17 de maio de 2020

Os profissionais do AgroBrasil! Por Riba Ulisses

Vou falar com você sobre os profissionais que integram a cadeia de produção e comercialização de alimentos do Brasil.
Gente que ajudou, e ajuda, a fazer do nosso país uma das três maiores potências do Agronegócio mundial, ao lado dos Estados Unidos e da China.
Luciano Roppa, Marcos Junk e Antonio Chaker.
Três homens, três gerações, que participam da história de carnes e grãos do planeta.

Luciano Roppa é Médico Veterinário, trabalha há quarenta e oito anos no setor, no Brasil e exterior, e hoje preside a Yes Brasil, indústria que produz soluções biotecnológicas nutricionais para a produção de proteína animal.
Marcos Junk tem trinta anos de experiência no setor, é economista, professor e já passou por entidades e empresas como BRF e ÚNICA.
Morou anos no Sudeste Asiático e hoje está de volta, dando aulas sobre Agronegócio Global no Insper.
O terceiro é Antonio Chaker Neto, zootecnista e executivo da Inttegra Métricas Agropecuárias.
Conhece a fundo as informações de pelo menos duas centenas de fazendas brasileiras de pecuária.

Recentemente, os três falaram sobre o impacto da Covid-19 na produção de proteína animal.

Luciano Roppa afirma que 2020 caminhava para ser um ano incrível para o mercado de carnes, principalmente por causa da China, que ainda não resolveu totalmente o problema de desabastecimento causado pelos casos de Peste Suína Africana, a PSA.
Nos três primeiros meses deste ano, as exportações de carne suína haviam crescido 33%.
A carne de frango 9%.
E a carne bovina 5%.

Era um momento de produção máxima em todos os setores de proteína animal, com grandes expectativas de exportações e melhora da demanda interna.
Para ele, o cenário ainda é incerto.
As consequências da Covid-19 estão sendo conhecidas apenas no dia a dia, na medida em que a crise vai evoluindo.
Carne de frango, ovos e carne suína podem obter bons espaços no mercado interno porque são mais baratos que a carne bovina.
E a exportação é um excelente caminho por causa da capacidade brasileira de abastecer os mercados internacionais, além da valorização do dólar.

O professor Marcos Jank defende que a pandemia não é só uma crise de saúde, mas pode evoluir para uma crise de segurança alimentar por causa da recessão econômica mundial, as rupturas nas cadeias de suprimentos e as restrições ao comércio internacional, que podem causar desabastecimento, volatilidade de preços, pânico e instabilidade social.
Ele  prevê que agora começam as restrições ao comércio internacional alimentar, com o retorno do conceito de ‘estado-nação’, os controles rígidos de fronteiras e o favorecimento da produção e dos produtores locais.
Marcos Jank ainda enfatiza que as melhores medidas para diminuir os impactos da crise global de segurança alimentar são monitorar os mercados e preços, manter a população bem informada e os mercados abertos para a transação internacional, evitando interrupções das cadeias de suprimento, apoiar os agricultores e garantir a nutrição infantil com a merenda escolar.

O Antonio Chaker já é mais pilhado, jovem, meio doidão.
Porém, tão competente como os outros dois personagens nossos.
Ele compara o caminho da pecuária eficiente como uma disputa entre uma caminhonete moderna e um carro antigo numa estrada horrorosa.
O veículo moderno sacudiu, sofreu com os buracos, ficou empoeirado e o pneu furou.
Mas chegou ao destino e com os ocupantes curtindo um ar condicionado.
A viagem do carro antigo não teve fim.
Ele parou no meio do caminho, quebrado.

É o mesmo que ocorre com a crise da Covid-19.
Os pecuaristas que vão sobreviver com menos sofrimento são aqueles que fizeram a gestão da fazenda.
O Chaker é elétrico.
E descreve como agem os pecuaristas normalmente:

O que tem caixa e informação.
Ele sabe que pode identificar oportunidade e aproveitar.
O que não tem caixa, mas tem informação.
Ele consegue entender a situação e pode não aproveitar economicamente, mas não vai sofrer, vai manter a calma.
O que tem caixa, mas não tem informação.
Ele pode perder dinheiro e tomar decisões erradas.
Acenda o alerta, afinal, ter dinheiro não é a solução para os problemas.
Por último, o que não tenho caixa, nem informação.
Ele vive uma situação de desespero total e muitos erros.
É melhor parar e repensar.

O Chaker alerta: as variáveis serão sempre dinheiro e informação.
O líder precisa é buscar a correta informação.
Dados, ter calma, discernimento, leitura isenta de emoção, controle e razão para a tomada de decisão.
O Trunfo da Pecuária é o longo prazo.
E as melhores fazendas aprenderam a lição certa:

Não tomou medidas desvairadas.
Fez os ajustes necessários para o negócio, principalmente em custos fixos.
Teve atenção aos processos para que fossem muito bem ajustados.
Não perdeu o foco no triênio ou quadriênio.
Encarou de frente o problema e pediu apoio à equipe.
Buscou informação aprofundada sobre o momento que vivia, e ajuda técnica.

O experiente Luciano Roppa acredita que o brasileiro tem por essência uma grandeza única.
Não abandona a missão de alimentar o Brasil e o mundo.
E acredita na fibra e no valor dos produtores rurais.

O tarimbado Marcos Junk acredita que o Brasil tem o poder de se afirmar no mundo como um importante abastecedor global de alimentos.
Liderar a discussão sobre a consistência dos sistemas de vigilância e controle de doenças que atingem os animais e os seres humanos.

O obcecado Antonio Chaker acredita que o pecuarista deve enfrentar o período complexo do inverno e dos preços baixos mantendo o planejamento e de olho atento nos animais que serão abatidos.
Ele confia que o boi não frustra quem está atento aos processos e focado nas metas produtivas e econômicas.
E que o fazendeiro precisa agradecer a sua fazenda, sua equipe e seu rebanho.
Cuidar bem deles, com atenção.

O Luciano Roppa, o Marcos Junk e o Antonio Chaker afirmam: fique atento, trabalhe, tudo vai passar.
O podcast Radar Agro acredita como nunca na competência de profissionais como estes três.
Eles simbolizam a moderna e produtiva cadeia do agronegócio brasileiro e mundial.
Nos últimos quarenta anos.
E os três ainda na ativa.
Sorte nossa.

Até a próxima!

 

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