4 de setembro de 2020

A análise equilibrada de Marcello Brito! Por Riba Ulisses

O presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), o empresário Marcello Brito, afirmou na semana passada que a imagem ambiental do Brasil no exterior nunca esteve tão ruim.
Ele falou isso em um debate na internet promovido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
O encontro tratava do tema ‘Como conciliar desenvolvimento e preservação ambiental’.
Brito falou que esse panorama sinistro foi passado a ele pelos embaixadores Sérgio Amaral e Rubens Barbosa.

O dirigente da ABAG argumentou que, no passado, a pressão ambiental sobre produtos do agronegócio dava-se mais por meio de indústrias processadoras de alimentos que eram confrontadas por ONGs em seus países de origem, e acabavam transferindo a exigência de preservação à sua cadeia de fornecedores.
Para ele, Hoje, a pressão ambiental vem mais por parte de investidores em fundos.
Marcelo resume: “É muito mais fácil um investidor, na frente da tela do computador, definir se aplica ou não seu dinheiro em determinado país”.

O representante da ABAG diz que as indústrias dificilmente vão desmontar parques industriais e sair de determinado país por causa de pressão ambiental.
E que a pressão, atualmente, não ocorre mais por meio de boicotes a produtos de origem brasileira.
Até porque o Brasil exporta commodities agrícolas, que são processadas no país comprador e transformadas em vários produtos.
Logo, boicotar produtos brasileiros é muito difícil.

Já em relação às pessoas que aplicam o seu dinheiro em fundos de investimento, a coisa muda de figura.
São investidores que optam diante de um leque variado de opções que o fundo oferece.
E um fundo de investimento não passa de uma plataforma que recebe dinheiro de um monte de gente.
E, neste caso, as condições ambientais estão cada vez mais presentes.

A ABAG nasceu em 1993 e tem como objetivo equilibrar as cadeias produtivas do agronegócio para valorizá-las e deixar clara sua importância para o desenvolvimento sustentado do Brasil.
De quebra, correr atrás da liderança global brasileira na oferta competitiva de produtos agroindustriais.
O presidente Marcelo Brito é Engenheiro de Alimentos e possui especialização no ‘Palm Oil Research of Malaysia’, de Kuala Lumpur.
Tem experiência de 30 anos como executivo do segmento de óleos vegetais e é Diretor Executivo do Grupo Agropalma.

Depois de comunicar ao mercado sua preocupação com a imagem externa ambiental do Brasil, Marcelo foi procurado por  meios de comunicação para falar mais sobre o assunto.
Acompanhei a conversa dele com o competente jornalista Carlos Sardenberg, da Rádio CBN.
Sardenberg é muito bom, mas é jornalista.
E bateu sem parar e superficialmente na tecla da Amazônia, do desmatamento, das queimadas, de Jair Bolsonaro, etc. etc.

Marcelo Brito foi curto, educado e objetivo.
Como todo executivo de negócios.
E falou:

Praticamente não existe agronegócio da Amazônia.
Se tem gente lá que desrespeita a lei, isso é um problema das autoridades.
Policiais e governamentais.
E não dos produtores e das empresas do Agro.

Assim como a polícia tem que cuidar de bandidos e picaretas jornalistas, médicos, psicólogos, mecânicos, padeiros, etc.
Não vai haver lei e organização na região da floresta se não houver a regularização fundiária naquele rincão do país.
Perfeito.

Eu tomo a liberdade de acrescentar:
A regularização fundiária na mata não é como na favela, no bairro, na esquina de casa.
Intimar um mineiro ou invasor irregular pode significar andar de barco e na mata durante quatro ou cinco dias.
Só para chegar lá.
Depois, tem que voltar.

Se voltar.
Você pode acabar com um tiro na cabeça mesmo sendo autoridade.
E ter o corpo entregue para onças, rios e a umidade.

Para piorar o cenário, anda existe a chamada Justiça do Brasil.
Isto é: contestação, liminar, julgamentos, apelações, contraditório, etc. etc.

É, meu caro ouvinte das cidades do Brasil.
A vida na floresta não é bolinho, não.
É muito fácil e linda na tela da televisão e do cinema.

 

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