27 de julho de 2012

Ubabef pede apoio ao Mapa para conter escalada do custo de produção

Os diretores da Ubabef (União Brasileira de Avicultura), Ricardo Santin, Ariel Mendes e José Perboyre, junto com os presidentes das agroindústrias produtoras e exportadoras associadas reuniram-se hoje (24) com o secretário de Política Agrícola do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), Caio Rocha, e com o coordenador de Cereais e Culturas Anuais do ministério, Silvio Farnese.  O encontro aconteceu na sede da Ubabef, em São Paulo.

 Na oportunidade em que também estiveram presentes o presidente da Abipecs (Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína), Pedro de Camargo Neto, e o vice-presidente do Sindiraçõees (Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal), Ariovaldo Zanni, os representantes do setor avícola apresentaram ao secretário os impactos da alta de preços dos insumos e um pedido formal de intervenção do governo federal contra a escalada do custo de produção. 

Segundo levantamento, encomendado pela Ubabef ao Icone (Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais), de janeiro a julho deste ano a soja acumulou alta em reais em torno de 74% nas cotações do grão, e o milho, em plena safra, registra aumento de 37% nos preços.  Mesmo após a data final do levantamento, houve registro de elevação dos insumos.

De acordo com os dados do Icone, vários motivos levaram à situação atual do mercado de insumos.  Um deles é que a estiagem nos EUA elevou as cotações de milho e soja.  Também a seca no Sul do Brasil, especialmente no Rio Grande do Sul, reduziu drasticamente a oferta dos grãos nos polos produtores avícolas brasileiros.

Além disso, os preços de farelo de soja e milho têm acompanhado as cotações da Bolsa de Chicago , agravado com valorização maior em reais por conta de desvalorização da moeda brasileira.  Soma-se a isto o fato de que a exportação de farelo de soja este ano (janeiro a julho) está mais alta do que ano passado, embora produção de soja tenha caído.

Segundo o levantamento e previsões feitas com base nos dados do MDIC, a exportação de soja em grão poderá ser 25% mais alta entre janeiro e julho deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Em contraposição, a produção da oleaginosa registrou queda de 12% na safra 2011/12. 

“O mercado brasileiro de grãos está atrelado à Bolsa de Chicago. Neste contexto, os preços têm subido desde o início do ano, com o mercado doméstico respondendo na mesma direção. Além disso, os dados acenam que as exportações de grãos deste mês serão muito maior que o mesmo período do ano passado”, explica o diretor de Mercados da Ubabef, Ricardo Santin.

Efeitos sociais
De acordo com Santin, a elevação descontrolada dos custos de produção somada à queda na receita das exportações de frangos, amplia o cenário crítico enfrentado pelo setor avícola brasileiro – em junho houve redução na receita de 21,25% no comparativo com o mesmo período do ano passado.

“Mantidas estas condições, será inviável produzir sem repassar os custos nos preços finais ao consumidor. É algo que temos evitado de todas as formas, já que os produtos avícolas se consagraram com uma das fontes para a segurança alimentar brasileira”, explica.

As consequências deste cenário não se restringem ao aumento dos preços.  Com uma eventual queda no consumo interno em decorrência do aumento dos preços é provável que as empresas de todo o país necessitem reduzir o volume de produção já que, neste contexto, não cobrirão os custos. 

Também estão nas contas do setor os efeitos sociais que o prolongamento das altas nos insumos pode causar na cadeia produtiva da avicultura brasileira.

“A avicultura gera 3,5 milhões de empregos diretos e indiretos. Mais de 300 mil são somente no âmbito das agroindústrias, segundo dados do IBGE. Com a queda produção, as demissões serão inevitáveis”, ressalta o diretor de Produção da Ubabef, Ariel Antônio Mendes.

No cenário atual, as vendas internas de grãos tornaram-se menos competitivas, o que acabou sendo agravado pela estiagem corrente nos Estados Unidos.  Com volumes recordes de milho e soja sendo exportados pelos portos brasileiros, a preocupação da cadeia produtiva é com a escassez de insumos no período de entressafra. 

“Não faz sentido um dos maiores produtores de milho e soja do mundo correr risco de desabastecimento interno destes produtos. Antes de fomentar as exportações, é preciso garantir que a demanda interna seja plenamente atendida. É uma questão de segurança alimentar da nação”, destaca Ariel Mendes.

Os pleitos da avicultura – No pedido formal entregue ao secretário Caio Rocha, a Ubabef solicita uma série de medidas emergenciais de estímulo ao abastecimento interno de milho e soja. 

No caso do milho, foi solicitada a realização urgente de Prêmio de Escoamento de Produção para as regiões produtoras do setor avícola mais afetadas pelas altas do insumo, além de leilões dos estoques reguladores.  Os representantes da Ubabef pleitearam ainda a ampliação da venda a balcão para produtores, estendendo a medida também para as agroindústrias, assim como o incremento dos mecanismos de manutenção do plantio da próxima safra do grão. 

Já para soja, a cadeia avícola pleiteou o monitoramento dos níveis de exportação, a facilitação da importação de soja para manutenção do consumo interno e a priorização do abastecimento interno.

Também foi solicitado ao secretário Caio Rocha apoio na obtenção de crédito emergencial para custeio e capital de giro das agroindústrias, frente aos aumentos nos custos de produção.

“O secretário se mostrou bastante sensibilizado pela situação das empresas e se comprometeu a analisar os pleitos da cadeia produtiva. Temos certeza de que, em breve, contaremos com medidas efetivas do Mapa para amenizar os efeitos das elevações dos custos de produção”, concluiu Ricardo Santin.

Fonte: Insight – Assessoria de Comunicação: Marilia Ferreira

 

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