Uma pesquisa desenvolvida por cientistas de diversos países descobriu que as espécies de Helicoverpa armigera presentes no Brasil tem diversas origens. O resultado sugere que houve múltiplas entradas do inseto no território brasileiro, não sendo possível determinar a procedência da praga exótica.
O estudo, publicado na revista Nature em Fevereiro deste ano, coletou espécies de Helicoverpa armigera nos estados brasileiros do Goiás, Minas Gerais, Paraná, Bahia, Maranhão e Mato Grosso. Foram detectados 20 sequências diferentes de DNA, que posteriormente acabaram sendo comparados com lagartas Ásia (China, Índia e Paquistão), Austrália (e nova Zelândia), África (sete países) e Europa (França e Espanha).
Entre as amostras, nada menos que oito sequências de DNA da H. armigera ‘brasileira’ não constavam no banco de dados mundial. Por fim, as análises genéticas apontaram para origens asiáticas, africanas e europeias em cinco sequências.
“O aumento das atividades comerciais agrícolas/hortícolas entre o Velho e o Novo Mundo representa um importante fator de risco para a biossegurança. A identificação de origens de pragas permitirá o perfil de resistência que reflete os países de origem a serem incluídos no desenvolvimento de uma estratégia de gestão do problema, enquanto a identificação de vias de incursão melhorará os protocolos de biossegurança e a análise de risco”, justificam os autores.