Indicador da ABCS aponta 20,2 kg per capita em 2025, alta de 35% em dez anos, sustentada por produção eficiente, maior oferta interna e mudança no perfil do consumidor.
A carne suína segue ganhando espaço na mesa do brasileiro e consolida uma trajetória consistente de crescimento no consumo interno. Segundo projeção da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), o consumo per capita no país deve alcançar 20,2 quilos por habitante em 2025, o que representa um avanço de 35% nos últimos dez anos. O desempenho coloca a proteína entre as que mais expandiram participação na dieta nacional.
O aumento do consumo é sustentado por uma produção robusta e tecnicamente estruturada. Para 2025, a produção brasileira de carne suína está estimada em 5,64 milhões de toneladas de carcaças, volume suficiente para atender simultaneamente às exportações e à crescente demanda do mercado interno. Mesmo com embarques em níveis elevados, a maior disponibilidade doméstica tem favorecido o abastecimento e ampliado o acesso do consumidor.
Entre os fatores que explicam a evolução estão o preço competitivo, a diversificação de cortes, o ganho de eficiência ao longo da cadeia produtiva e ações contínuas de estímulo ao consumo. Para o presidente da ABCS, Marcelo Lopes, o resultado reflete um esforço coletivo. “O crescimento do consumo acompanha uma produção estruturada, eficiente e comprometida com o mercado interno, reforçando a carne suína como proteína presente no dia a dia do brasileiro”, afirma.
Diante de divergências frequentes entre indicadores do setor, a ABCS reforça que o cálculo do consumo per capita segue metodologia própria, transparente e baseada exclusivamente em dados oficiais. O indicador considera a produção anual de carne suína em carcaças, apurada pelo IBGE, desconta apenas a exportação de carne suína in natura e divide o volume resultante pela população brasileira, também conforme dados do IBGE.
A metodologia não considera estoques, parte do princípio de que a carne disponível no mercado interno é consumida e desconsidera importações, consideradas estatisticamente irrelevantes. Em 2024, por exemplo, as compras externas representaram menos de 15 gramas por habitante ao ano. Outro critério adotado é a exclusão de itens que não fazem parte da carcaça, como vísceras e produtos processados, que não entram no cálculo do consumo.
Mesmo com dados de 2025 ainda projetados, a perspectiva permanece positiva. Mantido o ritmo atual de crescimento, a ABCS estima que o consumo de carne suína no Brasil pode atingir 21 quilos por habitante em 2026, consolidando a proteína como uma das mais dinâmicas do mercado nacional de carnes.
COMPARATIVO | CONSUMO PER CAPITA DE CARNES NO BRASIL (kg/habitante/ano)
Fonte: ABCS / IBGE
| Proteína | 2015 | 2020 | 2025* | Variação (2015–2025) |
| Carne suína | 15,0 | 18,0 | 20,2 | +35% |
| Carne de frango | 45,0 | 45,2 | 46,0 | +2% |
| Carne bovina | 38,5 | 37,0 | 36,0 | -6% |
* 2025: estimativa/projeção
Leitura do quadro:
- A carne suína apresenta o crescimento mais expressivo da última década, impulsionada por maior oferta, preços competitivos e diversificação de cortes.
- O frango mantém consumo elevado e estável, com pequenas oscilações ao longo dos anos.
- A carne bovina mostra leve retração no consumo per capita, refletindo preços mais altos e mudanças no padrão de consumo.


