30 de maio de 2020

Os fertilizantes da safra! Por Riba Ulisses

A consultoria INTL FCStone acaba de divulgar uma pesquisa que mostra uma pequena diminuição na entrega de fertilizantes no mercado brasileiro neste ano.
O novo número é de 36,6 milhões de toneladas, 1% abaixo da previsão feita em fevereiro passado.
A consultoria analisou que deve haver um aumento leve nas aplicações de adubos nas lavouras de grãos e, por outro lado, um recuo no uso do insumo em culturas que estão muito desvalorizadas no momento, como algodão e cana-de-açúcar.

A analista Gabriela Fontanari explicou que a pandemia realmente deixou um quadro de muitas incertezas no mundo, o que influenciou nas perspectivas de crescimento econômico de importantes países compradores de nitrogênio, fósforo, potássio e outros insumos.
A queda nas cotações internacionais dos principais grãos também influenciou negativamente.
Porém, a comercialização em dólar está compensando as quedas dos preços de soja e milho para o produtor brasileiro.
O que pode influenciar positivamente na aplicação de adubos no segundo semestre, período de plantio da safra de verão 2020/2021.

Em compensação, este mesmo câmbio pode complicar a vida de quem planta o algodão e a cana-de-açúcar, dois produtos que têm altos custos dde produção, porque a queda no preço internacional do complexo NPK não consegue ser repassada completamente para dentro do Brasil.

Mas os especialistas da INTL FCStone  alertam. O futuro ainda está muito incerto.
São muitos fatores que podem influenciar o mercado nos próximos meses.
O dinheiro a disposição dos produtores, tanto público como privado.
Os ganhos dos agricultores.
A relação de troca entre fertilizantes e grãos e os próprios reflexos econômicos da pandemia da covid-19.

De qualquer maneira, o podcast radar agro já informou aqui que as revendas e as cooperativas praticamente já montaram toda a estrutura de preparação e plantio dos campos para a safra de verão.
Mas, logicamente, existe um contingente grande de agricultores que ainda não planejaram as atividades do segundo semestre.
Não é por serem incompetentes.
E sim por três motivos básicos.
Os que não têm dinheiro guardado para aplicar na fazenda.
Os que têm medo de não conseguirem crédito do governo federal ou dos bancos particulares.
E aqueles que têm dívidas com bancos e revendas e não conseguem crédito antecipado.

Estes produtores rurais brasileiros podem ter problemas nos próximos meses.
E torcem para que a fase mais aguda da pandemia passe logo.
O pior de tudo é que eles podem optar pela pior decisão.
Plantar sem utilizar as tecnologias que garantem produtividade, sustentabilidade, boas margens, produtos de qualidade.

Torço para que estes empreendedores rurais encontrem parceiros que garantam a eles, e ao agronegócio brasileiro, uma colheita de bons alimentos e que garanta uma renda mínima para o negócio deles.

 

Canal AgroRevenda

 

Papo de Prateleira

 

Newsletter

Receba nossa newsletter semanalmente. Cadastre-se gratuitamente.