Os 15 principais produtos agropecuários brasileiros tiveram alta de preços no primeiro trimestre de 2021.
Os dados são do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) e Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
As maiores valorizações foram na soja (94,2%), no algodão (66,3%), milho (61,7%), boi gordo (52,4%) e trigo (51%).
Tiveram queda a carne suína (17,5%), de frango (1,9%), o ovo (15,6%), leite (6,6%), arroz (13,6%), a batata (10%), laranja (6%) e banana (15%).
As principais commodities sofrem o impacto do câmbio e da alta dos preços internacionais.
Para o Brasil, a desvalorização do real diante do dólar contribuiu para manter os preços das commodities ainda mais atrativos em moeda local.
Porém, o câmbio também teve efeitos adversos sobre as culturas brasileiras que dependem de insumos importados, encarecendo o custo de produção.
A pesquisa revela que os volumes exportados para a China e outros países asiáticos estão altos e que a demanda interna sofre com a redução do funcionamento dos bares e restaurantes, além dos possíveis impactos do agravamento da pandemia sobre a renda das famílias, contribuindo para a queda de preços domésticos do arroz, leite, de hortifrutícolas e carnes suínas e de frango.
Nos grãos, a soja deve atingir neste ano o recorde de exportações da série histórica, com 85,6 milhões de toneladas, metade das vendas mundiais do grão.
A demanda externa aquecida deve continuar a pressionar o preço doméstico da soja.
Só a China consome cerca de 31,6% da safra mundial.
No caso do milho, o clima seco atrasou a semeadura e tende a pressionar alta nos preços.
O cenário pode ser favorável no segundo semestre se o clima contribuir para a evolução da segunda safra.
No arroz, há expectativa de retomada do consumo no segundo trimestre do ano, após vendas aquém do esperado nos primeiros meses do ano.
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