Gabriel Garcia Cid faz balanço das etividades da ABCZ na ExpoLondrina

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ABCZ na ExpoLondrina

Esta sexta-feira (11/04) foi dia dos neloristas se encontrarem no Recinto Milton Alcover para conversar sobre tecnologias no melhoramento de produção de carnes zebuínas durante a 63ª ExpoLondrina, realizada até domingo no Parque de Exposições Ney Braga, em Londrina (PR). O presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), Gabriel Garcia Cid, apresentou um balanço das ações da entidade no último ano e o gerente de fomento da associação, Ricardo Abreu, abordou o poder da informação na tomada de decisões que promovem melhores resultados na propriedade. O encontro se estendeu por todo o dia e terminou com a degustação de carnes premium.

A Associação Brasileira dos Criadores de Zebu iniciou suas atividades em 1919 e hoje já soma mais de 25 mil associados, impactando mais de 6 milhões de propriedades rurais. A ABCZ ajuda a impulsionar a produção de mais de 34 bilhões de litros de leite e 10 milhões de toneladas de carne. A busca constante por um padrão de excelência tornou a associação o maior banco de dados sobre o zebu do mundo, com mais de 15 milhões de animais cadastrados.

Se no passado o Brasil precisou ir à Índia busca a melhor genética para formar seu rebanho, hoje o país percorre o trajeto inverso, destacando-se na exportação de carne, genética, produtos e serviços, com o apoio da ABCZ. “A gente tem andado no Brasil todo. Ano passado, andei em 13 estados, em 2023 andei em 16 estados. Em todos os lugares que a gente vai, a gente leva as informações da ABCZ, os produtos, os serviços, a gente presta conta do que a gente está fazendo, a gente ouve os criadores”, diz o presidente da ABCZ, Gabriel Garcia Cid.

De acordo com ele, a associação conta hoje com uma rede de 25 escritórios regionais e pontos de apoio espalhados pelo Brasil, onde atuam mais de 100 técnicos responsáveis pela seleção dos melhores zebuínos do país. A ABCZ registra mais de 685 mil zebuínos por ano e o Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos, o PMGZ, orienta e acompanha criadores em todo o país, levando o progresso genético para além das fronteiras, superando a marca de 400 mil matrizes ativas registradas.

“Tem que avaliar o registro, a genealogia do animal, o desempenho individual; isso é muito importante. E as avaliações genéticas são as médias por parentesco do animal. Você pode produzir um rebanho sem avaliar e vai continuar produzindo, cabeceira, meio e fundo. Avaliação genética não te livra da seleção. O melhor retorno é aquele que tem menor percentual de animal fundo. E o melhor criador é aquele que sabe identificar melhor as suas melhores matrizes para multiplicar. A gente tem levado esse trabalho, a importância do PMGZ, mas sempre mostrando que ela é uma ferramenta complementar”, explica o presidente.

Ele comenta que os associados da ABCZ têm acesso, ainda, ao Programa Nacional de Avaliação de Touros Jovens (PNAT) e ao Progenética. “Somos sustentáveis, com uma fazenda experimental que investe na recuperação de pastagens, e somos tecnológicos, com o ABCZ Mobile, que entrega relatórios de produtividade na mão do criador”, elenca o presidente, destacando que a associação também é vitrine de eventos, com a promoção da Expozebu, da Expoleite e da Expogenética, além de apoiar eventos de diversas associações de raças zebuínas.

Além da prestação de contas semanal, trimestral e anual, outra ação de comunicação criada este ano é o ABCZ Notícias, que são dois minutos diários de informações produzidas pela associação para os três principais canais do agro: Canal Rural, Canal do Boi e Canal Terra Viva. “E a gente tem trabalhado também com os diversos setores que atuam com o nosso associado, como as centrais de inseminação, empresas leiloeiras, assessorias técnicas, assessorias comerciais, canais de transmissão.”

No último ano, a ABCZ visitou 17 produtores associados em 13 estados, participou de 27 leilões e 12 exposições, além dos 68 leilões somados na Expozebu, Expogenética e Expoleite. “Isso que mostra a importância de a diretoria conversar com o criador, ouvir e levar para Uberaba o que a gente tem de prioridade”, avalia o presidente.

Ele informa que a associação está reformulando processos de parcerias internacionais, levando o serviço de registro e treinamentos para países da América Latina, como Guatemala e Peru. “A ABCZ hoje tem uma cadeira dentro do IPA, o Instituto Pensar Agro, que é o braço técnico de apoio à FPA, a Frente Parlamentar da Agropecuária, com mais de 59 entidades do agro. A ABCZ participa de 19 comissões de trabalho na FPA.”

Gabriel Garcia Cid destaca, ainda, algumas ações inéditas da ABCZ, como a criação, em 2023, da Frente das Associações de Bovinos do Brasil. “Hoje, todas as 21 associações que registram bovinos junto ao Ministério da Agricultura estão conosco numa frente na qual temos alinhado pautas técnicas junto ao Mapa, como a liberação do livre acesso e comercialização de sêmen de touros em centrais.”

“A gente entende que a avaliação genética é uma ferramenta, o ultrassom de carcaça, entre outras tecnologias, mas a gente tende ao livre comércio. E não olhando para a raça Nelore, olhando para as outras raças, uma dificuldade de poder ter abertura de linhagens se essa regra fosse mantida. O animal que for bem avaliado vai receber o selo e vai ser reconhecido”, opina.

O presidente comemora o crescimento no número de associados: só em 2024 foram 618. “Melhoramos a central de atendimentos, além do apoio às principais feiras dos estados, em especial do Nordeste. Ganhamos, no ano passado, 26 exposições em 23 cidades, 12 estados diferentes. Esse é um trabalho de reconhecimento do associado dentro da sua região, potencializado com a criação de cinco novos pontos de apoio além das nossas 25 regionais.”

Gabriel Garcia Cid vislumbra ainda a possibilidade de um convênio da ABCZ com a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e Emater para o desenvolvimento de um shopping virtual que será uma ferramenta de acesso facilitado para o pequeno associado comercializar seus produtos sem a necessidade de contratar transmissões de leilões.

Uso de dados melhora resultados – De acordo com o gerente de fomento da ABCZ, Ricardo Abreu, hoje, o acesso à informação é facilitado e está disponível gratuitamente no site da ABCZ, que tem uma média de 30 mil acessos diários.

“Só no ABCZ Mobile são 60 mil cliques por dia. É importante trazer ao produtor o poder da informação. Todos os produtos e serviços da ABCZ são de usuários do mercado, dos técnicos, dos associados e a demanda pela genética zebuína, que é nosso mercado consumidor, pelos touros de monta natural, pelas fêmeas, pelo sêmen, pela carne, esse público olha a gente com muita frequência”, assinala.

Hoje, o rebanho brasileiro conta com mais de 65 milhões de matrizes, sendo que 34 milhões são emprenhadas por bois de boiada, o que representa 53% do total das reprodutoras e uma oportunidade de negócio para o pecuarista, alerta Abreu. Segundo ele, o cenário nacional se repete no Paraná, que conta com 2,8 milhões de matrizes, sendo metade de corte e metade de leite.

O Brasil soma 11,5 mil fazendas, sendo 305 no Paraná, e são mais de 15,6 milhões de animais registrados na ABCZ em 36 anos de registro genealógico. “De janeiro a março de 2025, 5.091 animais puros de origem foram registrados no Estado, um aumento de 78% em comparação ao mesmo período de 2024. No Paraná, 17,7 mil animais foram registrados no ano passado, sendo 7 mil machos e 10 mil fêmeas”, informa Abreu, citando que o Sul do Brasil representa 3% do total de registros do país.

“Nós temos 285 criadores aqui no estado de Paraná, com 312 fazendas ativas da ABCZ. No total de animais registrados, nós tivemos aqui crescimentos importantes. Então, a gente acredita que 2025 é um ano muito propício em termos econômicos”, opina o gerente. (Com reportagem de Mariana Guerin e fotografia de Lunartty Souta)

 

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