19 de maio de 2020

Diário da Pandemia Brasil! Por Riba Ulisses

São dois meses da primeira morte por Covid-19 no Brasil.
E aproximadamente o mesmo tempo em que governos estaduais pressionam a população a não sair de casa, ficando confinados.
Segundo os governantes, aqueles que não atuam em serviço essencial.
É difícil no mundo moderno e globalizado definir o que seja ‘essencial’ num momento de doença disseminada.

Bilhões de pessoas no planeta inteiro estão trabalhando.
E precisam.
E precisamos.
Produtores e trabalhadores rurais, quem faz o transporte de milhares de produtos importantes (alimentos, álcool, remédios, pneus, equipamentos para carros, hospitais, farmácias, informática, clínicas de médicos, dentistas, etc.), em carros, caminhonetes, trens, caminhões, aviões, motocicletas, bicicletas, ônibus urbanos, ônibus de estrada, táxis, veículos de aplicativos, metrô, trens suburbanos.
Funcionários de supermercados, varejões, clínicas, hospitais, postos de combustíveis, bancos, feiras, atendentes de telemarketing.

Vários países já ‘liberaram’ as pessoas para voltar às ruas, à vida quase normal.
Outros, estão de volta à rotina em fases, em grupos, em estados diferentes, distintas regiões, estágios diferentes.

O Brasil tem de tudo.
Classes privilegiadas dentro de casa.
Outros, também do cume da pirâmide social, trabalhando por causa do tipo de atividade que exercem.
E gente que não saiu da rua nunca.
Trabalhando, bebendo, jogando futebol, fazendo exercício, tomando sol, conversando, falando do vírus, do presidente, dos governadores, do vizinho, do desemprego.
E mais: pessoas de máscara, pessoas sem máscara, pessoas com máscara no pescoço, nas mãos, nos bolsos.
E mais de mil mortos em 24 horas nesta terça-feira.

O Congresso Nacional aprovou e os brasileiros tiveram que transferir uma montanha de dinheiro para os estados.
Junto com uma dinheirama repassada aos pobres.

Uma conta perto de R$ 700 bilhões.
Como dizia a primeira-ministra britânica, não existe dinheiro público.
Existe dinheiro do contribuinte, do cidadão.

A dívida pública foi para o espaço.
Adivinhe quem vai pagar a conta?

E os mesmos deputados federais e senadores ainda não deram o ok para as medidas que preveem diminuição de salário dos trabalhadores das empresas.
E os ministros do Supremo Tribunal Federal, que recebem R$ 40 mil por mês, têm carro, segurança e comem lagosta quando recebem visitantes estrangeiros, ameaçam decretar a Covide-19 uma doença de trabalho.

E os funcionários públicos?
Salários intactos.
E ainda pressionam os governadores para terem reajuste o mais rápido possível.
E os governadores estão doidos para aprovar, de olho nas urnas deste ano e em 2022.

O presidente promete liberar o uso da cloroquina.
O pedido de falências disparou no país.
O Congresso vota o adiamento das eleições e do Enem.

Não dá nem tempo para imaginar como vai ser o pós-covide.

Canal AgroRevenda

 

Papo de Prateleira

 

Newsletter

Receba nossa newsletter semanalmente. Cadastre-se gratuitamente.