No embalo da supersafra: colheita recorde impulsiona negócios na Expointer

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Cenário positivo do agronegócio deve incrementar as vendas de máquinas agrícolas e principalmente gado na feira gaúcha

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Angus rústicos e ovinos são presença certa em Esteio (RS) (Foto: Divulgação)

Na versão 2016 da tradicional Expointer, realizada em Esteio, no Rio Grande do Sul, os negócios com o cavalo crioulo foram responsáveis por 74,6% do faturamento total dos leilões. Os negócios com a raça equina somaram R$ 8,79 milhões, sendo que, na soma, os pregões movimentaram R$ 11,77 milhões.

“Foi muito positivo. Tanto o volume de vendas como a liquidez deram o tom”, afirma Marcelo Silva, leiloeiro e proprietário da Trajano Silva, empresa gaúcha que comanda o maior número de remates.

Ele espera repetir ou mesmo superar o resultado do ano passado durante a Expointer 2017, que começa no sábado (26/8) e segue até 3 de setembro, no Parque Assis Brasil.

Vários motivos levam Marcelo a prever um movimento igual ou maior que no ano passado. Em primeiro lugar, a tradição da raça e a qualidade dos animais selecionados para oferta. Auxilia também, segundo o leiloeiro, a disseminação do cavalo crioulo, que é gaúcho, para uso em outros Estados na lida com o gado, como em Mato Grosso. Outro fator, na opinião do leiloeiro, diz respeito à melhora ainda tímida da economia brasileira, que pode ficar mais robusta no final deste mês e início de setembro. “Acho que o pior já passou”, diz.

Por fim, as próprias vendas da Trajano Silva, que vão bem neste ano, devem alavancar os pregões da Expointer. “Faturamos R$ 1,8 milhão a mais no primeiro semestre deste ano em relação a igual período em 2016”, observa Marcelo Silva.

Do palco para a poeira. Prometem bastante este ano também as provas do Freio de Ouro, competição máxima do cavalo crioulo, cuja final está marcada para o dia 27 deste mês, durante a Expointer. Nos três dias anteriores, estão marcadas as disputas que classificam para a grande final.

Máquinas

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Alexandre Blaisi, diretor comercial da New Holland (Foto: Divulgação)

As vendas de máquinas agrícolas cresceram 21,8% no primeiro semestre deste ano, informa a Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Foram comercializadas 21.300 unidades, em comparação às 17.500 unidades vendidas em igual período do ano passado.

Esse ritmo ascendente deve continuar na safra 2017/2018, acredita Alexandre Blaisi, diretor comercial da New Holland Brasil. “Esse cenário positivo do agronegócio nos leva a projetar um movimento de vendas na Expointer maior ou igual ao do ano passado, que foi superior ao da feira em 2015”, diz.

Alexandre vai um pouco além: “O Brasil deve repetir, ou até superar, em 2017/2018 o recorde obtido na safra passada. O cenário é favorável para uma colheita expressiva, seja no que diz respeito ao clima ou ao preço”.

Apesar do agronegócio caminhar muito bem e estar sustentando a economia brasileira, Alexandre espera ainda a reação por parte de outros setores produtivos. “O pior da crise já passou. Outros segmentos estão reagindo e o panorama econômico descola do político.” Ajuda também a disponibilidade de financiamentos a juros atrativos.

Foi no início da década de 1970 que as primeiras colheitadeiras New Holland chegaram ao Brasil. E foi justamente no Rio Grande do Sul. “A Expointer é uma feira muito importante para a marca. É o palco também para os lançamentos. Neste ano, apresentamos um novo pulverizador, o Defensor, de 2.500 litros e mais potente em relação aos concorrentes”, informa.

Angus

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A angus, uma das raças de carne mais saborosas de todo o mundo, cujo rebanho é mais numeroso no Sul, vai ter mais de 280 animais nas pistas e palcos da Expointer. Segundo Katiulci Santos, gerente da associação brasileira da raça, haverá maciça participação de gado rústico. “É que o mercado mudou e os animais de produção entraram definitivamente no cenário.”

O mesmo tem acontecido em outras feiras agropecuárias, nas quais os animais exclusivamente de pista perdem terreno. Katiulci afirma que um leilão de exemplares rústicos e também cruzados tem data marcada: 28 de agosto.

Visão Panorâmica

Zootecnista e responsável pelo setor de feiras e eventos da Secretaria da Agricultura gaúcha, Paulo Charão concorda que a supersafra de grãos deve estimular os negócios com máquinas agrícolas em Esteio e também a comercialização de animais e outros negócios. Estes últimos, no entanto, de forma gradativa.

“As empresas de colheitadeiras e tratores estão sim esperando uma comercialização forte na Expointer. Do lado do gado, caso seja melhor do que no ano passado, é motivo de comemoração”, diz. Segundo ele, o Brasil está saindo da crise e o agronegócio, que já vai muito bem, deve crescer mais. Uma coisa é certa, adianta Paulo: “Estamos sendo contatados pela associação do lusitano, sediada em São Paulo, para participação pioneira da raça em Esteio”.

Ele informa também que, neste ano, o gado zebu deve marcar presença mais expressiva em relação ao ano passado. “Ficou caro e complicado trazer animais dessas raças no ano passado. Tempos de crise aguda. Agora em 2017, a procura para a participação tem se mostrado 50% maior.”

Pelo menos 20 raças de bovinos, equinos, ovinos e caprinos estarão no Parque Assis Brasil para os julgamentos. Destaque para o gado de sangue europeu, como angus, devon, blonde, hereford, charolês, entre outras raças criadas nos pastos sulinos.

Leiloes (Foto: )

Já em relação aos ovinos, as argolas do Parque Assis Brasil estão prontas também para acolher os animais das raças ile de france, texel, corriedale e suffolk. No ano passado, foram 748 ovinos inscritos.

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