12 de novembro de 2020

EUA: uma eleição sem nada de novidade! Por Riba Ulisses

E a história?
E o agronegócio brasileiro?
O que vamos ganhar, ou não?
Parece que os Estados Unidos elegeram indiretamente para a presidência o milionário, ex-senador e ex-vice presidente Joe Biden.
Os EUA são a democracia mais antiga do planeta.
A economia mais poderosa do mundo.
A nação que criou e disseminou um modelo de vida copiado em quase todos os países.
Os que não seguem o ‘American way of life’ são ditaduras.

A moeda do país é o Dólar.
Uma bíblia das finanças internacionais.
O câmbio é o dólar.
Nunca na história da humanidade a moeda de um país foi referência nos cinco continentes.
Toda família do mundo quer casa própria, escola boa para os filhos, geladeira, forno microondas, tv de 40 polegadas, plano de saúde, carro do ano e aposentadoria.
Em São Paulo, no Afeganistão, na Nova Zelândia, no Sudão, em Nova Dheli, em Tóquio, na Rússia, em Cuba, na Coreia do Norte e na Suécia.

A lei que trata da eleição do presidente americano é do século dezoito.
Antes de 1.800.
E nunca mudou.
Na época, o Brasil era uma colônia.
Não existiam países como Alemanha, França e Itália.
Não passavam de grupos ou bandos quase medievais.
E lutando sem parar uns contra os outros.
A Austrália era uma grande tribo de aborígenes.
O norte da África e o Oriente Médio viviam um período de decadência.
A China era um gigante comercial, governado por dinastias tão eficientes e bárbaras como os ditadores de terno e gravata de hoje.
Não havia um só Presidente da República em qualquer canto.
Só reis, interventores, assassinos, governos provinciais.

Os racionais pais da democracia americana pensaram praticamente.
O que interessa ao cidadão é a segurança da vida, o direito à propriedade e as regras tributárias e administrativas do condado onde viviam.
E um líder nacional vai cuidar apenas de relações internacionais, guerras e interesses americanos no mundo.
Sem se meter com o cidadão.
Isso, se for necessário, é tarefa do Estado.
A sangrenta guerra entre Unionistas e Confederados no século dezenove libertou os escravos, mas decidiu que quem manda no país não é um presidente e sim governadores e as autoridades dos condados, que no Brasil são os municípios.

Este modo de pensar vai continuar por vários motivos.
Os americanos não estão minimamente interessados em votar para presidente.
Eles usam o pleito para votar em questões que constam na mesma cédula, todas relativas à vida deles nas cidades.
Liberação da maconha, aborto, direitos individuais, trânsito, eleição de juiz da comarca, etc.
Em várias pesquisas feitas no país, pelo menos metade da população não sabe dizer o nome do presidente da república.

Outra informação que os jornalistas brasileiros escondem é que haviam vários candidatos, não apenas Biden e Trump.
Tinha Jo Jorgensen, do Partido Libertário; Howie Hawkins, do Partido Verde; Don Blankenshi do Partido da Reconstrução.

A eleição para presidente lá é simples, ao contrário do que os mal informados jornalistas brasileiros afirmam.
O eleitor vota no candidato.
O candidato mais votado leva o total de todo os delegados do estado.
São 538 delegados no total.
Quem consegue a maioria dos delegados, leva o caneco.
No Brasil, foi exatamente assim na última escolha da ditadura brasileira.
O Colégio Eleitoral formado por deputados federais e senadores escolheram Tancredo Neves.
Que só não assumiu porque morreu.
Assumiu o vice escolhido pelo colégio, José Sarney.
Igualzinho aos Estados Unidos.

Mas, o Biden, assume?
Ainda teremos que esperar.
Ninguém proclama resultado por lá e se o Trump resolver encrencar, pode ficar mais do que 20 de janeiro de 2021.
Mas, e se quem ganhou sentar na cadeia da Casa Branca?
O que esperar de Joe Biden?
E o Brasil?
E o Agro do Brasil?
Comércio agrícola, China, Amazônia, políticas climáticas.

Muitos analistas pensam que os EUA podem resgatar uma tal liderança sobre os principais desafios mundiais.
Podem estar enganados.
Ou não.
Franklin, Hamilton, Jefferson, Adams, Lincoln, Roosevelt, Wilson, Cordell Hull, Kennedy, Reagan, Bush.
Pragmáticos, diplomatas, conservadores, liberais, radicais.
Muitos fracassaram, outros venceram.
Reagan não sabia falar nem raciocinar.
E colocou os EUA no topo do mundo.
Clynton foi um vencedor com sorrisos, charme e traindo a mulher na Casa Branca mesmo.
Obama era democrata, mas sei principal feito foi assassinar Bin Laden e jogar o corpo no mar.
Bush filho era achincalhado pelos jornalistas, mas foi reeleito, sofreu o ataque das torres gêmeas, invadiu de novo o Iraque, matou Sadan Hussein, destruiu a Al Qaeda e saiu por cima.

Os americanos construíram a moderna sociedade.
Pagaram caro por isso.
Dinheiro só deles.
Mesmo assim, são xingados e insultados por dezenas de desocupados, rancorosos e incompetentes no mundo inteiro.
Arquitetaram a paz depois da segunda guerra mundial, o comércio, as finanças, o desenvolvimento de países pobres em todos os continentes.
Coordenaram a organização de entidades como ONU, FMI, Banco Mundial, GATT, OMC, OMS.
Os adversários dos Estados Unidos afirmam que o mundo mudou e que é o momento de meio ambiente, mudança do clima, segurança biológica, saúde pública, segurança cibernética, migração, anticorrupção, transparência.
Difícil acreditar que Biden vá dar mais atenção ao clima no planeta do que ao crescimento do poder da China.
Certamente, ele é mais educado e sorridente do que Donald Trump.
Mas vai trabalhar pressionado pelos mesmo problemas da economia americana: pandemia, desemprego, déficit comercial.

No agronegócio, certamente o Brasil perde.
Nossas exportações foram beneficiadas pela guerra comercial proposta por Trump contra a China.
O ideal é seguirmos sem ficar de nenhum dos dois lados.
Porém, os americanos são nossos concorrentes diretos no Agro.
E não vão dar moleza para nossos produtores e nossas empresas.

No meio ambiente, podemos sofrer bem mais.
Biden tem a mesma ideia equivocada sobre a Floresta Amazônica e esquece de que damos um banho de sustentabilidade em vários setores: produtividade; matriz energética limpa e diversificada; biocombustíveis, energias renováveis, 3 safras por ano, manejo integrado de pragas, fertilizantes biológicos.
Na minha opinião, não há nenhuma lição a ser aprendida com o pleito americano.
Joe Biden não venceu por causa de negros, mulheres, coronavírus, sorrisos.
No mundo inteiro, o eleitor vota com o bolso.
Se a situação econômica está boa, reelege.
Se está ruim, troca o presidente.
E o ser humano segue com inúmeros problemas em cada canto do planeta.
Mas sempre andando para a frente.

 

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