Grupo completa 20 anos de atividades, investe em pessoas, armazenagem, logística, soluções financeiras e produtos biológicos, e pretende chegar a 83 lojas em quatro anos
Riba Velasco
Tudo que envolve Primavera do Leste, município de Mato Grosso localizado a 230 quilômetros da capital Cuiabá, tem ‘cheirinho de novo’. O lugar comemorou apenas 35 anos de emancipação em 2021. Nasceu em pleno Cerrado brasileiro, ocupado por gente do país inteiro. E mergulhou com tudo na revolução que marcou o avanço dos grãos e das carnes na região Centro Oeste. Uma oportunidade que não escapou ao faro de Marcos Vimercati, que ocupava a gerência de uma importante distribuidora e percebeu o momento de desenvolver a venda de insumos no Estado, principalmente no sul do estado do MT e no Vale do Araguaia, onde as lavouras começavam a florescer e enterrar de vez a fama de ser conhecido como o ‘Vale dos Esquecidos’.
“É uma história muito bonita. O Marcos sempre foi o sócio majoritário, a cabeça do empreendimento, um visionário nato. Em uma década, o negócio alcançou um sucesso absoluto, com um crescimento meteórico”, descreve o atual CEO do Grupo Sinagro, Renato de Almeida Guimarães.
É fato. Mato Grosso assumiu a liderança na produção nacional de grãos e a Sinagro decolou de vez. A rede de lojas avançou pelas regiões Sul e Leste, chegou a Mato Grosso do Sul, na Bahia, e depois em Goiás. Pioneira nas operações de barter (troca de insumos por entrega futura de grãos) na região, passou à comercialização de soja e milho. Tornou-se referência na cadeia do agro no Cerrado, atuando com defensivos, fertilizantes, sementes, especialidades e originação de grãos, oferecendo produtos e serviços de qualidade, com elevado nível de inovação. Antes de completar quinze anos, a empresa vislumbrou um desafio. Sobreviver em um mundo corporativo de intensa concentração, com movimentação inigualável de fusões, compras, vendas e associações. E não perdeu a oportunidade de alcançar longevidade no agribusiness. No final de junho de 2015, oficializou a aliança com a UPL, a maior Companhia de Agroquímicos da Índia e que já expunha o portfólio nas prateleiras da Sinagro havia anos. A multinacional adquiriu parte do negócio.
Quase três anos depois, o tarimbado executivo Renato Guimarães chegou para dirigir o novo modelo implantado, aceitando o convite de Carlos Pellicer. Levou para a Sinagro 28 anos de atuação na gigante Syngenta, uma breve incursão na área de consultoria e muita energia para trabalhar e ensinar equipes a se motivarem continuamente. “Eu e o Pellicer quase trabalhamos juntos, em várias oportunidades. No fim de 2017, fiz uma consultoria para a Sinagro e ele me chamou para conversar, não tive como não aceitar um desafio desta magnitude, e acabei convencido por ele a assumir a presidência do Grupo Sinagro. Deixei a minha empresa em “stand by” e erguemos o projeto”, relembra Renato.
No mesmo ano, nova tacada para aperfeiçoar ainda mais a gestão e governança. O grupo repassou 46% das atividades para o Global Capital Fund, um tradicional fundo de investimentos das Ilhas Maurício. E dá-lhe mais crescimento. O grande objetivo foi turbinar a área de insumos. Na safra 2017 | 2018, os insumos representaram cerca de 35% do faturamento e a originação pelos demais 65%. Para armazenar os grãos recebidos com as vendas antes de negociá-los com as tradings, a SinAgro mantinha quatro armazéns em Mato Grosso. “A originação de grãos dá suporte às operações de barter e a necessidade em armazenagem dos clientes. Hoje, mais de 50% das vendas derivam das operações barter. Queremos fortalecer ainda mais essas operações, pois é a forma mágica de mitigarmos o risco do negócio para a Sinagro, e principalmente para o produtor, que faz um hedge natural dos seus custos, e tem a oportunidade de especular com seus lucros” acrescenta o CEO da Sinagro.
Outros movimentos importantes foram manter a abertura de novos pontos de venda, levando os serviços a Minas Gerais, Tocantins e Pará, e incrementar a participação de especialidades (biológicos, nutrientes foliares e Bioestimulantes) na comercialização de insumos dentro do grupo.
Um passo importante nessa visão foi a inauguração da Bioplanta, empresa produtora de fertilizantes foliares (VER BOX), ao lado do Grupo Tapajós. “A parceria entre os dois grupos já é um grande sucesso visto a rapidez com que a Bioplanta e seus produtos se estabeleceram no mercado e mostra que os investimentos realizados no setor de nutrição vegetal em produtos de alta tecnologia foi muito assertiva, já que é uma das áreas do agronegócio brasileiro que mais crescem no momento”, esclarece André Fagundes Jacó, Gerente Comercial da Bioplanta.
A Sinagro também investe na produção agrícola por meio da OpenAg Farm , uma ampla área de 24.000ha destinada à produção de soja, milho e algodão. “Nosso plano é transformar a OpenAg Farm em uma fazenda modelo, onde as tecnologias de ponta possam ser testadas e integradas. Vamos apoiar o produtor em toda a sua cadeia produtiva, capacitando os profissionais do setor, trabalhando em parceria com empresas de ponta e instituições de pesquisas, e, principalmente, difundindo melhores práticas para nossos clientes de forma rentável e sustentável”, explica Guimarães.
As boas práticas foram reunidas após duas décadas de experiência da empresa e, hoje, estão presentes em pontos de varejo localizados em sete estados do país. Além disso, esse conjunto de aprendizados está enraizado em cada um dos colaboradores e formalizado em um Decálogo, que expressa o coração da companhia. A ‘Cultura Sinagro’ é formada pelos valores que engajam todos da equipe.
“Quando chegamos aqui, percebemos que precisávamos unir as forças para fazer o que devia ser feito: Engajar as pessoas. O Decálogo expressa os mandamentos que desejamos vivenciar todos os dias. Complexidade para dentro e simplicidade para fora. Melhoria constante, foco no cliente, simplicidade, espírito empreendedor, trabalho em equipe, gestão de recursos, espírito familiar e determinação. É assim que seguimos, vivenciando a nossa cultura”, diz Guimarães.
O resultado foi que a entrega de cinco anos chegou em três anos. E agora os desafios são ainda mais ambiciosos. Atingir oitenta e três lojas até 2025. Estar em todo o Cerrado, desenvolver e atrair talentos. “Optamos primariamente pelo crescimento orgânico, tendo uma estratégia clara, focada na diferenciação de nossos serviços, com uma liderança forte, cultura organizacional estabelecida, foco em desenvolver pessoas, adquirindo talentos, profissionais competentes, engajados em nosso projeto”, sintetiza.
“Nossa principal estratégia é estarmos próximos ao cliente, para suportar suas tomadas de decisão e resolução de problemas. O modelo de acesso e interação está formatado para que o nosso consultor esteja sempre ao lado do produtor rural. A combinação entre presença, confiança e resultado é a receita para que sejamos sempre os primeiros a serem lembrados. O sucesso na negociação deve ser um processo natural, por conta da construção do relacionamento durante a safra”, diz o Diretor de Marketing do Grupo Sinagro, Renato Miranda.
E essa é uma tarefa que vem sendo cumprida à risca. Atualmente, são 750 colaboradores. O objetivo é ter 1.400 colaboradores nos próximos cinco anos. E a equipe comercial saltando de 130 profissionais para 400. “O Brasil só vai ser sustentável se aplicar a melhor tecnologia e aumentar a produtividade. Química, genética, digital, biologia, tudo com uma agricultura sustentável, que respeita todos os conceitos de ESG. E aqui entra novamente o papel da OpenAg Farm, como um modelo de aplicação em grandes áreas, de 10 até 15 mil hectares. Fazer agricultura sustentável, produtiva, com altíssima tecnologia e rentabilidade”, resume o CEO.
Não sem antes cravar a única arma que não pode ser descartada para atingir novos vinte anos de fortuna para o Grupo Sinagro. “Quem efetivamente entende de lavoura, originação, loja, insumos agrícolas e negócios são as pessoas envolvidas nisso. Hoje, passo meu tempo para que a empresa tenha uma governança clara, com comitês de trabalho, atuando fortemente em uma agenda estratégica com todas as prioridades, garantindo que as prioridades sejam o foco da empresa. Esse é o grande papel da gestão. Aprendi isso anos atrás com um dos meus mestres, o Maércio Rezende. Ele disse para mim que eu poderia esquecer o plano de marketing em um avião, mas nunca a agenda estratégica. Você nunca nasce pronto ou com um aprendizado. Você aprende com seus chefes e, principalmente, com seus times. A pandemia fez com que a gente se isolasse muito. E eu percebi que a comunicação com a equipe era fundamental. Hoje, faço questão de investir pelo menos uma hora por dia com dois colaboradores, escolhidos aleatoriamente, para saber o que estão sentindo. Para ouvi-los, saber dos seus anseios. Do diretor às posições mais operacionais. Uma hora do dia para falar com pessoas. E isso é maravilhoso. Cuidar das pessoas, ouvi-las, principalmente neste momento tão difícil”.
Entrada na pecuária
Há menos de um ano, o Grupo Sinagro entrou no setor da pecuária. A empresa já tem capacidade de atender entre 85% e 90% dos gastos do pecuarista e projeta vendas de R$ 35 milhões para 2021, dobrando o faturamento do primeiro ano do projeto.
Até então focado na distribuição de insumos para a agricultura, o Grupo Sinagro investiu muito para estruturar suas atividades na pecuária. A empresa tem capacidade para oferecer herbicidas de pastagem, inseticidas para controle de pragas como cigarrinhas e lagartas, fertilizantes, nutrição animal e semente de pastagem.
Para os próximos cinco anos, a projeção de faturamento é de R$ 150 milhões no segmento. Isso será feito com a expansão de atuação territorial, dos números de consultores e pecuaristas atendidos, bem como do desenvolvimento de um portfólio completo que atenda à demanda do mercado.
A ideia de entrar no segmento veio da constante expansão das lojas em diversas regiões do cerrado brasileiro. A companhia identificou que, em diversas fronteiras, a atividade dominante é a pecuária. “Nós atendemos o pecuarista com a venda de produtos e, principalmente, com assistência técnica, levando soluções completas que aumentam a tecnologia no campo e, consequentemente, a rentabilidade. Nossos consultores são capacitados para estarem próximos dos nossos clientes, identificar demandas e problemas na propriedade, bem como atendê-los de forma assertiva e individualizada”, afirma Guimarães.
Renato de Almeida Guimarães – CEO do Grupo Sinagro
“Tenho muito orgulho do que conseguimos entregar ao segmento”.
Foi uma jogada certeira. Como uma paralela perfeita, bem aplicada no adversário. O jovem nascido em Limeira amava as quadras de tênis. E perseverou. Mas, depois de viajar para conquistar a América, olhou para todos os lados, viu que a concorrência estava melhor qualificada, e resolveu parar em outros campos. Foi para Lavras (MG), cursou Agronomia na Universidade Federal e abraçou o Agro com o pulso forte de quem adora envergar uma raquete. Atuou quase três décadas num gigante chamado Syngenta, fez nome no setor e resolveu apostar em uma carreira solitária, como consultor. Porém, já tinha feito história e ‘fez crescer os olhos’ de gente graúda. Aceitou o desafio de um velho amigo para realizar o sonho de incrementar ainda mais um empreendimento que já ganhava corpo no agronegócio. Assim se fez a jornada de Renato Guimarães dentro das quatro linhas, na indústria e distribuição de insumos da terceira maior potência do setor. E já ‘deu match’? Que nada. O menino de Limeira quer mais. Abrir lojas, lidar com gente, comandar a revolução digital e produtiva que o Brasil necessita para oferecer alimentos, produtos de saúde e conforto para bilhões de pessoas no planeta inteiro. Acompanhe como.
Como foi sua entrada no Agro? A família é do segmento?
Não, tenho muitos dentistas na família, incluindo o meu pai, meu irmão e minha irmã. Minha mãe é professora aposentada. Nasci em Limeira e fui fazer agronomia em Lavras. Então, saí da faculdade para o mundo, começando como todo agrônomo bom de serviço deve começar, na assistência técnica aos produtores rurais. Atuei na Sandoz como representante técnico de vendas e cheguei a um cargo diretivo 10 anos depois, muito jovem, aos 33 anos de idade, porém, com uma vontade enorme de vencer.
Mas antes da história agrícola, teve uma forte paixão por esporte?
Sou um amante do esporte, mas o tênis me cativou. Amo jogar, e pratico até hoje, jogando torneios master pelo Brasil e pelo mundo. Na adolescência, a paixão me levou aos Estados Unidos, onde treinei durante dois meses em uma academia em Miami. Mas uma coisa muito importante em nossas vidas é saber dos nossos limites e as escolhas que você faz na vida. Percebi que havia pelo menos uns quarenta jovens americanos que jogavam igual ou melhor do que eu, incluindo brasileiros como eu, com quem convivi, como o Luís Matar (segundo tenista brasileiro com mais títulos da Associação dos Tenistas Profissionais) e o Eduardo Oncins. Até voltei a jogar profissionalmente depois da faculdade, mas percebi que meu tempo havia passado, e resolvi mudar de área definitivamente. Porém, devo muito do meu sucesso ao tênis, onde aprendi que você só será vencedor se batalhar muito, nada cai nas suas mãos de graça, tudo vem de muito suor e esforço.
Outro período importante de sua atuação foi na Syngenta, certo?
Sim, em empresas do grupo Syngenta. Tenho muito orgulho desses 28 anos. Foi uma grande escola, uma companhia fantástica. Tivemos momentos importantes no grupo, eu passei por diversas áreas, mas o mercado me reconhece como Diretor de Marketing. Foi uma honra trabalhar lá, assim como hoje, quando somos parceiros. Do mesmo modo que temos parceria com a UPL, onde hoje aprendo uma nova cultura, um outro jeito de olhar o negócio. Os indianos são seres fantásticos, muito parecidos com nós brasileiros. Gente do bem.
Como foi a experiência de consultor?
Eu resolvi sair da Syngenta e montei uma empresa de consultoria. Minha ideia era levar o conhecimento que adquiri, conversando e atuando com pequenas empresas internacionais interessadas em participar do grande ‘boom’ do Agro Brasil. Eles não tinham conhecimento da complexidade que é o nosso país. Fiz esse papel de trazer e desenhar a estratégia inicial deles, de costurar parcerias estratégicas, lançar novos produtos, até que elas pudessem andar com as suas próprias pernas.
E aí apareceu a UPL no meio do caminho?
Exato. Apareceu o Carlos Pellicer. Quase trabalhamos juntos em várias oportunidades. Um grande líder, um dos melhores que já conheci em toda a minha vida profissional. Conversamos e acabei convencido por ele. Deixei a minha empresa por um tempo, e erguemos o projeto Sinagro, no início de 2018.
Como foi entrar nesse projeto?
O Grupo Sinagro foi fundado por Marcos Vimercati. Uma história muito bonita. Ele sempre foi o sócio majoritário, a cabeça do empreendimento. Um visionário nato. Ocupava a gerência de uma importante distribuidora do Centro Oeste e percebeu o momento oportuno de desenvolver a venda de insumos agropecuários no Mato Grosso, principalmente no Vale do Araguaia, onde as lavouras começavam a florescer. Em uma década, o negócio era um sucesso absoluto, com um crescimento meteórico. Distribuição de insumos, originação de grãos, produção, várias frentes de investimentos, e um crescimento muito acelerado. Em 2014, surgiu a oportunidade de ter a UPL como sócio. Três anos depois, houve a entrada do fundo de investimentos Global Capital Fund. E estamos crescendo muito. Rumo à posição de uma grande plataforma de insumos. O Agro vem com uma consolidação muito forte. Primeiro, foram os agricultores. Depois, as indústrias e agora é o momento da consolidação da distribuição.
Falando no assunto, quais os planos da Sinagro?
Chegarmos a mais oitenta e lojas em quatro anos. Não queremos ser a maior e sim a melhor plataforma de distribuição do país. Baseado em uma estratégia clara, diferenciais competitivos em serviços para nossos clientes, uma liderança forte, e um sólido conceito de cultura organizacional. Nossa plataforma tem essa vantagem. Crescimento orgânico, onde buscamos desenvolver e comprar talentos, não empresas. A estratégia precisa ser clara, implementável, e a liderança deve ter foco em pessoas, e com um desenvolvimento estruturado para o crescimento disruptivo. Temos o apoio muito grande de todos os nossos fornecedores e acionistas, parceiros que percebem que somos uma fonte de capilaridade para eles, que estamos sempre, muito próximos de nossos clientes. Diferentemente de outras empresas, nossa prioridade não é adquirir empresas, apresentar resultados de curto prazo, e sim ter crescimento sustentável, procurando desenvolver e adquirir talentos, profissionais competentes, engajados em nosso projeto, que queiram estar com a Sinagro por um longo tempo.
E que sigam os ‘mandamentos’ da empresa?
Exatamente. Os dez mandamentos do Grupo Sinagro representam o nosso coração. Quando chegamos aqui, em 2018, percebemos que precisávamos unir as forças para fazer o que devia ser feito. Engajar as pessoas em uma causa. Discutimos fortemente com os líderes da organização para entender o que era a ‘cultura da Sinagro’, os elementos que não abriríamos mão, e que surgiram com o crescimento da empresa. Desenvolvemos os dez mandamentos, o que desejamos vivenciar o tempo todo. Todos os dias, olhamos e checamos se faz parte do que desenhamos para nós. Complexidade para dentro e simplicidade para fora. O decálogo. Um dos maiores aprendizados que tivemos na organização. Trata de melhoria constante, cliente, simplicidade, espírito empreendedor, trabalho em equipe, gerir recursos, espírito familiar e determinação. Tudo o que vamos decidir alinhamos com o nosso decálogo. A comunicação dentro da empresa. Todos os funcionários, sem exceção, conhecem. É assim que seguimos, vivenciando a nossa cultura.
E como o conceito acompanha as metas de negócios?
Temos feito um trabalho muito legal ao lado de todo mundo. Cheguei com um ‘business plan’ desenhado pelos acionistas. O que era para entregarmos em cinco anos, entregamos em três. E, no fim do ano passado, fomos desafiados a criarmos um novo plano, de novamente triplicar os negócios. Estamos em uma jornada bastante agressiva, uma questão de você expandir mesmo, estar em todo o Cerrado brasileiro, aumentar o número de lojas, desenvolver e atrair pessoas que estejam nessa jornada do agronegócio, que é muito dinâmica. A guerra por talentos é enorme. Precisamos atrair talentos para a companhia, e precisamos, ao mesmo tempo, capacitar e desenvolver nossos atuais líderes e colaboradores. Só assim chegaremos em nossos objetivos, com pessoas certas, nas posições certas.
Quais os resultados obtidos até agora?
Os resultados são excepcionais. Conseguimos triplicar nossas receitas, triplicar nossa rentabilidade, e triplicar nossa área de atuação. Focamos nos insumos agrícolas, que hoje representam 65% de nosso faturamento, melhoramos a qualidade do negócio da nossa trade, que hoje tem um papel fundamental na gestão de risco da Sinagro. Inauguramos a Bioplanta, que é nossa planta de produção de nutrientes foliares em Lucas Do Rio Verde. Criamos também a Open Ag Farm, onde transformaremos o modelo de capacitar e difundir tecnologias no cerrado brasileiro. Tudo isto em apenas três anos.
O que é a Open Ag Farm para a empresa?
Utilizamos nossas áreas de produção agrícola para juntar todas as tecnologias de ponta. O Brasil só vai ser sustentável se você aplicar a tecnologia e aumentar a produtividade. Juntar as tecnologias possíveis de se trazer. Química, genética, biológicos, manejo de fertilidade, digital etc. Tudo isto com o objetivo de aumentar a produtividade, a rentabilidade, através de uma agricultura sustentável, que respeita todos os conceitos de ESG. Algo que possamos aplicar em nossas terras, grandes áreas,10,15, 20 mil hectares, fazer agricultura sustentável, de altíssima tecnologia e rentabilidade, muito produtiva.
E o maior desafio para isto?
Ter as pessoas certas nas posições certas. Capacitar, desenvolver, reter e atrair talentos. É o nosso grande objetivo. Hoje, somos 750 colaboradores e seremos 1.400 colaboradores em 2025. Nossa equipe comercial tem 130 consultores de vendas. E seremos 400 consultores daqui quatro anos. E como construir um time padronizado, com o mesmo ideal, criar uma experiência diferente com nossos clientes? Com grandes talentos. Temos que formar este grupo, com pessoas internas, com projetos nas universidades, ou atraindo talentos que tenham nosso DNA. Esta é a nossa grande meta.
Dentro da rotina do Agronegócio, qual atividade mais te agrada?
Quem efetivamente entende de lavoura, originação, loja, insumos agrícolas são as pessoas que estão realmente envolvidas nisso. Eu não entendo nada disso. Eu gasto meu tempo para que a empresa tenha uma governança clara, com comitês de trabalho, atuando fortemente em uma agenda estratégica com todas as prioridades para o curto e médio prazo. E tento garantir que as prioridades sejam o foco da empresa. Esse é o grande papel da gestão. Aprendi isso anos atrás com um dos meus ‘mestres’. Ele disse para mim que eu poderia esquecer o plano de marketing em algum lugar, mas nunca a agenda estratégica. Você nunca nasce pronto ou com um aprendizado. Você aprende com seus chefes, mas principalmente com seus times de trabalho. Por exemplo, a pandemia fez com que a gente se isolasse muito. E eu percebi que a comunicação com a equipe era fundamental. Hoje, faço questão de investir pelo menos uma hora por dia com dois colaboradores, escolhidos aleatoriamente, para saber o que estão sentindo, ouvi-los, saber dos seus anseios. Do diretor aos times operacionais. Uma hora do dia para falar com as pessoas. E isso é maravilhoso. Cuidar das pessoas, principalmente neste momento tão difícil.
Como você analisa a safra de inverno deste ano e a safra de verão que vai ser cultivada em 2021 – 2022?
Tivemos algumas adversidades na safra 2020/2021. Com chuvas atrasadas, que atropelaram o plantio da soja. E acabaram prejudicaram o plantio de milho e algodão na safrinha, que foi semeada tardiamente e ainda sofreu golpes com seca e geada, afetando a produtividade. Mas o resultado foi parcialmente compensado pelos aumentos nos preços das commodity. Assim, o agricultor acabou não sofrendo tanto com as margens. Nossas expectativas para a safra 2021/2022 são muito boas. Os produtores estão capitalizados, e investindo fortemente em tecnologias.
RENATO DE ALMEIDA GUIMARÃES – CEO GRUPO SINAGRO
# Nasceu em Limeira (SP) | 56 anos
# Casado | Quatro filhos
# Formado em Agronomia | Universidade Federal de Lavras
# 34 anos de Agronegócio
# Passagem por Sandoz, Novartis e Syngenta
# Mantra: “Você aprende de verdade com seu time no trabalho. Comunicação com a equipe é fundamental. Converso com eles todos os dias. Para saber o que estão passando, como se sentem, os anseios. Do diretor a áreas operacionais. É maravilhoso cuidar das suas pessoas.
Bioplanta Nutrição Vegetal
Uma aposta em nutrição especial das plantas, com fertilizantes especiais. Foi a motivação que levou a Sinagro a firmar sociedade com o Grupo Tapajós e erguer a Bioplanta, unidade localizada em Lucas do Rio Verde, no coração de Mato Grosso. Uma empresa especializada e de alta tecnologia quando o assunto é fertilizantes especiais, tanto foliar quanto para sementes e adjuvantes. Inaugurada oficialmente em 2020, atua na região desenvolvendo produtos com responsabilidade e qualidade superior.
A Bioplanta possui um moderno laboratório para assegurar a qualidade de seus produtos a fim de garantir confiabilidade aos clientes.
“Nossa principal meta é estar sempre próximo ao nosso cliente, para atendê-lo de maneira customizada, seja com soluções tecnológicas desenvolvidas pelo nosso corpo técnico ou por atendimento personalizado, encontrando a melhor solução de maneira individual, entregando exatamente o que ele precisa. Mas isso não significa de maneira nenhuma buscar sempre as inovações tecnológicas, pois é desta proximidade com o cliente que surgem as melhores ideias”, crava André Fagundes Jacó.
Novas lojas em MG, MS, TO, MA, PI
O Grupo Sinagro já inaugurou neste ano duas novas lojas de insumos, em Santa Juliana, situada a Oeste do Alto Paranaíba, e em São Gabriel do Oeste, no Mato Grosso do Sul.
A abertura das unidades faz parte do projeto de expansão regional do Grupo para levar tecnologia na forma de serviços e produtos, como sementes, fertilizantes, defensivos agrícolas, nutrição foliar e biológicos aos agricultores e pecuaristas do Cerrado brasileiro. A empresa também atua desde agosto do ano passado com insumos para a criação de gado.
E quando o assunto é meta, o céu é o limite. Também estão no radar Sinagro marcar presença de varejo em novos estados, como Maranhão, Piauí e Rondônia. Serão mais 50 novas lojas abertas nos próximos 3 anos. “Todas as mudanças são planejadas para estarmos mais próximos dos clientes. E levarmos eficiência ao campo, fazendo boa gestão, com agilidade nos negócios”, conclui.
Linha do tempo Sinagro
# 2001: fundação da Sinagro
# 2009: eleita a maior distribuidora do Brasil
# 2012: início da produção agrícola (Open Ag Farm)
# 2015: aliança com a UPL
# 2018: novo modelo de governança: Global Fund (46%), UPL (45%) e S3B (9%)
# 2021: novo projeto de crescimento Kairós 6.0
Grupo Sinagro distribuidora de insumos agrícolas em agricultura e pecuária
# Faturamento 2020 | 2021: R$1,4BI (insumos agrícolas)
# 750 colaboradores | Meta de 1.400 colaboradores em 2025
# Equipe comercial de 130 colaboradores | Meta de 400 colaboradores em 2025
# Trade: Armazenagem e Comercialização de Grãos – Faturamento de R$ 600 milhões em 2020
# Produção Agrícola (Grãos e Sementes): faturamento de R$ 200 milhões
Ideologia Sinagro
Referência no Agronegócio e na sociedade local
# Missão: Suporte ao agricultor | Difusão de tecnologias| Geração de lucros para produtores e acionistas | Respeitar as pessoas e a comunidades
#Visão e Ambição: Se tornar uma das Top 5 Plataformas de Distribuição de Insumos Agrícolas do Brasil
# Valores: Credibilidade, Relacionamento, Comprometimento, Resiliencia, Respeito, Foco e Ética
Decálogo Sinagro
# Ambição por melhorar sempre
# Cliente no centro das nossas escolhas
# Botina no chão, cliente na mão
# Simplicidade no jeito de ser e fazer
# Uma empresa, uma família
# Gastamos o essencial
# Nunca pegamos atalhos
# Espírito de dono
# Determinação para superar momentos difíceis
# Somos melhores trabalhando em equipe
Reconhecimentos
# Lugares Incríveis Para se Trabalhar
# Certificada Great Place To Work
Mapa Sinagro
# Matriz: Goiânia (GO)
# 34 lojas de insumos
# Presença em sete estados
# Pará: Redenção e Santana do Araguaia
# Tocantins: Porto Nacional, Gurupi, Guaraí e Paraíso do Tocantins
# Bahia: Rosário e Luís Eduardo Magalhães
# Minas Gerais: Uberaba, Uberlândia, Capinópolis, Sacramento, Frutal e Santa Juliana
# Goiás: Chapadão do Céu, Cristalina, Uruaçu, Nova Crixás e Vianópolis
# Mato Grosso: Água Boa, Canarana, Confresa, Rondonópolis, Campo Verde, Nova Xavantina, Gaúcha do Norte, Primavera do Leste, São Félix do Araguaia, Paranatinga, Querência
# Mato Grosso do Sul: Campo Grande, Chapadão do Sul, Nova Andradina e São Gabriel do Oeste
BIOPLANTA NUTRIÇÃO VEGETAL
# Empresa do grupo com alta tecnologia em nutrição de plantas (Lucas do Rio Verde- MT)
OPENAG FARM FAZENDAS
# 24 mil hectares
# Porto Alegre do Norte (MT): 3.500 ha de soja | 3.500 ha de milho
# Primavera do Leste (MT): 8.000 ha de soja | 4.500 ha de milho | 4.500 ha de algodão
PARCEIROS
# Defensivos: UPL, FMC e Syngenta
# Sementes: Advanta, Nidera Sementes, NK, KWS Sementes e Ellas Genética
# Fertilizantes: YARA, Mosaic Fertilizantes, FERTGROW e EuroChem
# Biológicos: AgBiTech e Koppert Biological Systems
# Especialidades: UPL, UnionAgro, Dimicron, SinFert, Ubyfol e Bioplanta Nutrição Vegetal
# Pecuária: PRESENCE, SOESP, SOCIL e UPL
DOIS ARMAZÉNS CLIMATIZADOS DE SEMENTES
# Capacidade total: 112 mil sacas
# Água Boa (MT): 60 mil sacas
# Primavera do Leste: 52 mil sacas
QUATRO ARMAZÉNS DE ORIGINAÇÃO DE GRÃOS
# Capacidade total: 253 toneladas
# São Félix (MT): 123 toneladas
# Querência (MT): 64 toneladas
# Canarana (MT): 42 toneladas
# Campo Verde (MT): 24 toneladas
Grupo Sinagro aposta em hub de integração para o setor
O Grupo Sinagro passa por um amplo processo de transformação digital e um de seus objetivos é criar um hub de integração para simplificar a experiência do produtor rural no uso de tecnologias digitais.
De acordo com Renato Guimarães, o projeto de transformação digital da companhia passa por três pilares: melhoria dos processos internos, melhoria da interação e comunicação com clientes e integração de soluções levadas aos produtores.
“O digital é um dos seis pilares estratégicos de nosso planejamento para os próximos cinco anos”, afirma Guimarães. “O crescimento da produtividade da agricultura brasileira certamente passa pela melhoria das soluções digitais”.
Portal
Além da digitalização dos processos internos, como contratos, ferramentas de logísticas, crédito e cobrança, CRM, entre outras, o Grupo Sinagro também deverá lançar, ainda em 2021, um Portal do Cliente.
“Essa plataforma terá como objetivo muito mais do que a conveniência, mas também trazer transparência aos nossos clientes, que poderão de uma forma muito mais prática, por exemplo, checar pedidos faturados, conferir situação de crédito ou fazer o planejamento de entregas de produtos”, diz o executivo.
Segundo Guimarães, a empresa deverá investir no e-commerce, mas não antes de promover essa maior conexão com os clientes. “Sabemos que os produtores estão no digital, mas o contato presencial ainda é muito forte em nossa cultura. Diferentemente de muitas plataformas de distribuição, que buscam o e-commerce para provar algo ao mercado, nós temos como objetivo uma visão bem mais de médio e longo prazo com a nossa transformação digital”.