Primeiro registro negativo na exportação! Riba Ulisses

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O Brasil terá, pela primeira vez, dois anos seguidos de prêmios negativos de exportação para soja e milho.
Tudo culpa da deficiência na cadeia logística do nosso país.
É o que revela um estudo encomendado pela Kepler Weber, líder na América Latina em soluções para armazenagem, beneficiamento e movimentação de grãos.
E divulgado durante a Agrishow, em Ribeirão Preto, interior de São Paulo.
 

O prêmio de exportação dos grãos pode ser positivo ou negativo, e sua formação dependerá de algumas variáveis, como câmbio e, no caso da soja, por exemplo, do valor pago em Chicago (EUA) em comparação com o preço do grão ao chegar no navio (Free on board).
O prêmio leva em consideração a origem e o destino do produto exportado, a qualidade, a oportunidade, o frete marítimo, a demanda e a eficiência do porto exportador.

O mercado monitora esses fatores e aplica esse prêmio à cotação da Bolsa de Chicago (CBOT).
Se as condições são favoráveis no porto exportador, o prêmio recebe ágio.
Já se forem desfavoráveis, o prêmio será negativo, ou seja, com deságio.

Durante a safra, oferta e demanda nos portos também impactam os custos. Com um volume muito grande para escoar, o frete rodoviário fica mais caro, enquanto os prêmios de exportação podem sofrer depreciações. Além desta variação portuária, há a sazonalidade do prêmio nos portos. As negociações do prêmio são contínuas ao longo do ano.
Em grande parte, a origem deste problema é o fato de o Brasil conviver com um déficit de armazenagem superior a 100 milhões de toneladas.
Porque a falta de ter onde guardar o que produz impacta na formação dos prêmios para exportação.

O levantamento mostra que as perdas acumuladas nos dois anos serão maiores no milho, totalizando R$ 21,2 bilhões. No ano passado, os prêmios negativos impactaram os resultados da commodity entre maio e setembro. Neste ano, o período negativo começou um mês antes, projetado para ocorrer entre abril e setembro. 
No caso da soja, as perdas somam R$ 20,1 bilhões em 2023 e 2024. Os prêmios negativos de exportação impactaram os resultados entre março e julho do ano passado e entre janeiro e maio deste ano.

O investimento em armazenagem representa maior eficiência à cadeia do agronegócio, e, no fim do dia, é poder de decisão para o agricultor.
De quando vender, escoar, e isso leva a melhores ganhos.

Coluna Radar Agro

por Riba Ulisses

Jornalista há 38 anos. Formado na Universidade Estadual de Londrina e com especialização em Marketing na Cásper Líbero, em São Paulo. As principais experiências foram no jornalismo de televisão, e em revistas, sites e eventos ligados ao Agronegócio. Tem passagens por empresas como TV Globo, SBT, Safeway,  Jornal da Tarde, Folha de Londrina, Revista Placar e Rede Paranaense de Comunicação. Reportagem, com produção de matérias, programas e telejornais, e coordenação de equipes de trabalho em informação e entretenimento.
Desde 2017, AgroDiretor de Conteúdo no Grupo Publique.

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