Durante a Exporande novas qualidades de cultivares são apresentadas pela Embrapa Gado de Corte na vitrine tecnológica localizada após a entrada principal do Parque de Exposições Laucídio Coelho.
As cultivares de braquiária são: BRS Ipyporã, um híbrido de Brachiaria brizantha e Brachiaria ruziziensis lançada este ano durante a Dinapec 2017, e BRS Piatã, uma alternativa para uso em sistemas integrados. Já entre as cultivares de panicum, os capins BRS Zuri, BRS Tamani, Mombaça e BRS Quênia, também lançada neste ano, estarão na vitrine. A vitrine conta com técnicos e pesquisadores à disposição para mostrar e explicar aos produtores rurais as cultivares, suas características e recomendações.
Sobre as cultivares
A BRS Piatã, lançada em 2006 é uma Brachiaria brizantha multiplicada a partir de uma planta que faz parte da coleção de forrageiras da Embrapa e que, originalmente, foi coletada pelo Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT), entre 1984 e 1985, na África.
O nome Piatã é de origem tupi-guarani e significa fortaleza e a cultivar recebeu esse nome devido às características de robustez e produtividade. É adaptada a solos de média e boa fertilidade das zonas tropicais brasileiras.
As qualidades forrageiras da BRS Piatã foram comprovadas por avaliações realizadas em diversas regiões pecuárias do Brasil Central, sendo uma boa alternativa para sistemas de Integração Lavoura-Pecuária (ILP) por apresentar fácil dessecação e crescimento inicial mais lento que os capins xaraés e marandu, além das características favoráveis de manejo, arquitetura de planta e acúmulo de forragem no período seco. Consorcia-se muito bem com estilosantes Campo Grande e também com milho e sorgo.
A BRS Ipyporã, lançada em 2017, é resultado de um cruzamento entre B. ruziziensis e B. brizantha realizado em 1992, na Embrapa Gado de Corte e liberado pela Embrapa em 2017 em parceria com a Unipasto (Associação para o Fomento à Pesquisa de Melhoramento de Forrageiras), após 13 anos intermitentes de avaliações.
A BRS Ipyporã entra no mercado para suprir a demanda por uma cultivar de Brachiaria de boa produtividade e manejo relativamente fácil, porém com elevado grau de resistência à cigarrinha da cana do gênero Mahanarva, além de apresentar resistência às cigarrinhas típicas de pastagem dos gêneros Deois e Notozulia, principais insetos-praga de pastagens de braquiária no Brasil. A BRS Ipyporã é bastante semelhante à cv. Marandu quanto ao manejo, formando um relvado mais prostrado e denso, com alta porcentagem de folhas, portanto resultando em excelente cobertura do solo e competição com invasoras.
A carência de cultivares adaptadas a solos de média fertilidade, com bom valor nutritivo e com resistência à cigarrinha Mahanarva faz dessa cultivar uma importante alternativa para diversificar áreas hoje plantadas unicamente com as cvs. Marandu, Xaraés e BRS Piatã. O excelente ganho de peso vivo por animal e por área apresentado pela BRS Ipyporã no ensaio de VCU sob pastejo, associado ao alto valor nutritivo da forragem, faz dela uma forrageira recomendada para a diversificar os sistemas de produção de bovinos de corte, resultando em maior desempenho por animal, e consequentemente, reduzindo a idade de abate. Como consequência, tem-se carne de melhor qualidade e menor emissão de gases de efeito estufa, isto é, um sistema de produção mais sustentável. Pode ainda ser recomendada para as categorias de exigência nutricional mais elevada, tais como bezerros desmamados, vacas em terço final de gestação e em lactação.
O Mombaça, lançado em 1993, é uma alternativa para áreas de solo com maior fertilidade, sendo indicada na diversificação das pastagens em sistemas intensivos de produção animal. Tem sido adotado especialmente em áreas de produção de leite e, mais recentemente, em ILP. Tem persistência média de seis anos, com produção animal de 15@/ha/ano. Comparado ao capim-colonião, o mombaça produz 130% a mais de matéria seca foliar. Proporciona aos bovinos de corte ganhos médios de 700kg de peso vivo/ha/ano, revelando-se medianamente resistente à cigarrinha-das-pastagens.
O Mombaça vem ganhando espaço também em ILP e na pecuária de leite, em substituição ao capim-elefante.
A BRS Zuri, lançada em 2014, é uma gramínea cespitosa, que deve ser manejada preferencialmente sob pastejo rotacionado. Apresenta tolerância moderada ao encharcamento do solo, semelhante ao Tanzânia-1, porém se desenvolve melhor em solos bem drenados, sendo uma opção para diversificação de pastagens na Amazônia e Cerrado.
Suas principais características são a elevada produção, o alto valor nutritivo, a resistência às cigarrinha-das-pastagens e o alto grau de resistência à mancha das folhas, causada pelo fungo Bipolaris maydis.
A BRS Tamani, lançada em 2016, foi o primeiro híbrido de Panicum maximum da Embrapa, resultado de um cruzamento realizado na Embrapa Gado de Corte em 1992.
Apresenta como características porte baixo, com alta produção de folhas de alto valor nutritivo (elevados teores de proteína bruta e digestibilidade), produtividade e vigor, sendo de fácil manejo e resistente às cigarrinhas das pastagens.
Sua alta qualidade e adaptação fazem com que seja indicada para engorda de gado bovino, principalmente no Cerrado, sendo uma opção para diversificação de pastagens em solos bem drenados.
A BRS Quênia, lançada em 2017, é o segundo híbrido de Panicum maximum desenvolvido pela Embrapa Gado de Corte e parceiros, e vem para o mercado para suprir uma demanda por uma cultivar produtiva e de excelente qualidade, de porte intermediário, com folhas macias e colmos tenros, alto perfilhamento e de fácil manejo. Nos ensaios regionais a BRS Quênia apresentou bom desempenho agronômico e produtividade, com alta adaptação em todos os locais avaliados.
Na avaliação sob pastejo no Acre e em Mato Grosso do Sul, a cultivar apresentou maior ganho em peso individual e por área que as cultivares Tanzânia e Mombaça. Esta cultivar apresenta arquitetura de planta que resulta em altos níveis de ganho de peso por animal e proporciona facilidade de manejo, por manter baixo alongamento dos colmos, característica que a diferencia entre todas as cultivares comerciais de porte médio a alto.
79ª Expogrande
A 79ª Expogrande acontece até o dia 09 de abril no Parque de Exposições Laucídio Coelho, em Campo Grande (Mato Grosso do Sul), e conta extensa agenda de leilões, competições e palestras técnicas, além de shows e oportunidades facilitadas de negócios.