25 de abril de 2022

Grupo Lavoro expande negócios e deve faturar R$ 7,5 bilhões na safra 21/22

Grupo Lavoro expande negócios e deve faturar R$ 7,5 bilhões na safra 21/22

O setor de distribuição de insumos agrícolas no Brasil vem passando por uma forte transformação nos últimos anos. Até então muito fragmentado, com revendas de insumos de diversos portes atuando por todo o País, o segmento passa por um movimento de consolidação rápido e ainda novo para os padrões do agronegócio brasileiro. Para compreender rapidamente essa tendência, basta observar a trajetória de expansão do Grupo Lavoro. A companhia, fundada em 2017, foi criada a partir da aquisição e fusão de mais de 20 distribuidoras de grande e médio porte, sob o controle do Fundo Pátria Investimentos.

Uma das principais estratégias de negócios do grupo é continuar crescendo de forma orgânica, ou seja, por meio da abertura de novas lojas sob as bandeiras das investidas, e de forma inorgânica,
com a aquisição de novos players. A expectativa é de que mais de 30 lojas sejam abertas somente em 2022. Segundo Marcelo Abud, Presidente da Lavoro, mais de 50 revendas estão sendo estudadas atualmente para fusões e aquisições. “Estamos abertos a novos negócios, sempre considerando parceiros que estejam alinhados aos nossos valores e pilares, que são baseados em solidez, presença, atualidade e confiança”, destaca.

Com mais de 190 lojas no Brasil e na Colômbia, e cerca de cinco anos de atuação no mercado, o grupo já desponta como a maior distribuidora de insumos agrícolas da América Latina. O faturamento no ciclo 20/21 superou a marca de R$ 6 bilhões. A expectativa, para a safra 21/22, é faturar mais de R$ 7,5 bilhões, mantendo o atual nível de crescimento orgânico anual, que gira
em torno de 25%.

No Brasil, a companhia já marca presença nas regiões Centro-Oeste (Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás), Norte (Tocantins e Rondônia), Sudeste (São Paulo e Minas Gerais) e Sul (Paraná
e Santa Catarina). Com três distribuidoras na Colômbia e um escritório no Uruguai, a empresa agora vislumbra oportunidades de negócios no Paraguai, Uruguai e Chile.

Já são mais de 55 mil clientes atendidos, por meio da sua presença física e digital, nas principais regiões agrícolas da América Latina. As principais culturas cobertas são: soja, milho, algodão,
café, feijão, arroz, cana, trigo, citrus e pastagens.

O portfólio oferecido aos clientes é amplo e conta com marcas líderes em sementes, fertilizantes, defensivos agrícolas, fertilizantes foliares, insumos biológicos, entre outros produtos inovadores
para agricultura e pecuária. E, agora, a empresa acaba de lançar uma nova linha de fertilizantes especiais e adjuvantes: a Essenziale.

“O mundo exige uma agricultura cada vez mais eficiente, porém ainda mais alinhada aos compromissos socioambientais. Nesse cenário, a Essenziale surge para ressignificar o que é realmente é essencial para o campo: produtividade e eficiência, aliadas à sustentabilidade.

A linha será uma das mais completas do mercado e atenderá todos os ciclos da produção rural, do plantio à colheita, em cinco segmentos: pré-plantio, plantio e sementes; vegetativo; pré-florada;
reprodutivos e adjuvantes”, conta Abud. Além da forte presença no campo, com uma equipe especializada de mais de 800 técnicos e engenheiros agrônomos em toda a América Latina, disponíveis para visitas e contato direto com clientes nas fazendas, o grupo também vem apostando em soluções tecnológicas que otimizam e simplificam a vida do produtor rural.

Uma das pioneiras do setor de insumos agrícolas na área digital, em 2020, a Lavoro colocou no ar seu canal digital de vendas, o CompreLavoro, capaz de atender às necessidades de agricultores, agrônomos e outros profissionais do agronegócio. “O CompreLavoro cresce a cada dia, e hoje já é reconhecido como o marketplace do agronegócio brasileiro. Neste ano safra, nossa expectativa é
faturar entre R$ 300 milhões e R$ 400 milhões apenas com as vendas online. A meta é que as transações realizadas no ambiente digital representem 5% do faturamento total do grupo em breve”, explica o executivo.

Ainda no universo high-tech, em 2021, a companhia lançou o aplicativo Minha Lavoro, dando ainda mais protagonismo ao produtor rural. Acesso a produtos e serviços diversificados; status de crédito; consumo e histórico de pedidos; antecipação de pagamentos; emissão de boletos; relatório de acompanhamento de campo; informações técnicas; pré-cotação de produtos e romaneio digital; além de serviços, como previsão do tempo, cotação do dólar, grãos e notícias do mundo agro, são algumas das funcionalidades já acessíveis por meio do App. O aplicativo também conta com a LIA, uma assistente virtual que visa proporcionar uma melhor experiência na jornada digital do usuário.

“Estamos agregando à nossa plataforma digital, diversos parceiros, como agtechs e fintechs. Além de insumos, nosso objetivo é conectar produtores e startups em prol de um agronegócio cada vez mais moderno e eficiente”, reforça.

Para suportar a velocidade deste crescimento, o Grupo Lavoro também segue olhando e cuidando das suas pessoas. Para Abud, os colaboradores são os maiores ativos e os grandes responsáveis pelo sucesso dos negócios. Programas de estágio e capacitação permanente estão entre as iniciativas da empresa para preparar os seus profissionais para os desafios de um agronegócio cada vez mais pujante, tecnológico e relevante para a economia mundial.

E para fortalecer o time, que hoje já reúne mais de 2.000 colaboradores em toda a América Latina, recentemente a companhia contratou Karen Ramirez, para a posição de Diretora VP de Recursos Humanos, e Marcos Strobel, como Chief Digital Officer. Com mais de 20 anos de trajetória profissional em áreas de Estratégia e Recursos Humanos, Karen será responsável por atrair talentos, das mais diversas formações e skills. Já, Strobel, que possui 33 anos de trajetória profissional em áreas de tecnologia de grandes organizações no Brasil, chega para solidificar o movimento de digitalização das lavouras.

Falando em ações de marketing, a Lavoro também vem marcando presença nos principais eventos do calendário do agronegócio brasileiro, como Dinetec, Show Safra, Parecis Super Agro, Norte Show, 10º Tour do Milho, Rondônia Rural Show, entre outros. “O retorno dos eventos presenciais está proporcionando um reencontro com os nossos clientes e parceiros e, sobretudo, são ocasiões em que criamos oportunidades únicas de mostrar todas as inovações que estamos implementando no mercado, frutos do nosso investimento em pesquisa e desenvolvimento. Somente na Dinetec, passamos dos R$ 120 milhões em novos negócios, principalmente na modalidade de barter, uma das nossas especialidades”, comemora o Presidente da Lavoro.

Em 2021, o PIB (Produto Interno Bruto) do agronegócio registrou um crescimento real de 8,36%, em comparação com 2020, segundo levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil). Embora para 2022, as perspectivas sejam de desacelaração para o indicador, principalmente devido a fatores macroeconômicos e impactos do conflito entre Rússia e Ucrânia, o agronegócio continua sendo essencial para a economia mundial e segue resiliente. O Grupo Lavoro acompanha estes movimentos, mas não pensa em tirar o pé do acelerador. Expansão é a palavra de ordem.


GRUPO LAVORO

# Controle do Fundo Pátria Investimentos
# Atende mais de 55 mil clientes
# Presença em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins, Rondônia, São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná e Colômbia
# Foco em expandir as atividades no Brasil e em países da América do Sul
# + de 190 lojas no Brasil e na Colômbia (Grupo Gral, AgSe e Cenagro)
# 22 lojas abertas apenas em 2021
# 2.500 colaboradores
# Escritórios em São Paulo, Curitiba, Ponta Grossa, Cuiabá, Bogotá e Montevideo
# Portfólio com marcas líderes em sementes, fertilizantes, defensivos agrícolas, fertilizantes foliares e insumos biológicos
# Principais culturas atendidas: soja, milho, algodão, café, feijão, arroz, trigo, citros e pastagens
# Crescimento em insumos: 29,1%
# Plataforma on-line: www.comprelavoro.com.br

REDES ADQUIRIDAS

# Lavoro Agrocomercial
# Impacto Insumos Agrícolas
# Agrovenci
# Central Agrícola
# América Insumos
# AGSE (Colômbia)
# Grupo Cultivar
# Denorpi
# Deragro
# Futuragro
# Gral (Colômbia)
# Integra Insumos
# Grupo Pitangueiras
# Plenafértil
# Produtec
# Qualicitrus
# Realce
# Produttiva
# Cenagro (Colômbia)
# AgroZap
# Nova Geração

CULTURA LAVORO

# Atuação: forte presença no campo, com equipe especializada para visitas técnicas e contato direto com os clientes
# Missão: servir aos produtores na América Latina, fornecendo insumos e serviços em todo o seu ciclo produtivo
# Três linhas principais de negócio: Distribuição, Redistribuição e Fabricação/Importação de insumos
# Processos: estabelecer práticas fortes e modernas de gestão
# Impactos: direcionar resultados superiores aos clientes e ao Agro Latino-Americano
# Programas sociais

FUTURO LAVORO

# Faturar mais de R$ 7,5 bilhões no ano safra 2021 – 2022
# Alta de 25% em receita na safra 2021 – 2022
# Ganhar cada vez mais mercado
# No Brasil, avançar no Rio Grande do Sul e MATOPIBA
# Abrir 30 lojas neste ano
# Fusões e aquisições no Paraguai, Uruguai, Chile e Peru
# Faturar até R$ 400 milhões neste ano com o canal de vendas digital CompreLavoro

PILARES LAVORO

# Presença: estar presente nas regiões estratégicas para o agronegócio, expandindo na América Latina
# Solidez: um grupo com o suporte financeiro tão necessário para assegurar sustentabilidade ao negócio do agricultor
# Atualidade: uma equipe conectada e atualizada, com plataforma de negócios inovadora, ágil e mais eficiente
# Confiança: equipe experiente e focada em dar suporte ao agricultor. Gestão rigorosa de todos os pedidos. Garantia em cada entrega

LAVORO AMBIENTAL

# Diminuindo as emissões de CO²
# Economizando o uso de combustíveis
# Racionalizando a utilização de energia
# Tratando os resíduos
# Usando bem a água

LAVORO SOCIAL

# Colheita do Bem: R$ 1,5 milhão para organizações sociais locais
# Plante Amor – Colha Esperança: arrecadação de alimentos e doação de sangue
# Unilavoro: capacitação para desenvolvimento profissional e pessoal dos colaboradores
# SSMA: adesão total no programa de Saúde e Segurança
# Certificação Great Place to Work

LAVORO GOVERNANÇA

# Pacto Global Rede Brasil
# Instituto Ethos
# Empresa Limpa


A Lavoro quer ser a melhor distribuidora de insumos agrícolas do mundo!

Se eu fosse você, acreditaria piamente neste paulistano de 47 anos, casado, pai de gêmeas. Marcelo Abud, Presidente da Lavoro, respira o ar da fazenda desde criança, quando visitava a propriedade da família do pai, na região de Jaú e Barra Bonita, no interior de São Paulo, brincando com os avós entre lavouras de café e cana.

Começou cedo na distribuição, no setor de bebidas, assim que terminou a universidade de Administração de Empresas. Foram 20 anos de Ambev e InBev, percorrendo e morando praticamente no Brasil inteiro, nos Estados Unidos e no Canadá. Em 2018, passou a integrar o Conselho da UISA, antiga Usinas Itamarati, empreendimento erguido pelo icônico empresário Olacyr de Moraes. Quase ao mesmo tempo, decidiu mudar de área, ‘conversou com a patroa’ e optou por fincar o pé no Brasil. Sossegar? Que nada. Depois de ajudar na transição do cargo que ocupava, foi convidado pelos sócios do Fundo Pátria para trabalhar no setor de Food Service, em plena pandemia de Covid-19. E o resultado não poderia ter sido melhor. Tanto que o fundo não hesitou em fazer o convite para ele pilotar um negócio chave, o Grupo Lavoro, no ano passado. “Demorei para responder. Foram dois segundos”, brinca Abud.

E o projeto vem dando muito certo. A companhia fechou o ano safra 2020/2021 com faturamento de R$ 6 bilhões, e agora quer ultrapassar a marca dos R$ 7,5 bilhões para o próximo, com previsão de abertura de mais 30 novas lojas somente em 2022.

Confira agora os planos do executivo em uma entrevista exclusiva que ele concedeu à AgroRevenda.

AgroRevenda – Por que o Agro?
Marcelo Abud – Sempre gostei muito do segmento. Apesar de ser paulistano, frequentei fazendas desde criança. Meu pai nasceu em uma propriedade que cultivava cana-de-açúcar e café. Nossa
família sempre esteve no agronegócio, assim como no comércio, na região de Jaú e Barra Bonita. Eu ia ao campo sempre. Durante as férias, ficava com meus avós.

AgroRevenda – E você teve um pé no setor mesmo antes da Lavoro, não?
Marcelo Abud – Sim. Eu comecei profissionalmente na administração, fui para o ramo da distribuição, trabalhei muitos anos na Ambev e InBev, mas, na verdade, sempre estive ligado ao universo agro. Por exemplo, em 2006, liderei um projeto de consultoria, ainda pela Ambev, na cadeia de cevada. Em 2018, passei a integrar o Conselho da UISA, antiga Usinas Itamarati. Isto é, a ligação sempre houve e sempre gostei muito do segmento. Apesar da maior parte da minha carreira ter sido no ramo de distribuição de bebidas.

AgroRevenda – Como foi a experiência no setor de bebidas?
Marcelo Abud – Fiquei durante vinte anos no Grupo Ambev e InBev, sendo quinze no Brasil e cinco nos Estados Unidos e no Canadá. Aqui, atuei nas áreas Comercial, Financeira e de Distribuição. Foi quando o presidente da Ambev no Brasil na época, o João Castro Neves, foi nomeado presidente da Budweiser nos Estados Unidos. E ele me chamou para ocupar a vice-presidência de vendas. Depois, como o João também era responsável pela operação canadense, convidou-me para presidir a Bud lá.

AgroRevenda – E a entrada na Lavoro?
Marcelo Abud – Em algum momento de 2018, eu decidi sair da Ambev. Já tinha morado e trabalhado em três países, vivido em diversas cidades brasileiras e já era pai de duas meninas gêmeas. Falei com minha mulher e decidimos que era hora de criarmos raiz. E, na época, também pensava em mudar de carreira. Falei com o Grupo, fiquei um ano lá ainda, para ajudar na transição, voltei ao Brasil, auxiliei no processo aqui também e, neste tempo, conheci os sócios do Fundo Pátria e eles me chamaram para ser CEO de uma empresa que eles gerenciavam, a Delly´s Food Service,  onde fiquei um ano. Esse setor foi bastante impactado no período, porém, embora estivéssemos em plena pandemia, encontrei uma equipe de trabalho maravilhosa e atuamos muito bem, diversificamos os negócios e obtivemos um resultado muito bacana. Foi quando eles me chamaram para falar sobre a Lavoro.

AgroRevenda – Por falar em ‘morar no mundo’, você andou bastante pelo Brasil, não? 
Marcelo Abud – Eu e minha família já passamos pelo Piauí, Maranhão, Ceará, Ribeirão Preto, onde nasceram minhas filhas, São Paulo, Fortaleza e Minas Gerais.

AgroRevenda – E a Lavoro…
Marcelo Abud – Os sócios do Pátria conversaram comigo e disseram que tinham gostado da minha experiência na Delly`s e que havia a Lavoro, a maior empresa de capital fechado de que eles eram acionistas. Falaram que eu conhecia distribuição, sabiam que eu gostava do universo agro, e que gostariam de contar comigo para os desafios do setor, que não era só crescer no mercado de revenda agrícola, mas, sim, de tecnologia, gestão, inovação e crédito. Um processo novo. Também alegaram que eu não conhecia as especificidades técnicas de produtos como defensivos, fertilizantes, sementes, e outros, mas que seria um caminho diferente e que já tinham uma equipe muito boa na operação.

AgroRevenda – Você demorou a responder?
Marcelo Abud – Sim. Dois segundos (Rs!). E, explico. Primeiro, sempre gostei do setor. E o agro do Brasil está para a economia mundial como o futebol. Palavra de quem já trabalhou lá fora.
É uma vocação do nosso país. Aliás, acho que é o único setor da economia em que podemos ser os melhores do mundo. Um setor que não parou mesmo com uma pandemia. Muito pelo contrário, cresce sem parar.

AgroRevenda – Quando você morou nos Estados Unidos, conseguiu ver as principais diferenças entre a distribuição brasileira e a americana?
Marcelo Abud – Não fui muito a fundo neste ponto, mas acompanhava de alguma maneira como funcionava, até porque fazíamos compras de insumos para produzir cerveja, como trigo e cevada. E consegui detectar quatro questões fundamentais. Primeiro, a rapidez da consolidação e a velocidade da profissionalização da cadeia. Muitos produtores grandes. Era impressionante.
Eu morava em St. Louis, ao lado do ‘cinturão do milho’. Companhias avançando e consolidando os negócios, outras grandes entrando no segmento. Em segundo lugar, a infraestrutura do país. É uma malha maravilhosa de rodovias, ferrovias, hidrovias e portos. Muito investimento. É fácil demais escoar produtos de um lado para outro lá. Em terceiro, há uma bancada de congressistas
que defende o agronegócio deles. Incluindo representantes da Distribuição. Os deputados e senadores têm uma forte ligação com o Governo Federal e conseguem incluir os temas do setor na pauta do Executivo e da administração pública. Em quarto lugar, a questão da inovação, das novas tecnologias. O produtor rural americano é ávido por novidades. As revendas menores tinham um espaço segmentado e eu peguei o começo da coisa da tecnologia, há cinco anos. A venda de insumos por aplicativos, por exemplo. E eu até achava que estávamos muito longe disso e hoje estamos fazendo praticamente o mesmo aqui.

AgroRevenda – Voltando ao Grupo Lavoro, como foi a sua chegada?
Marcelo Abud – Meu time direto não é tão grande, são sete pessoas que se reportam a mim. Mas é uma equipe de profissionais experientes, conhecedores da atividade. Então, procurei escutar, entender e começar a priorizar as iniciativas. E dá-lhe ‘pé na estrada’. Viajando demais, o Brasil inteiro, indo à rede de lojas, conversando com produtores, ouvindo muito, para aprender e absorver o máximo de informações. E vislumbramos três oportunidades. A primeira ação foi levar mais informação e soluções tecnológicas ao agricultor. Estamos caminhando para uma base de quase 60 mil clientes, com as últimas aquisições, e o pequeno tem essa necessidade. Não queríamos ser apenas uma revenda de produtos e, sim, provedores de informação de qualidade para o produtor. Na sequência, ouvimos de muitos deles que desejavam mais novidades. Então, precisávamos de um portfólio bem completo, para a fazenda comprar da Lavoro tudo o que ela precisa. Por fim, uma meta decisiva era crescer nas regiões mais promissoras, via aquisição, que é o DNA da Lavoro, ou com lojas próprias. E essas três metas passaram a ser minha obsessão e permanecem sendo.

AgroRevenda – O Brasil pode chegar a ter distribuidores com até três mil lojas, como ocorre nos Estados Unidos? 
Marcelo Abud – A Lavoro é a maior distribuidora de insumos da América Latina e, especificamente no Brasil, temos um market share que ainda podemos melhorar, e muito. Há um espaço enorme nesse sentido. Hoje, temos quase duzentas lojas, entretanto, penso que seremos, cada vez mais, multicanal. Lojas de atendimento, unidades menores, pontos de depósito, site próprio, revendas estruturadas, presença em importantes marketplaces. O mundo não caminha apenas para lojas físicas e, sim, pontos de contato com o produtor, vendendo para eles, atendendo, fazendo assistência, marcando presença nas propriedades rurais, comercializando pelo WhatsApp, aplicativo, entre outros. Logo, acredito que até podemos ter três mil pontos de contato, desde que
sejam diversos, para atender melhor, de acordo com o desejo do cliente. Entregaremos o que ele precisar. Da maneira que ele achar mais conveniente.

AgroRevenda – E a tradição da revenda do atendimento físico?
Marcelo Abud – Certamente, vai permanecer. O Brasil é um país enorme, com desafios na estrutura logística e de conexão com a internet. A loja física ainda é um diferencial, tem muita importância para o produtor.

AgroRevenda – Qual é a estratégia de negócios da Lavoro?
Marcelo Abud – Sempre olhamos para três pilares. Expansão, com a compra de novas empresas, em áreas onde não estamos, companhias de mesma filosofia, sérias, corretas, que trabalham bem. E abertura de lojas, um crescimento orgânico. Em seguida, a tecnologia. Estamos incrementando a nossa loja virtual, queremos ser o portal de acesso do produtor brasileiro. E  conseguiremos. Por fim, o portfólio, sempre oferecendo mais alternativas aos produtores. São nossas metas estratégicas. Inovação, crescimento e tecnologia.

AgroRevenda – A tecnologia segue amparando o bom agronegócio?
Marcelo Abud – Ela dá velocidade, traz recursos novos para você desenvolver coisas que não conseguia antes. E atinge dados de produtos e desenvolvimento da fazenda que o produtor não alcançava. Sem falar no 5G. Vai ter internet em tudo quanto é fazenda do Brasil. O produtor encontra uma praga nova no interior de Mato Grosso, tira uma foto e manda para a Lavoro. Encaminhamos para os nossos especialistas e damos uma resposta com velocidade, recomendando soluções adequadas da nossa prateleira. A tecnologia vai propiciar inúmeras saídas ao segmento. Por isso, nosso maior investimento hoje é em tecnologia.

AgroRevenda – E a Lavoro, o que mira no futuro?
Marcelo Abud – Nós seguimos com o propósito de ser uma revenda internacional, de alta capilaridade. No Brasil, temos que reforçar posições em algumas regiões, expandindo onde já estamos, como Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. Também precisamos encontrar o parceiro certo para o Rio Grande do Sul, onde não marcamos presença ainda. O mesmo ocorre no Nordeste, Norte e MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). São áreas que olhamos com carinho. E sempre encontrando os parceiros certos. Ainda temos muitas oportunidades de crescimento geográfico. Ao mesmo tempo, é preciso entender que comprar uma empresa, achar um bom parceiro, não é tão simples. Estamos olhando. E seguimos perseguindo boas empresas nesses locais.

AgroRevenda – Sempre de olho no pequeno e médio produtor?
Marcelo Abud –
É o nosso foco. Mas é importante frisar que a gente está criando uma área de contas chave, para acessar onde a indústria não vai direto ao produtor. Queremos avançar firme aqui, também, e, nos dois casos, sustentando os pilares de Crescimento, Tecnologia e Inovação.

AgroRevenda – E o sonho do Marcelo, qual é?
Marcelo Abud – Desde que comecei a trabalhar, gosto de sonhar grande. E no segmento em que atuamos não é difícil ter essa postura. Desde que sejamos confiantes e humildes. Pretendemos
transformar, de fato, a Lavoro na melhor empresa de distribuição agrícola do mundo. Do Brasil, já somos. Não será uma tarefa fácil, nem simples, mas é o papel que queremos cumprir nos próximos dez anos. Somos humildes. Mas somos ambiciosos.

MARCELO ABUD, PRESIDENTE DO GRUPO LAVORO
# Nasceu em São Paulo – Capital | 47 anos
# Casado | Pai de gêmeas
# Graduado em Administração de Empresas – Fundação Getúlio Vargas
# Especializações na Business School (SP) e Northwestern University (EUA)
# Atuou na Ambev, InBev e Delly´s Food Service
# Assumiu o Grupo Lavoro em maio de 2021


LINHA DO TEMPO

2016
# Início da busca por ativos

2017
# Nasce o Grupo
# Compra do Grupo Gral, na Colômbia, e Lavoro Agro no Brasil

2018
# Mais duas grandes aquisições: Grupo Pitangueiras e Impacto

2019
# Compra da Agrovenci e GP Produtec

2020
# Grupo passa a se chamar Lavoro
# Crescimento orgânico de 29,1%
# Receita de R$ 5,42 bilhões
# Alcança 40 mil clientes e 30 milhões de hectares cobertos
# Adquire: Central Agrícola, AgSe, Integra, Qualicitrus, America, Cultivar, Deragro, Futuragro, Denorpi, Plenafértil, Realce
# Chega a 148 pontos de venda
# Lançamento da comprelavoro.com.br | Plataforma de vendas digitais
# 1º ano de funcionamento faturou R$ +100 milhões em vendas

2021
# comprelavoro.com.br alcança vendas de R$ 204 milhões
# Conquista do selo ‘Great Place to Work’
# Adquire: Produttiva, AgroZap, Cenagro e Nova Geração
# Lança o aplicativo Minha Lavoro

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