios, avanços do Artigo 6 e oportunidades para o Brasil no fortalecimento de um mercado robusto e transparente de créditos de carbono.
A discussão sobre como o Brasil deve se posicionar no mercado global de carbono ganha novo fôlego hoje na COP30, em Belém (PA). Das 16h às 18h, especialistas participam do painel “Interoperabilidade entre mercados de carbono regulado e voluntário: desafios e oportunidades do Artigo 6 do Acordo de Paris”, no Pavilhão da UFPA, na Blue Zone da conferência.
Entre os debatedores estará Walter de Simoni, gerente de Políticas Climáticas e diretor técnico do HUB Economia e Clima, iniciativa do Instituto Clima e Sociedade (iCS). Ele discutirá a implementação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE) e os caminhos para aproximar o país dos mercados internacionais de carbono — considerados essenciais para acelerar a descarbonização, aumentar a transparência e fortalecer a integridade ambiental das transações.
O encontro ocorre em um momento estratégico: o Brasil deve lançar, durante a COP30, a Coalizão Aberta para Integrar Mercados de Carbono, que pretende articular governo, academia e setor privado. A iniciativa quer aprimorar a governança climática e ampliar a participação brasileira nos mecanismos do Artigo 6, voltados à cooperação entre países na redução de emissões.
Além de De Simoni, o painel terá a presença de Ana Carolina Avzaradel Szklo (VCMI), Rodrigo Lima (Agroícone), Caroline Prolo (fama re.capital e LACLIMA) e Rafael Borgheresi (Future Climate). Os participantes analisarão desafios institucionais, regulatórios e metodológicos que influenciam desde o desenho de políticas nacionais até a viabilidade comercial de créditos gerados no país.
O debate também deve abordar características próprias do contexto brasileiro — entre elas, a matriz energética limpa, o peso das emissões por desmatamento e o grande potencial de geração de créditos por reflorestamento e conservação florestal.


