ACORDO BRASIL-EUROPA SOBRE SOJA SUSTENTÁVEL REALIZA SUA 1ª REUNIÃO

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A ABIOVE, Aprosoja, FEDIOL, FEFAC e a IDH assinaram um memorando de entendimento, em janeiro deste ano, para apoiar e ampliar a produção de soja sustentável no Brasil e sua promoção no mercado europeu. Com o objetivo de dar continuidade a esse acordo inédito, nos dias 6 e 7 de abril (quinta e sexta-feira da semana passada), as entidades se reuniram para abordar a evolução das ações e de projetos realizados em cada instituição, bem como os próximos passos para um plano estratégico de trabalho que será elaborado em conjunto e representará toda a cadeia produtiva da soja no Brasil e na Europa. Com cerca de 20 pessoas, o encontro foi realizado em São Paulo.

As entidades atualizaram informações sobre suas iniciativas desde a assinatura do memorando. A Aprosoja falou sobre avanços no Programa Soja Plus de gestão econômica, social e ambiental da propriedade rural; citou o Geocloud, sistema que acompanha em tempo real as visitas técnicas realizadas nas fazendas atendidas e agiliza o envio de relatórios ao agricultor. Outro assunto de destaque foi o projeto Referência, que orienta na gestão econômica da propriedade e integra o Soja Plus.

A Aprosoja destacou que está sendo construído um projeto piloto de incentivo à recuperação de áreas degradadas pelos agricultores em Mato Grosso. O projeto terá apoio financeiro da Iniciativa de Comércio Sustentável (IDH), além de capacitações técnicas.

A Abiove enfatizou sua ambição de implantar o programa Soja Plus no Piauí, Maranhão e em Goiás e de ampliá-lo em Minas Gerais e na Bahia. Lembrou, também, que mais de 50% do desmatamento na Amazônia não tem “nada a ver com o setor produtivo. São terras que estão sob responsabilidade do governo”.

A IDH ressaltou que quer criar sistemas para conectar a produção sustentável com a demanda no mercado. Um exemplo seriam modelos que capturam o valor gerado pelo programa Soja Plus. Essa é uma agenda que a organização quer trabalhar este ano. Foram apresentadas, também, informações sobre o fundo de investimento lançado no World Economic Forum, de U$ 400 milhões, para deter o desmatamento ilegal tropical e impulsionar a agricultura.  O objetivo é juntar e integrar os diferentes atores para conseguir investimentos e instrumentos para atingir as metas consolidadas de boas práticas agrícolas.

A Federação Europeia de Fabricantes de Ração (Fefac) destacou que pretende aumentar a produção responsável de matérias-primas utilizadas na alimentação animal. Eles também salientaram os progressos realizados na preparação do benchmarking do programa Soja Plus de acordo com os critérios de compra de soja da FEFAC, que seriam essenciais para o seu reconhecimento como um programa de soja responsável para a indústria de ração animal da União Europeia. Já a Associação Industrial de Óleo Vegetal e Farelo Proteico (Fediol) afirmou a importância de informar as instituições europeias sobre os avanços da governança ambiental pública e privada no Brasil, especialmente no contexto do novo Código Florestal.

Outro tema abordado na reunião, pela ONG Earth Innovation Institute, foram iniciativas de pagamento por serviços ambientais, como a redução de emissões de CO², através do REDD, e seus aspectos legais. O consultor e advogado Ludovino Lopes traçou um cenário sobre as leis ambientais existentes no Brasil e os desafios a serem vencidos. A cadeia de produção do Brasil entende que será necessário que os consumidores europeus reconheçam e criem oportunidades de compensação financeira pelos serviços ambientais prestados e apoiem financeiramente o programa Soja Plus.

Memorando de entendimento (Mou) – Janeiro 2017

O acordo reúne uma das maiores entidades representativas dos agricultores brasileiros – a Aprosoja – e organizações que representam: a indústria de óleos vegetais no Brasil (Abiove) e na Europa (Fediol), além da Fefac, que congrega a indústria de rações e farelo no continente europeu. O memorando de entendimento do setor privado conta com o suporte da Iniciativa de Comércio Sustentável (IDH), que apoia vários objetivos do Código Florestal Brasileiro, destacando-se o de preservação de habitats naturais, por meio da promoção de práticas agrícolas sustentáveis em fazendas de soja.

Entidades se reuniram para abordar a evolução das ações 

Sobre entidades

ABIOVE –  A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (ABIOVE) congrega 13 empresas processadoras e comercializadoras do complexo soja e produtoras de biodiesel, responsáveis por 60% do processamento e da exportação da oleaginosa. O complexo soja (soja em grão. farelo e óleo) liderou a pauta das exportações brasileiras em 2016, com ingresso de US$ 25,4  bilhões.

APROSOJA – A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja) é uma organização que congrega mais de 5.000 agricultores. Criada em 2005, essa entidade do terceiro setor promove programas e iniciativas que garantem segurança jurídica à atividade agrícola e conduzem à sustentabilidade da sojicultura no estado. Atualmente, a Aprosoja representa 9.396.349 de hectares de área plantada com soja e um volume de 30.469.579 toneladas produzidas do grão, o que a coloca como representante de 9,02% da soja mundial. Os dados são relativos à safra 2016/17 e foram levantados pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).

FEDIOL – A FEDIOL, associação industrial de óleo vegetal e farelo proteico, representa os interesses das esmagadoras de sementes oleaginosas, refinadores de óleo vegetal e engarrafadores europeus. Os membros da FEDIOL são 12 associações nacionais e empresas associadas em 5 outros países da UE. Com cerca de 180 instalações na Europa, o setor oferece 20.000 empregos diretos. Seus membros processam aproximadamente 55 milhões de toneladas, por ano, de produtos básicos de origem europeia e são exportados para outros 30 países. O setor processa, principalmente, colza, semente de girassol, soja e linhaça, que se transformam em óleos e farelos para alimentação humana e animal, e uso técnico e de energia, especialmente no mercado europeu. www.fediol.eu.

FEFAC – A Federação Europeia de Fabricantes de Ração Composta representa 24 associações nacionais em 23 estados-membro da UE, além de associações na Suíça, Turquia, Sérvia, Rússia e Noruega, com status de membro observador/associado. O setor europeu de ração composta emprega cerca de 100.000 pessoas em aproximadamente 3.500 unidades de produção, geralmente em áreas rurais que oferecem menos oportunidades de emprego.www.fefac.eu

IDH – A Iniciativa de Comércio Sustentável (IDH) é uma organização sem fins lucrativos que reúne empresas inovadoras, organizações da sociedade civil e governos em parcerias público-privadas para transformar mercados no sentido de alcançar produção, comércio e consumo com maior sustentabilidade ecológica e social. A IDH opera globalmente em 11 setores de commodity em mais de 40 países. Com seus mais de 500 parceiros, a IDH desenvolve, conduz, cofinancia e avalia modelos de negócios inovadores que têm o potencial de gerar sustentabilidade, do nicho ao convencional. www.idhsustainabletrade.com

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