20 de maio de 2021

“Patriotismo nutricional francês” – Agora sim! Por Riba Velasco

Pronto.
Finalmente, os europeus colocam em termos certos, exatos, a posição deles diante do Agronegócio brasileiro, que tem as portas fechadas por eles para a exportação de inúmeros produtos.
As desculpas sempre foram divagações sobre queimadas, desmatamento, trabalho escravo, mudanças climáticas, etc.

Pois, nesta semana, os produtores agrícolas franceses organizaram-se em uma ‘cúpula para a soberania alimentar’.
Como sempre, a tática é pedir que a Europa limite importações e aumente os subsídios para a produção local.
A Federação de Sindicatos Agrícolas alega que a dependência alimentar do país tem aumentado.
Os produtores reclamam que 25% da carne bovina, 40% dos legumes e 60% das frutas consumidas pelos franceses vêm do exterior.

E o governo da França defende agora o ‘patriotismo nutricional’, aparentemente alarmado com o volume de compra de alimentos do exterior.
A verdade nua e crua se impõe.
Não é o mercado livre.
É proteção.
O ministro da Agricultura do país, Julien Denormandie, é direto.
E diz que o frango brasileiro ou ucraniano não é a mesma coisa que um frango francês.

As aves brasileiras e ucranianas são muito consumidas nas cantinas escolares do país por serem mais baratas que o frango francês.

Certamente, ele não pensa o mesmo do vinho fabricado no país e exportado para o mundo inteiro, rendendo 8 bilhões de euros por ano.

Casa de ferreiro, espeto de pau.

A França não tem a competência produtiva de países como o Brasil em diversas áreas alimentares.
Apesar de ser uma potência no segmento.
As cadeias são caras, pressionadas pelos direitos sindicais, o inverno rigoroso, os protestos de rua que sempre apavoram os políticos.
E os novos consumidores que exigem respeito aos animais, ao meio ambiente, certificações ecológicas, etc.

Os infantes da pátria temem tornarem-se importadores líquidos de produtos agrícolas pela primeira vez em 45 anos.

Apesar dos rompantes do presidente Emmanuel Macron principalmente contra o Brasil, de olho na sua reeleição em 2022, a equação do Agronegócio francês não fecha.

Eles vão continuar poderosos em várias atividades.
Grãos, frutas, suínos, entre outras.
Mas serão obrigados a comprar cada vez mais comida de outros países.
Caso contrário, os pobres da nação e os milhões de imigrantes famintos que superpovoam as grandes cidades vão promover uma nova revolução.

E a barbárie vai ser a mesma de 1789.

Canal AgroRevenda

 

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