Comércio eletrônico no Agro!
A Transformação do mercado de insumos agrícolas no Brasil pelo e-commerce
Renato Serephim – seraphim.renatocesar@gmail.com
Alimentos e agronegócios formam uma indústria global de mais de US$ 5 trilhões e, à medida que aumenta a demanda por alimentos em todo o mundo, essa oportunidade gera enormes interesses de investimento global em toda a sua cadeia de valor. E a inovação por meio da tecnologia e da digitalização tem sido vista como soluções totalmente necessárias. A demanda por alimentos está aumentando, os fornecedores estão buscando maior distribuição e acesso à cadeia de suprimentos, os clientes estão pedindo rastreabilidade de alimentos, estão querendo maior transparência de preços bem como acesso mais rápido às informações. Com tudo isso, novas plataformas digitais estão surgindo todos os dias para atender essa necessidade do mercado. De acordo com o Agri-FoodTech Funding Report 2019, da AgFunder, US$ 786 milhões em financiamento – ou 4% do investimento total no espaço agro-foodtech, foram investidos em Marketplaces do agronegócio no ano passado. Isto em 104 negócios e com um tamanho médio de US$ 1,5 milhão. Quem está desenvolvendo esses mercados e as plataformas digitais de agronegócio e onde?
Dois grandes perfis de organização surgiram quando analisamos os mercados de agronegócios e plataformas de comércio eletrônico existentes. Em primeiro lugar, estão as startups, baseadas principalmente em mercados emergentes, que buscam revolucionar o setor por meio da transformação digital. Elas visam melhorar e agilizar os processos de aquisição, fornecer maior transparência de preços e permitir a proveniência por meio da tecnologia blockchain ou outras. Em segundo lugar, estão as grandes multinacionais, como Cargill, Bunge, US Foods, Bayer e Nestlé. As startups de comércio eletrônico dos agronegócios estão recebendo a maior parte dos recursos. Desde o início de 2010, vários players iniciaram suas plataformas online em todo o mundo. Nos EUA, como a Agroy e a CommoditAg, fundadas em 2017, e a Agrellus, criada em 2015. Na França, a Agriconomie, fundada em 2014, que é uma varejista online que pretende se tornar a ‘Amazon de suprimentos agrícolas’. No Reino Unido, a Yagro começou como um mercado on-line que conecta agricultores a seus fornecedores e busca aliviar os pontos problemáticos experimentados pelos agricultores na compra e aquisição de insumos, permitindo que eles solicitem cotações e façam pedidos on-line. Hoje, a Yagro oferece seguro agrícola aos agricultores e verificações comparativas de preços em tempo real, que permitem que as fazendas comparem anonimamente sua conta de agroquímicos com preços 100% verificados do resto do mercado.
Também as multinacionais estão investindo em comércio eletrônico. Cargill e US Foods investiram na implantação de seus próprios eCommerce e/ou marketplaces de agronegócios em 2019 e, no mesmo ano, a Bayer, através da sua plataforma Orbia, foi iniciada no Brasil. Essas startups/empresas do agronegócio se comprometeram a oferecer diferentes produtos e serviços dentro da cadeia de valor da agricultura e o que é mais importante nesse momento é terem foco e saberem qual dor do agricultor estão resolvendo. Aqui no Brasil, várias delas se destacam:
Onde será a próxima onda de evolução nos mercados do agronegócio? Não há dúvida de que os marketplaces continuarão a crescer em domínio como modelo de negócios em vários estágios da cadeia de valor do setor agrícola. Então, quais são as próximas ondas de tendências que impactam essa tecnologia de plataforma de mercado? Eu acredito que há pelo menos quatro áreas em que esperamos aumentar o foco, os investimentos e as implantações:
No Brasil, um milhão de agricultores e pecuaristas fazem 95% do mercado, ou seja, não é tão difícil chegar até eles, o que faz com que o nosso desafio de estar presente, de conhecer bem os hábitos, as preferencias e os desafios sejam cada vez maiores. As plataformas digitais precisam vir para nos ajudar na personalização e para oferecer um processo de compra conveniente e sem interrupções. Essas precisam gradualmente se tornar um diferencial essencial para adquirir novos clientes e impulsionar a retenção e a maior fidelidade.
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