20 de outubro de 2021

A lição dos chineses para o Boi Brasil! Por Riba Ulisses

A Federação da Agricultura do Estado de São Paulo (FAESP) reclamou nesta quarta-feira, com ofícios enviados ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e à pasta das Relações Exteriores, da demora da China em suspender o embargo da carne bovina brasileira.

O gigante vermelho, comprador de 60% de nossa proteína vermelha, cancelou a comercialização no início de setembro, após a identificação de dois casos atípicos de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), conhecida como ‘doença da vaca louca’, em Mato Grosso e Minas Gerais.

O pedido da FAESP ocorreu um dia depois do MAPA solicitar que os frigoríficos brasileiros habilitados a exportar carne bovina para a China suspendessem novas produções que seriam embarcadas para aquele país.
O ministério também autorizou que os estabelecimentos estoquem os produtos congelados e fabricados antes da suspensão em contêineres dotados de equipamentos geradores de frio, nos pátios internos das indústrias.

Os brasileiros da cadeia produtiva estão ‘fulos da vida’.
O preço da arroba despencou no Brasil, o consumo interno está patinando, as exportações seguem boas, mas longe de alcançar os patamares conseguidos com a fome tradicional dos chineses.

A galera verde/amarela argumenta que houve um bom trabalho feito pelo serviço veterinário oficial brasileiro e que a Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) concluiu rapidamente o relatório a respeito dos dois casos atípicos de vaca louca.
E que não há risco de proliferação da doença.

Ok.
Mas o cliente ainda não está satisfeito.
E é ele quem paga.
E vai voltar a comprar a nossa carne.
Só que eles têm cinco mil anos de história de comércio.
Já negociaram com os egípcios dos faraós, os persas, os otomanos, os prussianos, os gregos, os romanos.

Eles estão fazendo o que os pais responsáveis fazem com o filho birrento.
Educando.
Educando o fornecedor.
Educando a cadeia produtiva e o governo brasileiros
Avisando que querem mais cuidado com sanidade, qualidade, rastreabilidade, segurança alimentar.

E estão certos.
Não querem correr o menor risco de comprar comida que possa afetar a saúde da população deles.

Seria melhor reclamarmos menos.
E agirmos mais.
Providenciando, por exemplo, o mais rápido possível, a rastreabilidade de cada um dos mais de 210 milhões de bovinos que temos.

Alguém discorda?

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