10 de janeiro de 2021

Agro, o objeto de desejo!

Investidores estão cada vez mais interessados no agro. Por que agora?

Os riscos intrínsecos do agro sempre o afastaram dos investidores, mesmo com o
crescimento pleno e a alta rentabilidade do setor. Mas, nos últimos tempos, começamos a presenciar uma entrada cada vez maior do mercado de capitais no
agronegócio. Por que isso está acontecendo agora?

Por dois motivos: o momento e a tecnologia. Quando falamos de crédito subsidiado, estamos vendo o crédito ficar cada vez mais caro quando comparamos com a taxa básica de juros, a Selic. Então se, por exemplo, antes o crédito rural era fornecido a 50%, a 60% da taxa básica de juros, agora, temos 300%, 400%. Com a Selic a 2% e o crédito sendo concedido de forma subsidiada, digamos, a 8%.

Essa rentabilidade de 8%, 10%, passou a ser atraente para o investidor que antes ficava rentista, por exemplo, no Tesouro e que, agora, não tem mais essa opção e precisa colocar a poupança na economia real. E qual economia real melhor nesse momento, em 2021, que o agro? Nenhuma.

O cenário positivo é atrativo, mas ele por si só não é suficiente. O alto risco não é a barreira de entrada. Trabalhar com esse cenário é aceitável para o investidor porque o rendimento é proporcional. O obstáculo é o investidor não conseguir medir os riscos da operação. E, no agro, isso sempre foi um problema que atualmente é solucionado com a tecnologia. Recursos como monitoramento via satélite, análise por inteligência artificial e uso de dados complementares (como documentos governamentais) fazem com que seja possível mensurar com alta precisão o risco de uma operação financeira no agro. O investidor passa a conhecer a terra do produtor, quanto ela realmente pode produzir, quanto ela pode render e quais são as probabilidades de quebra de safra. Ou seja, o quanto seu investimento está exposto ao risco.

E ele tem essa visão não apenas na análise antes do financiamento, mas de maneira recorrente a cada etapa do desenvolvimento da lavoura até a colheita. Isso possibilita que o investidor aja em tempo hábil e que, em caso de uma eventual expectativa de prejuízo, ele possa tomar uma ação como a renegociação da dívida ou a adição de garantias complementares. Com a mensuração de riscos que a tecnologia possibilita e o momento favorável, o agro se mostra uma alternativa com alto rendimento, que não acompanha as flutuações do mercado tradicional e que ainda traz um grande volume para ser investido.

Bernardo Fabiani é Diretor Executivo da TerraMagna.

 

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