13 de agosto de 2020

Produtores compram 30% dos fertilizantes 2021! Por Riba Ulisses

A consultoria StoneX acaba de mostrar os dados de uma pesquisa que mostra um fato impressionante sobre o nosso agronegócio: mais de 30% dos fertilizantes a serem utilizados nas lavouras brasileiras no primeiro semestre de 2021 já foram comercializados.
Isso mesmo.
Fertilizantes que serão usados apenas no plantio do chamado milho ‘safrinha’ do ano que vem.

O analista de mercado de fertilizantes da consultoria Stone X, Marcelo Mello, explica que os agricultores anteciparam as compras porque estão com mais dinheiro.
Graças ao dólar forte diante do real e os preços historicamente baixos dos insumos.
E aí, o povo do campo não teve dúvida.
Investiu o dinheiro na própria lavoura, que só vai ser semeada a partir de abril, maio e junho do ano que vem.

O Marcelo disse que um movimento de antecipação de compras para a ‘safrinha’ assim não é comum no mercado brasileiro neste período do ano.
E que é prova de um avanço positivo.
A pesquisa atestou que o ritmo de comercialização de insumos para o ano que vem se acelerou a partir de maio.
Até o fim de julho, 31% do volume já havia sido comprado, um índice que chegou a incríveis 41% na região Centro-Oeste.

O levantamento da StoneX foi feito em julho com misturadoras, distribuidoras, cooperativas, médios e grandes produtores de todas regiões do Brasil e considera as vendas de adubos por meio da fixação de preços e fechamento de contratos para entrega futura.
O trabalho indicou que mesmo com o dólar sendo negociado acima de cinco reais, o que torna a importação de insumos agrícolas mais cara, os baixos preços dos adubos mantiveram uma relação de troca favorável ao produtor brasileiro.

A relação de troca de determinados adubos com soja e milho chegou a ser a melhor dos últimos dez anos.
Essa relação é pondera a quantidade necessária de determinada commodity para compra de uma tonelada de adubo.

Mesmo assim, o momento positivo não tem apenas boas notícias.
O movimento de baixa já passou por causa da procura cada vez mais forte dos principais países produtores.
A StoneX crava que a alta dos fosfatos no Brasil já alcançou 10% nos últimos dois meses e os nitrogenados atingiram 30%.
Marcelo Mello fala que a tendência é de aumento nos preços dos insumos daqui para frente.
Eles vem crescendo bem nos Estados Unidos, um país que é referência para os preços internacionais.
Diante de todo este panorama, os produtores mais capitalizados resolveram antecipar as compras.

A pesquisa da StoneX ainda indica que a comercialização dos adubos a serem utilizados nas lavouras no segundo semestre deste ano está em ritmo normal, tendo alcançado 77% do volume de fertilizantes vendidos até o fim de julho.
O índice é maior nas grandes regiões produtoras de grãos de verão na safra 2020/2021, que são semeados a partir de setembro.
É o caso do Centro-Oeste, onde 81% dos adubos já foram contratados, e no Sul, que já comercializou 84%.
A região que ainda precisa adquirir algum volume de fertilizantes é o Sudeste, porque geralmente as compras para lavouras de cana-de-açúcar e café são diluídas ao longo do ano.

O setor está animado.
O consumo de fertilizantes neste ano pode ter um incremento ainda maior que o esperado por causa da previsão de crescimento na área plantada de grãos e o cenário otimista para as demais culturas.
Marcelo Mello arrisca que até o fim do ano as entregas devem crescer 2,5% na comparação com o volume consumido no ano passado, que foi de 36,2 milhões de toneladas.
A previsão inicial da StoneX era de um aumento de 1% nas entregas totais.
Tudo por causa dos problemas enfrentados pelas culturas de açúcar e algodão, que foram prejudicadas pelos reflexos econômicos da pandemia da covid-19.
Mas os dois cultivos estão em recuperação e devem aplicar um volume normal de insumos.

Uma ótima noticia para o agronegócio. Uma bela notícia para Brasil.
É impressionante o que o Agro vem fazendo em plena pandemia.
Quase inacreditável!

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