12 de março de 2024

Inoculantes Biológicos

Tecnologia cresce acima de 15% ao ano desde 2009 e promete ainda mais no milho e nas gramíneas 

O crescimento do mercado de inoculantes biológicos tem sido bastante expressivo nos últimos anos em todo o território brasileiro, somando mais de R$ 423 milhões de vendas somente no ano passado. Paraná, São Paulo, Mato Grosso e Goiás são os estados brasileiros que lideram o uso da tecnologia nas lavouras. Os dados são coletados das indústrias associadas à Associação Nacional de Produtores e Importadores de Inoculantes (ANPII). Analisando uma longa série histórica da entidade, iniciada em 2009, o crescimento também é significativo, numa média acima de 15% ao ano. Só em 2022, as 12 indústrias associadas entregaram mais de 134 milhões de doses de inoculantes biológicos nas diversas culturas agrícolas do Brasil, principalmente de soja, milho, cana, trigo e feijão.

“Os insumos biológicos vêm ganhando força no campo como alternativas aos insumos tradicionais, com várias finalidades e benefícios, como o de suprir o nitrogênio através da fixação biológica de N, a solubilização de nutrientes, como o fósforo presente nos solos, mas indisponível para as plantas, e a promoção de crescimento através da liberação de fitohormônios pelas bactérias do bem”, explica Solon Cordeiro de Araújo, diretor executivo da ANPII. De acordo com ele, a inoculação de bactérias benéficas é uma técnica que oferece muitas vantagens, já que são empregados microrganismos naturais que tornam a agricultura nacional cada vez mais sustentável econômica e ambientalmente. Os tradicionais inoculantes biológicos baseados em bactérias do gênero Bradyrhizobium representaram 57,4% das vendas levantadas em 2022, mas outros produtos mais novos no mercado, como Azospirillum e Pseudomonas, já responderam por 38,6% do valor todas das vendas no Brasil, mostrando que a inovação não pára no setor.

Quando se trata das culturas mais beneficiadas, a soja lidera a utilização com 81,8% do valor das vendas. Já o milho corresponde a 11,5% e a cana vem na sequência com 2%. “Além dos bons resultados nessas culturas, os inoculantes têm se mostrado poderosos aliados em outras lavouras, como trigo e feijão”, afirma Solon. No caso específico da soja, de acordo com o diretor executivo da ANPII, “a pesquisa oficial registra uma média de 8% no aumento da produtividade, com a reinoculação, ou seja, utilização de inoculação em todas as safras, com bactérias do gênero Bradyrhizobium”. Solon ainda destaca: “Sabemos também que a coinoculação, a utilização conjunta de Bradyrhizobium e Azospirillum, proporciona ganhos de 16% na produtividade. São números extremamente positivos e que reforçam o papel de sustentabilidade econômica dos inoculantes biológicos na sojicultura nacional, além da dispensa do uso de fertilizantes químicos nitrogenados”.

Na cultura da soja, a mais importante no Agro nacional e mais tradicional no uso dessa tecnologia, de acordo com dados coletados por institutos de pesquisa, os inoculantes foram adotados em mais de 80% da área plantada na safra 2022 – 2023. Já a coinoculação ficou entre 35% e 40% da área da cultura em território brasileiro. No caso do milho da safra principal, os inoculantes biológicos chegam a mais de 22% da área plantada, com avanço gradual a cada ano. “O uso desses biológicos no milho tende a crescer ainda mais nas próximas safras, uma vez que recentemente houve recomendação da Embrapa da possibilidade de redução de até 25% dos fertilizantes químicos nitrogenados utilizados na cultura, com a implementação de inoculação com Azospirillum, após mais de 10 anos de condução de trabalhos científicos, nas mais importantes áreas produtivas da cultura no Brasil”, complementa Solon, apontando para um cenário ainda mais promissor quando se trata do mercado de inoculantes biológicos em gramíneas.

A ANPII, como entidade oficial das empresas do segmento, vem suportando esse crescimento da tecnologia, por meio de inúmeras ações no âmbito político, regulatório e científico, que são responsáveis tanto pela evolução no número de empresas associadas quanto pela maior adoção de seu uso no campo, nas diversas situações de uso.

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