19 de abril de 2020

Desafios dos alimentos frescos! Por Riba Ulisses

E a Indústria de flores, frutas, legumes e verduras do Brasil?
Como anda depois de praticamente um mês de confinamento social?
O porta voz do setor é a PMA Brasil.
PMA é Produce Marketing Association, uma associação internacional de produtos agrícolas frescos e flores, fundada em 1949, nos Estados Unidos, e que tem o objetivo de conectar os interesses das cadeias produtivas de frutas, flores, legumes e verduras.
A entidade conta com 2.900 empresas associadas, 54.000 compradores e fornecedores, e tem posição em 55 países de cinco continentes.

No Brasil, a PMA conta com 93 associados, entre produtores, distribuidores e varejistas.
Eles se reuniram no fim da semana passada e garantiram que estão preparados para o desafio de permanecer abastecendo os consumidores do país e com muita informação.
Também avaliaram o primeiro mês de confinamento da sociedade por causa da pandemia do coronavírus e debateram os aprendizados adquiridos até agora e os desafios que ainda existem pela frente.

Foi o primeiro PMA Talks Brasil e reuniu gente de todos os estados.Um
Um seminário que contou com os debatedores Denise Abarckelli, Diretora Comercial da Zucca Cogumelos, produtora do segmento orgânico.
Enrico Milani, CEO da indústria Vapza Alimentos.
Junior Lucato, Diretor Comercial da Citrícola Lucato, representando os produtores.
E Francisco Homsi, executivo da Rede Oba, que falou sobre o dia a dia dos varejistas.
A conversa foi moderada pelo Professor e jornalista José Luiz Tejon, um dos maiores especialistas do agronegócio brasileiro.

Eles afirmaram que o mercado viveu uma procura muito forte de produtos pelos consumidores no inicio do confinamento.
Eles foram obrigados a adaptar-se rapidamente, principalmente para treinar todos os colaboradores, fornecedores e consumidores sobre os processos de higienização em lojas, produtos, equipamentos e convivência dentro dos estabelecimentos.
Mas, depois de um tempo, o movimento se estabilizou.

Junior Lucato, que produz cítricos, disse que teve que se adaptar para aumentar a produção e atender o varejo, mas de olho nos cuidados com os colaboradores, na garantia de produtos seguros para as pessoas.
E resumiu: “Pensamos desde o início nas pessoas, afinal, vendemos saúde. Hoje o mercado se estabilizou porque há abastecimento”.
A mesma corrida ocorreu com cogumelos frescos, os nichos gourmet e orgânico, e na venda de grãos, legumes, vegetais e proteínas convencionais e orgânicos cozidos e embalados a vácuo.
Alguns produtos orgânicos venderam o dobro do que antes da pandemia.
No varejo e também nas vendas online.

Mas a realidade não foi a mesma no chamado food service, isto é, nos restaurantes, nas lanchonetes e nos carrinhos de lanche e salgadinhos que procuramos para almoçar, jantar ou simplesmente matar a fome da hora.
Enrico Milani não esconde a verdade e diz que o setor despencou.
E vai levar um bom tempo para se reorganizar.
As empresas estão tentando encontrar saídas, como investir mais nas vendas pela internet, pelo telefone e lançando produtos.
Os empresários do varejo, o ponto de vendas direto ao consumidor, estão pulando como o sapo na frigideira.
Todo dia é um aprendizado.
A única certeza é que tudo mudou.
Precisam dar informação, exigir segurança dos fornecedores e colaboradores.
Instalaram acrílico nos caixas de atendimento de um dia para outro, distribuíram máscaras para os funcionários.
E agora estudam novas formas de vender flores e plantas, vão fazer promoções para o dia das Mães.

A empresária Denise Abarckelli e o professor Tejon disseram que o setor precisa se firmar como o agro da saúde, o negócio da saúde.
E vender a ideia de que flores, frutas, legumes e verduras representam a farmácia natural do futuro.
A ideia a ser vendida é “Somos o que comemos e queremos comer sempre melhor e mais natural”.
Durante a pandemia de coronavírus e depois também.

Denise e Tejon acreditam piamente que os hábitos vão mudar e que houve uma profunda conscientização dos consumidores neste sentido no último mês.
Para eles, “Estamos no momento da reconsciência do Ser Humano, que crê na sustentabilidade e na saúde pelo agro. E temos que nos preparar para atender a base da pirâmide, que também precisa se nutrir bem. É uma mudança de conceito”.
Todos esperam que sim.

 

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