23 de maio de 2020

Decreto regula frigoríficos! Por Riba Ulisses

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o MAPA, o Ministério da Saúde e o Ministério da Economia vão editar um decreto que vai definir protocolos e normas para o controle da Covid-19 nos frigoríficos brasileiros.
A decisão tem o apoio da Associação Brasileira de Proteína Animal, a ABPA.
O presidente da entidade, Francisco Turra, explica que a medida vai impor normas rígidas de prevenção para produtores integrados, agroindústria e transportadores, além de definir um grupo para analisar o fechamento de unidades em caso de ocorrência de Covid-19.
Para evitar que possíveis fechamentos sejam decididos por inúmeros órgãos públicos, sem qualquer coordenação central, como aconteceu no Rio Grande do Sul.

O objetivo principal é evitar a falta de proteína animal no mercado e os problemas ambientais ocorridos nos Estados Unidos, com abates sanitários de milhões de animais em lugares inapropriados.

Nos Estados Unidos, não houve atenção devida às atividades dos frigoríficos.
Os casos de Covid-19 foram aparecendo em cidades e na indústria abatedora.
Alguns dos maiores frigoríficos de suínos e aves do país foram fechados.
A produção de carne suína e de ave caiu quase pela metade.
Os americanos deixaram de exportar para diversos países e enfrentam escassez de carne no mercado interno porque o estoque do país era para pouco mais de uma semana.
Agora, o que mais chocou os EUA e o mundo foi o problema dos abates sanitários.
O país teve que abater dois milhões de suínos de uma só vez.
Como não tinha local apropriado para colocar os animais, eles foram deixados numa área afastada.
E outros abates ainda estão sendo realizados no país.

Francisco Turra falou também que o problema foi enfrentado na China, mas lá, como é uma ditadura, os trabalhadores foram obrigados a não ter vida social para evitar a contaminação e, assim, manter as plantas em atividade.
No Brasil, a vida social das pessoas que trabalham em frigorífico também é uma preocupação porque o setor acredita que a contaminação começa na comunidade e é levada para a empresa.
O presidente da ABPA disse que o decreto pretende ter um grupo que filtre as informações que venham de quem quer que seja antes de fechar qualquer unidade frigorífica.
E garantir segurança jurídica à atividade das empresas.

O próprio Francisco Turra reforçou: “Antes, chegava quem quer que fosse e determinava o fechamento. A nossa missão é essencial, produzir alimentos. Temos que compatibilizar com a saúde do trabalhador. Se for olhar: deu Covid tem que fechar, então terão que fechar hospitais, asilos e agências bancárias porque teve casos da doença em todos esses lugares”.

Turra alerta que a questão só foi ter a atenção devida quando a BRF de Lajeado, no Rio Grande do Sul, que foi fechada pelas autoridades, entrou com pedido de licença no órgão ambiental para enterrar quatro mil suínos e 420 mil aves num dia.
Se juntar com uma unidade da JBS, também fechada por autoridades municipais, seriam quase um milhão de aves que teriam que ser sacrificadas e enterradas por dia.
Produção de criadores jogada fora.
Alimento jogado fora.
Carne jogada fora.
Só por causa disso houve movimentação para reabrir os frigoríficos, o que ocorreu apenas 22 dias depois.

Bom, como não imperou o bom senso de autoridades do executivo e do judiciário nestes casos, que venha o decreto do governo federal para decidir de uma vez por todas uma questão que chega a ser ridícula se não fosse imbecil: para os seres humanos combaterem pandemias e garantirem saúde, vida, precisam se alimentar.

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