22 de julho de 2020

Bem-Estar Animal é permanente! Por Riba Ulisses

A Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária, a CNA, e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, o SENAR, organizaram um debate na internet sobre o bem-estar dos animais na suinocultura.
A conversa reuniu integrantes da Comissão Nacional de Aves e Suínos da CNA e especialistas que atuam na cadeia de produção de carne suína.
O presidente da Comissão de Aves e Suínos da CNA é Iuri Machado, um dos maiores especialistas no assunto em todo o mundo.
Ele cravou bem no início do encontro: “Discutir o bem-estar animal na suinocultura nesse momento é muito relevante, principalmente por causa da pandemia da Covid-19. A cadeia tem perspectiva promissora de ganhar mercado nos próximos anos, tanto dentro do Brasil como no mercado internacional”.

O Iuri está repleto de razão.
O Brasil vai produzir perto de 4,8 milhões de toneladas de carne suína em 2020, um crescimento de 5% sobre o ano passado.
E exportar nada menos do que um milhão de toneladas da proteína, um recorde absoluto na comercialização de nossa proteína em toda a história da granja brasileira.

Agora, é bom ficarmos bem espertos.
Pois o seguro morreu de velho.
Assim como o Brasil é o país que mais respeita o meio ambiente no planeta e, mesmo assim, é acusado de deixar a Amazônia queimar e ser destruída, o mundo adora nossa carne, mas temos que cuidar da comunicação mentirosa feita pelos nossos concorrentes.
Temos que treinar bastante o nosso verbo, como diria mina mãe.
E não é só isso.
Tem geração nova comprando carnes no supermercado e eles são bem mais inteligentes e exigentes.
Querem comer carne, ovos e leite.
Todo santo dia.
Em casa, no Mc´Donalds, Burger King, Subway, Bob´s, KFC.
Porém, sem que nenhum animal seja morto para isto.

Tarefa difícil, não?
Na verdade, impossível.
Acho bem melhor explicar a todos que carne vem de animais criados para virar alimentos.
E são mortos para virar comida de bilhões de seres humanos.
Que o Agronegócio faz carne não só com porquinhos, mas também com peixinhos, galinhas, boizinhos, cordeirinhos, jacarezinhos, cavalinhos, rãzinhas, minhoquinhas, e outros bichinhos.
E que o Agronegócio trata muito bem destes animais.
Dá alimento da melhor qualidade, cuida da saúde, do conforto, respeita direitos, como espaço, amamentação, carinho, descanso, família.
Até porque o produtor brasileiro sabe que precisa evoluir cada vez mais nessas práticas.

Para garantir mercado.
Por questões humanitárias.
Pela boa performance dos animais.

Charli Ludtke, da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos, disse que uma legislação virá para impulsionar a cadeia, auxiliar as associações, os produtores e veterinários que sentem falta de ter um balizador que traga segurança jurídica, projeção internacional e acordos de comércio do Brasil com outros países.
Carolina Maciel, especialista em Bem-Estar Animal, falou que uma política específica nessa área pode ser uma grande oportunidade para a suinocultura brasileira.
E, cá entre nós, o Brasil não deve absolutamente nada em termos de técnica de boa produção de carne a países que são grandes produtores de suínos, como União Europeia, Estados Unidos e China.
Os estudos científicos evoluíram, houve uma compreensão em relação às necessidades físicas e biológicas dos animais e de que maneira os impactos da produção afetavam essas necessidades.
Surgiram protocolos de bem-estar animal, com uma formulação mais específica, não apenas vedando, mas também prescrevendo algumas práticas, e trazendo um rol de obrigações do que fazer e não fazer.

Os criadores de animais de produção no Brasil não podem deixar de entender que é necessário mudar a mentalidade sobre bem-estar animal.
Não se preocupar com isso é um risco para a atividade.
Pensar nisso é uma oportunidade que traz segurança jurídica, acesso a mercados e atributo ético.
O bem-estar animal beneficia todos, não apenas o bicho, mas os produtores e o próprio país.
Charli Ludtke garantiu que a ABCS vem trabalhando a questão há bastante tempo.
Ela frisa: “O bem-estar é bom para o animal, para a granja e também para a saúde humana porque estaremos produzindo um alimento mais seguro, ao reduzirmos, por exemplo, o uso de medicamentos”.

Então, atenção agronegócio brasileiro.
Temos um outro desafio urgente para vencer: o nome é Bem-Estar Animal.
Quem não encarar, estará fora do mercado.
Inapelavelmente.

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