14 de abril de 2020

O problema é emprego! Por Riba Ulisses

O Coronavírus não vai prejudicar o Produto Interno Bruto (PIB) do Agonegócio, mas os impactos  sobre os empregos são preocupantes.

O diagnóstico curto e seco é da galera competente e parceira da Plataforma AgroRevenda, os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), da Escola Superior de Agronomia Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (Esalq | USP).

Os especialistas justificam que os setores de grande peso na formação do PIB não são aqueles que detêm a maior relevância na geração de empregos.
E porque os estabelecimentos de menor porte, sejam agropecuários, agroindustriais ou de agrosserviços, são mais representativos na geração de postos de trabalho do que de PIB.
Eles esperam bons números sobretudo da agropecuária, por três motivos.

O dólar elevado, que impede a completa transmissão da provável queda dos preços internacionais diante do desaquecimento da demanda global.
As boas perspectivas em termos de preço e produção para grandes culturas, como grãos, café e para os complexos das carnes.
E na baixa elasticidade-renda de produtos alimentares essenciais.

Porém, eles alertam que o panorama pode ser mais problemático para as agroindústrias que dependem do mercado interno brasileiro, como a de móveis e das atividades têxtil, vestuário e calçados.
Essas últimas já vivem retrações anuais sucessivas de produção desde o início da crise no País, oficialmente em 2014.
E o cenário deverá se repetir e se agravar neste ano

Outras pressões negativas sobre o PIB do agronegócio podem vir das indústrias de laticínios e biocombustíveis.
No primeiro caso, pelo maior valor agregado para um produto alimentar e, no segundo, pelo cenário extremamente crítico tanto por causa da fraca demanda interna durante o período de isolamento quanto devido à queda nos preços do petróleo.

O temor envolvendo empregos vem das ocupações de estabelecimentos de menor porte e setores que provavelmente serão mais afetados pela crise.
Enquanto alguns em situações financeiras mais delicadas já sofrem no período de confinamento social, outros sairão desse período para lidar com uma demanda interna pouco aquecida e com a necessidade de pagar pelos créditos tomados para manter o negócio durante a pandemia.
É o caso das atividades de horticultura, floricultura, produção de leite e indústria de laticínios, as indústrias de móveis e as relacionadas a vestuário (têxtil, vestuário e couro e calçados).

É apostar tudo no fim rápido das restrições à mobilidade e na efetividade das ações do governo.
Um agravamento além do esperado da crise do coronavírus no Brasil e no mundo, pode comprometer até mesmo o Agronegócio.
O Cepea promete acompanhar os impactos da pandemia no Agro nas várias dimensões e informar o mercado.

Bom trabalho, galera!

 

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