Analistas acreditam nos grãos, nas carnes e nas exportações. Mas temem inflação, mercado interno frágil e Governo hesitante.
Riba Velasco
A maior potência do planeta tem um novo presidente, o democrata Joe Biden, que, antes mesmo de assumir, já havia ameaçado o Brasil de retaliação comercial por causa de desmatamento e queimadas na Floresta Amazônica. Certamente, ele vai manter a posição de antagonismo com a China, mas em que nível? O mundo aguarda uma vacina eficaz e para todos, vencendo de vez a Covid-19, que matou centenas de milhares no mundo e contaminou outros milhões. Nosso Agro vem de um 2020 de ótimos resultados e entra no novo ano já tendo comercializado boa parte da safra e torcendo por bom clima para o desenvolvimento e a colheita dos campos. As exportações foram ótimas no ano que passou. Principalmente carnes e grãos, mas não foi o suficiente para ajudar a economia total. A riqueza produzida pelo País penou. E o Produto Interno Bruto (PIB) deve ter vergado pelo menos 4%. Nem mesmo os juros de menos de 2% ajudaram. O dólar deu aquela mão nas vendas externas, mas encareceu os custos internos. Milho, soja e carnes deram um show no mercado internacional. Mas o desenho do mapa de interesses comerciais foi reforçado com a criação do maior bloco de negócios da Terra, reunindo China, Japão, Austrália, Nova Zelândia, Coreia do Sul e mais dez países do Sudeste Asiático. Como o novo eixo vai mobilizar EUA e Brasil?
A cada 365 dias, a humanidade espera respostas para perguntas objetivas e sinceras. No ‘Encontro de Analistas’ – promovido tradicionalmente todo mês de novembro pela Scot Consultoria – de 2020 não seria diferente. Como vai ficar a arroba do boi gordo? E a cria, atingiu o ponto máximo de valorização? O Brasil tem uma postura proativa no mercado internacional do Agro? Quais as expectativas para 2021? O resultado das eleições municipais ajudou ou atrapalhou? A Peste Suína Africana ainda vai forçar o gigante vermelho a comprar carnes no mercado mundial?
Quem arriscou opinar, imaginar, refletir, examinar e propor? Gente de respeito, preocupada com o Futuro do Brasil. Alexandre Mendonça de Barros (sócio consultor da MB Agro), André Perfeito (economista-chefe na Necton Corretora de Valores), Eduardo Sampaio Marques (assessor no gabinete da Ministra da Agricultura Pecuária e Abastecimento – MAPA), Marcos Jank (pesquisador no Insper e professor da Esalq), e Sérgio de Zen (diretor de política agrícola e informações na Conab).
DESAFIOS 2021
- Meio Ambiente
- Mudanças climáticas
- Segurança biológica (contenção de pandemias)
- Saúde pública
- Segurança cibernética
- Migração
- Anticorrupção
- Transparência
- Comércio internacional
- Acordos Comerciais (Nafta, TPP, OMC e outros)
- Disputa EUA – China
- Fontes renováveis de energia
- Taxação de carbono
- Regularização ambiental
- Biocombustíveis
- Segurança alimentar global
- Inovação
- Coordenação multilateral
ALEXANDRE MENDONÇA DE BARROS | MB AGRO
Minha geração nunca viveu uma situação parecida. Juros negativos, abaixo da inflação, o que reduziu a entrada de capitais externos. Exportamos muito e o real não se valoriza. Os capitais internacionais estão comprando muita commodity. E tem os preços malucos que vivemos hoje. E impulsionam a inflação. Os juros vão ter que subir. E as contas públicas? Não temos organização. A situação não vai durar para sempre. É um cenário de grande volatilidade.
Vivemos e viveremos um momento espetacular dentro do Agronegócio. Incrível, mas a pandemia trouxe os preços mais fantásticos dos principais produtos agropecuários. E só no Brasil. Até os grãos voltaram a subir depois de meses de queda.
A produção de milho no mundo é de aproximadamente 1,2 bilhão de toneladas. Quatro países exportam: EUA, Brasil, Ucrânia e Argentina. Algo como 160 milhões de toneladas por ano.
Estoque de passagem de 10 milhões de toneladas. É muita pressão atualmente. E vai ser assim em 2021. Não tem jeito. O risco de safra é grande. Chicago subiu, o câmbio subiu. Tem prêmios de 15 reais. Os preços são de 55 dólares. O milho de 28 e 30 reais no Cerrado não aparece mais. E ainda a Argentina vive uma situação dramática, o que atormenta o produtor de grãos lá.
A China já reconstruiu metade do rebanho de matrizes suínas que foi destruído pela Peste Suína Africana (PSA). E, com tudo reconstruído, no setor tecnificado, o gigante vai precisar de 30 milhões de toneladas a mais de soja por ano e no milho outros 40 milhões, sem falar da produção interna deles. Penso que eles podem ainda importar três milhões de toneladas de carne suína nos
próximos três anos.
O sonho da China é ser autossuficiente em alimentos. Mas eles só compram porque precisam. Temos que usar os óculos deles para entendê-los. Eles não querem ficar dependentes dos fornecedores americanos. A China gosta de investir em indústrias dentro do Brasil, da América do Sul e da Rússia. Para garantir suprimento. Eles estão procurando outras fontes de abastecimento e o Brasil não pode ficar dando tapa na cara deles. Temos que ser mais realistas nesta conversa.
O mundo passou por uma fase de diminuição no consumo de proteínas durante a pandemia. Aprendi isso. Só fomos salvos pelo buraco chinês na produção. Se a situação voltar ao normal, o consumo pode subir pela expansão internacional. Mas e aqui dentro? Como vai ficar? Sem a ajuda emergencial e com desemprego? O consumidor brasileiro está chegando ao limite da carne bovina. Come no máximo 25 quilos por ano, em média. E o frango não tem mais correlação direta com o dianteiro bovino. Descolou. Vamos vender carne bovina para a China. Por isso, não podemos ficar caçando briga com os “caras”. A arroba vai ficar sustentada pelo câmbio, pelas vendas externas e pelos custos com grãos.
Penso que a arroba bovina chegou ao máximo. Tudo bem, até porque precisava remunerar todos os agentes. E subiu o que podia. Mas a política de comprar um bezerro cada vez mais caro tem limite. Tenho um número de 45 dólares como bom referencial para a arroba em 2021. Faz sentido. Lá fora, os principais negociadores de carne vermelha também estão com arroba firme ou então finalizando cotações boas e estáveis. Estados Unidos, Austrália, Uruguai, Paraguai.
A principal mensagem que posso deixar é que temos um cenário espetacular, mas temos os ativos muito altos e isso exige cautela. Não se empolgar demais. Aproveita, vai, mas não alavanque demais. Nada é para sempre. É necessário conter a euforia.
EDUARDO SAMPAIO MARQUES | MAPA
Foi um ano de incertezas como nenhum outro. E temos novas dúvidas para 2021, como o clima e os aspectos negativos sobre a safra de verão. É também disruptivo seguirmos com essa taxa de juros tão baixa. E tomar todo o cuidado com o avanço da inflação.
Precisamos defender o teto de gastos e o controle fiscal. E sinalizar ao mercado que não vai haver descontrole. É a tarefa daqui para frente. Normalmente, o Brasil aprova o orçamento no ano
da execução. Isto não é novidade. São pontos que precisamos defender. E todos querem cortar gastos, desde que não seja no próprio bolso.
Temos muito a mais a ganhar com a agenda ambiental do que perder. Resolver nossos problemas, comunicar ao mundo e seguir como o agro vencedor que fizemos nas últimas décadas. Nossa lei ambiental é forte. E não há nenhuma chance de falta de produtos no mercado interno. Os preços vão continuar altos, mas estamos facilitando as importações pontualmente.
As prioridades do Ministério são claras. Regularizar as terras na Região Amazônica, acelerar a implementação do Código Florestal, conquistar novos mercados internacionais, ampliar o número de
produtos para exportação e fomentar parcerias produtivas entre os agentes públicos e privados na área do Agribusiness. O etanol de milho cresceu surpreendentemente neste ano. É muito competitivo. E a navegação de cabotagem é outro caminho que perseguimos para melhorar a logística e diminuir os custos de transportar a produção.
Responder ao mercado é um mérito da política agropecuária brasileira. Isto é mérito, ter os produtos. Todos os empreendedores rurais precisam estar em ação, acreditando, fazendo negócios,
inclusive os pequenos. Investir, melhorar a oferta de grãos, evoluir. Temos muitas chances de aumentar produção de carne com a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). Também ganharíamos demais com a associação entre produtores. Um pecuarista engorda o boi no pasto bom do vizinho. O potencial é gigantesco e gostaria de ver essa ação avançar no Brasil.
MARCOS JANK | INSPER E ESALQ-USP
Houve importantes mudanças envolvendo Estados Unidos e China. PSA, grãos, Covid-19, importação de carnes, alteração de valores nas rações animais dentro do Brasil. Os EUA vão tentar impor
a visão deles no palco internacional: OMC, meio ambiente, comércio.
O Agro não parou, mesmo com a realidade totalmente disforme que se instalou em 2020. O resultado vai ser quem se dá bem no mercado de exportações. E o enigma é o que vai ocorrer no mercado interno daqui para frente. E o perigo da alta na inflação.
Precisamos de uma negociação estratégica com os chineses. Não faz sentido brigar com eles. Exportaremos mais de 100 bilhões de dólares para eles. A China não quer depender dos americanos,
prefere comprar da gente. Temos que estar no jogo asiático de negócios. E abrimos 100 empresas para vender a eles, ocupando um espaço que os EUA deixaram passar.
A questão ambiental vai apertar cada vez mais nosso Agro. Temos que entender que a pressão sobre desmatamento aqui vai aumentar sobremaneira. Tem o novo governo americano, a posição clara dos grupos globais. Mas o problema é nosso, é caseiro. Não é um problema deste governo. Há décadas, brasileiros foram convidados a ocupar aquela região em condições inóspitas. Foram,
produziram, ocuparam, pegaram malária e até hoje não tem o título da terra. Temos que fazer a regularização fundiária e implementar o Código Florestal. Diminuir as irregularidades. Combater o
que é ilegal. O que resta é pouco. Nenhum país consegue fazer três safras por ano na mesma área. Nossa matriz energética é 85% renovável. Nos países ricos é 35%. Temos alta capacidade. Integrar lavoura e pecuária, o que economiza terras e florestas. E mostrar ao resto do mundo que temos energia, vento, biomassa, proteção de florestas, combustíveis verdes, agricultura de baixo
carbono etc. O grosso do problema ambiental no planeta é transportes e energia, e não o desmatamento.
Não podemos ficar de fora do jogo econômico da Ásia. Nossa presença é obrigatória. A China, o Japão, a Oceania e dez nações do Sudeste Asiático fundaram o maior bloco econômico do planeta, maior que a União Europeia, em plena pandemia. Isenção de impostos, fim de barreiras não tarifárias, livre comércio. Temos que estar alinhados com esse propósito, esse empreendimento. Eles vão gerar uma riqueza imensa em negócios e nossa participação interessa demais a eles.
Acabamos de passar por uma imensa recessão global, uma pandemia, e o Agro se saiu muito bem. Ele é competitivo, tem mercado, é sustentável, mas tem que realizar o mercado. Vem aí mais China, e ainda a Índia e a África. Falta organização, coordenação entre governo e iniciativa privada, mais ministros com o comportamento de uma Tereza Cristina, trabalhar, ter mais estratégia.
SÉRGIO DE ZEN | CONAB
O cenário é de muita instabilidade para todo mundo. Nunca imaginado por ninguém.
O mercado de capitais aberto implica em liberdade de investimentos de ambos os lados. Sujeito às regras brasileiras. Seja com americanos, europeus ou chineses. E foi essa abertura que fez explodir os investimentos no Agro brasileiro e modernizou o nosso mercado financeiro.
Não vai faltar milho. O que vai haver é ajuste de preço. E o ponto crítico vai ser em março e abril de 2021. E a primeira safra pode ser menor do que o esperado por causa da falta de chuvas regulares. E não tem fronteira. Pegou Rio Grande do Sul, Paraguai e Argentina. A Conab está trabalhando com dois pontos: estoque e saber o consumo animal. Para saber o balanço de oferta e demanda com margens mais equilibradas possíveis. Somos muito fracos em estatísticas. A Conab tenta imprimir um novo tom de trabalho, como o imaginado pela ministra Tereza Cristina. Difundir informação. Sobre grãos, carnes, leite, pastagens etc. Ajudar o mercado a pensar, planejar e agir. Dar suporte aos agentes. Desde o início da pandemia, vejo muita volatilidade, aumento de risco. Em 2021, é preciso estar atento à volatilidade dos ativos, taxas de juros, de preços. Temos um ambiente de pouca certeza. Geralmente, ela é baseada na repetição do passado e vivemos um período sem padrão conhecido. Nesta linha, tenho me esforçado em trabalhar para oferecer mais informação, usando a capacidade que existia lá dentro. Não criei nada, apenas estamos trabalhando e disponibilizando, para ajudar a diminuir as incertezas.
ANDRÉ PERFEITO | NECTON CORRETORA DE VALORES
O mundo não vai correr mais tanto para o dólar. A taxa de juros tende a subir e isso não é o fim do mundo. Se for para 4%, não tem problema, porque o canal do crédito está meio travado. Não tem mal-estar. O problema que aponto para 2021 é a política e a relação com as classes eleitorais mais pobres, D e E. E o principal ativo realmente é a boa informação.
Se não fosse a ajuda emergencial de R$ 400 bilhões, estaríamos falando de um PIB negativo de 8%, 9%. E a taxa de desemprego não é 14%, é 24%. Um batalhão de pessoas parou de procurar ocupação. O Governo Federal vai ter que continuar ajudando os pobres do País.
A agenda micro do Ministro Paulo Guedes também é muito interessante. Ele é um economista liberal e também age em pequenas ações. É o caso de navegação de cabotagem, lei do gás, nova lei de falências. O que vai mudar muito nosso ambiente de negócios.
O BOI BRASIL
Foi mais do que um ano histórico. Dificilmente viveremos algo parecido. Preço da arroba galopando a cada mês que passava, a partir de março. Queda sucessiva na oferta de animais para abate,
principalmente fêmeas e novilhas. Atingiu 8% em alguns meses. Bois também sumiram, mas por causa do ciclo pecuário. Exportações detonando. A China não para de comer bife desde a metade
de 2018. Em junho deste ano, chegou a bater em 33,2% de aumento sobre o mesmo mês de 2019. O preço do garrote atingiu 79% de valorização sobre o ano anterior. Um show de rendimento na Cria. Isso tudo com desemprego e número de mortos e contaminados pela Covid-19 crescendo sem parar.
Logo, não existem dúvidas de que “O boi gordo subiu e os custos de produção também”. Foi o ponto de partida para um debate que envolveu Francisco Turra (Presidente do Conselho Consultivo da Associação Brasileira de Proteína Animal – ABPA), Hyberville Neto (Scot Consultoria), Leandro Bovo (Radar Investimentos), Marcio Rezende Evaristo Carlos (Defesa Agropecuária do MAPA) e Rafael Ribeiro (Scot Consultoria).
LEANDRO BOVO | RADAR INVESTIMENTOS
Um ano surpreendente, uma virada de ciclo notória. Um movimento de subida que, para mim, tem tudo a ver com as exportações e o auxílio emergencial do Governo Federal.
O desenvolvimento da Pecuária nos últimos anos foi fantástico, espetacular. Temos que ter muito orgulho disso. Estamos só colhendo o que plantamos no passado.
FRANCISCO TURRA | ABPA
A pandemia começou com muita dificuldade para a gente, com pressão para o fechamento de frigoríficos. Mas instalamos protocolos, redobramos os cuidados dentro das nossas granjas e indústrias, mantivemos a produção firme, abastecemos o mercado interno e aumentamos o volume das vendas externas. Habilitamos 70 novas empresas para a exportação. E ainda lutamos com
o aumento vigoroso no preço dos grãos que compõem a ração animal. Superamos tudo sem precisar de abates sanitários, como ocorreu nos Estados Unidos.
As metas são permanecer investindo na segurança sanitária de nossos alimentos, abastecer a China e os novos mercados, como os países africanos.
Estamos com um planejamento para utilizar bastante áreas para o plantio de milho no inverno. Ajudar os produtores. Afinal, o clima tem sido um problema grave em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, dois estados fundamentais em Avicultura e Suinocultura.
Não perdemos mercado com a pandemia e a proteína animal vai continuar sendo a bola da vez.
LUCIANO PASCOAL | FRIGOL
Um ano inimaginável. Já sabíamos que havia o ciclo, com retenção de fêmeas, mas não dava para imaginar aonde o preço chegaria. O boi voltou a ser uma reserva de valor. Quem tem vaca, viu seu capital multiplicar de forma grandiosa.
A procura chinesa acabou antecipando a produção de animais até mesmo nas áreas extensivas. E temos quase 30 indústrias esperando para habilitação e poder vender para os chineses. Se o Governo Federal for prudente e parar de causar problemas, vai ser ótimo para a cadeia da carne.
No Boi China, temos obrigações a cumprir que outros produtores não têm. Em compensação, recebemos a mais pelos 30 meses, dois dentes etc., o que acaba valendo a pena.
Em 2019, abatemos algo como 24 milhões de cabeças de bovinos pelo SIF. 2020 deve registrar 21,6 milhões, com um aumento médio dos animais abatidos. Somos os protagonistas de uma revolução. Crescemos nossas vendas externas em 700 mil toneladas em 2020, sobre 2016. E estamos mais responsáveis. Precisamos pensar na continuidade desta evolução, agregando valor e conquistando novos mercados.
MÁRCIO REZENDE| DEFESA AGROPECUÁRIA DO MAPA
Nosso trabalho ganhou um vigor impensável com a chegada do novo coronavírus. Passou a ser vital, uma garantia de abastecimento, ocupação de mercados e lucro crescente para a balança comercial.
Precisamos refletir muito bem antes de fazer contestações sobre tratamento diferenciado. Algumas questões ficam no âmbito da Organização Mundial do Comércio e são complexas, demoradas, podem não ser uma boa opção mercadológica.
Temos uma agricultura e uma pecuária absolutamente sustentáveis. Se não fosse a percepção do desmatamento, seríamos respeitadíssimos. Temos que ser transparentes, comunicar e fazer a lição de casa. E saber que tem gente do mal mesmo. Ongs, países, grupos específicos. Teremos que conviver com isso.
Temos que evoluir na questão do bem-estar animal. Colocar o que é efetivamente a vida inteira do animal em nosso País.
Produção e venda a mais significam turnos extras de inspeção, trabalho redobrado, certificar, tocar a máquina, análises 24 horas por dia. O que não combina com o horário comercial de trabalho do servidor público. E fizemos tudo isso em 2020.
RAFAEL RIBEIRO | SCOT CONSULTORIA
Um ano de aumento intenso de vários produtos da fazenda. E com o desafio de produzir com boas margens diante dos custos de produção. Agora, a cautela é com o clima, principalmente no mercado de grãos.
Demorou para começar a chover, mas a partir do fim de outubro melhorou bem. Porém, existem regiões que só viram água no fim de novembro. O Brasil é imenso e a janela de plantio deve judiar um pouco do produtor nesta safra 2020 / 2021.
As variáveis são as mesmas sobre lavouras e animais. Temos que ficar atentos e monitorando clima, câmbio, safras. Penso que o Agro vai ter um ótimo ano em 2021.
HIBERVILLE NETO | SCOT CONSULTORIA
Acredito em uma arroba de R$ 250 em maio de 2021. Com um aumento sutil na oferta de boiadas. E uma elevação modesta no consumo do brasileiro. O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) fala em chineses comprando 6% a mais de carne bovina em 2021, o que é um bom patamar. Sem falar em outros clientes nossos, que vão continuar comprando. Com a Europa sendo um cliente famoso, dá notoriedade, mas representa apenas 8% dos negócios.
2020 deve fechar as contas com uma queda de 10% no abate de bovinos. E a reposição em 2021 deverá continuar cara, só amenizando em 2022. Somente as categorias mais jovens podem ter um valor mais atraente para os recriadores.
Nem tudo sobe ou cai indefinidamente. Tem limite para os dois lados. Quando entendermos isso, trabalharemos melhor a Gestão e os instrumentos de produção. Se a vacina realmente chegar para todos, em pouco tempo a pandemia vai ser coisa do passado. E mudar tudo o que estamos discutindo.
ALCIDES ‘SCOT’ TORRES | SCOT CONSULTORIA
China e Hong Kong compram 67% da carne bovina brasileira. Todos os outros importadores diminuíram as compras em 2020. É bom fazermos as contas e tratarmos bem os nossos melhores clientes.