16 de novembro de 2020

O mundo está comendo melhor agora? Por Riba Ulisses

Cinco tendências de alimentos e bebidas devem afetar a forma como os consumidores comem e bebem no ano que vem.
O material é baseado na pesquisa comandada pela ADM, uma empresa internacional de nutrição e parceira das principais marcas de consumo do mundo.
O levantamento é chamado ‘OutsideVoiceSM’ e trata da mudança nos comportamentos que surgiram desde o início da pandemia da Covi-19, os sentimentos intensificados, a ansiedade, o estresse, as mudança de prioridades, na interação social e na adoção de uma abordagem mais holística para o bem-estar.
O presidente de Nutrição da ADM, Vince Macciocchi, disse que a crise global de saúde mudou as preferências dos consumidores de maneiras novas e inesperadas.
Eles estariam atrás de alimentos e bebidas que apoiam o sistema imunológico, melhoram o humor e reduzem o impacto ambiental.

Vince explica que o novo panorama vai criar ótimas oportunidades para as empresas desenvolverem produtos inéditos.
Vamos conferir essas cinco tendências que vão marcar a inovação do novo ano de 2021:

Comprar alimentos que nutrem bem o corpo e a mente.
Fatores sensoriais como sabor e cor desempenham um papel cada vez mais importante.
Alimentos e bebidas com cores brilhantes e estimulantes.

A sustentabilidade ocupa o centro do palco.
Os consumidores prometem que desejam ter um impacto positivo no meio ambiente com suas ações diárias.
E só comprar de empresas responsáveis, que reduzam as emissões de metano na pecuária e trabalham com fontes de proteína mais ecologicamente corretas.
Novas práticas agrícolas, preservação do solo, redução do carbono, melhorias no ciclo da água, materiais renováveis, embalagens de consumo recicláveis.

A saúde do intestino é a porta de entrada para o bem-estar
Vários consumidores acham que sofrem de problemas de saúde digestiva.
E que produtos direcionados a este fim vão ajudar em controle de peso. Como as soluções funcionais, os prebióticos, probióticos e pós-bióticos.

Mais Vegetais no dia a dia
As pessoas dizem que consomem mais alimentos e bebidas feitos com plantas.
Vegetais moídos chamados de hambúrguer.
Suco de soja chamado de leite de soja.
Proteínas criadas em laboratório.
Proteínas que eles chamam de alternativas: peixes, marisco e camarão.
Também gostam de queijos, bife de boi, peito de frango, bacon, iogurte, sorvete, manteiga, pastas e cremes.
Adoram tudo o que vem do leite, mas juram que só comem se tiver mais proteínas do que os laticínios tradicionais.
E apresentar um rótulo nutricional enriquecido com vitaminas e minerais ou ingredientes funcionais como probióticos.

A transparência aumenta a confiança do consumidor
Os novos consumidores dizem que os rótulos dos alimentos precisam mostrar todo o ciclo de vida do produto, a origem local, os ingredientes, destacar o frescor, as alternativas naturais.
E garantem que vão reduzir a ingestão de açúcar.

Sou um pouco cético diante de afirmações tão contundentes que emergiram da pesquisa da ADM.
Certamente, a pandemia global provocou um mínimo de reflexão por parte dos seres humanos no planeta inteiro.
O medo de morrer sempre faz isso com as pessoas.
E o que a a ADM divulga como respostas dos entrevistados realmente foram ouvidas como a opinião de cada um.

O problema é que a boca é fácil para falar, mas a iniciativa de mudar o próprio comportamento é praticamente inexistente na esmagadora maioria dos cidadãos do planeta Terra.
No auge da pandemia, nos meses de março, abril e maio, os carrinhos dos supermercados do Brasil inteiro denunciavam o que efetivamente o consumidor levava para casa, para guardar na geladeira e se preparar para o combate ao novo coronavírus.
Frutas, legumes, verduras, carnes magras, aveia, produtos com baixo teor de açúcar e gordura, integrais?

Decididamente, não!!!

Os carrinhos desfilavam abarrotados de pão, bolacha, chocolate, frios, carnes gordas para churrasco, refrigerantes, sorvete, requeijão, manteiga, margarina, refeiçõoes congeladas.
De cada dez pilotos de carrinho de supermercado, pelo menos metade era claramente obesa.
E hoje, sete meses depois daquele março de terrorismo comandado por vários jornalistas?
A situação permanece exatamente a mesma.
Nos corredores dos supermercados, nas padarias, lanchonetes, pizzarias, nos rodízios, carrinhos de lanche de rua, nas barracas de churros, no cachorro quente.
Um consumo absurdamente exagerado de gordura, molhos, frituras, queijos, pães, massas.

O brasileiro come muito.
O brasileiro come mal.
O brasileiro está obeso.
O brasileiro não faz exercícios físicos.

O brasileiro vai resistir até os 70, 80 anos, mas com péssima qualidade de vida e problemas gravíssimos de circulação, trombose, infarto, diabetes.
Acredito piamente em cada um dos cinco tópicos apontados pela pesquisa da ADM.
E que todos sabem minimamente o que é positivo para uma vida mais saudável.
O novo consumidor, o consumidor inteligente, sabe desenhar um futuro de mais saúde e qualidade de alimentos.
E persegui­-lo com atitudes concretas.
Mas esse consumidor ainda é uma imensa minoria.

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