Tarvos apresenta armadilhas inteligentes para moscas-das-frutas

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Dotada de IA, ferramenta desenvolvida pela startup Tarvos é a mais recente alternativa aos fruticultores, auxiliando no controle dos insetos-pragas, principalmente no cultivo de uva, manga e melão.

 

Com a produção de cerca de 40 milhões de toneladas de frutas por ano, o Brasil está entre os destaques da atividade em nível mundial, atrás apenas da China e da Índia. Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), são mais de 940 mil estabelecimentos agropecuários distribuídos em todas as regiões do país, empregando 193 mil trabalhadores formais. Essa excelência e diversidade têm conduzido o setor a uma escalada de crescimento no mercado internacional, mas para expandir ainda mais os embarques, os fruticultores têm como principal gargalo problemas de ordem fitossanitária, entre eles os causados pelas.

Atualmente existem algumas espécies que são consideradas pragas-chaves na fruticultura brasileira e que causam prejuízos milionários todos os anos. São diferentes espécies do gênero Anastrepha, como por exemplo Anastrepha fraterculusAnastrepha oblíqua, dentre outras. Há também a Ceratitis capitata, comumente chamada de mosca-das-frutas do mediterrâneo. Todas pertencem à família Tephritidae e geram danos diretos e indiretos em diversas culturas.

Para ajudar os fruticultores a vencer essa batalha, a startup Tarvos apresenta uma novidade. A empresa, que já disponibiliza suas armadilhas inteligentes no controle de insetos-praga como a cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis) e a traça-do-tomateiro (Tuta absoluta), agora poderá oferecer a tecnologia para o cultivo de uva, manga, melão e outras fruteiras hospedeiras de Tephritidae.

De acordo com a bióloga Nathalia Silva, coordenadora de entomologia na Tarvos, tanto Anastrepha spp quanto aCeratitis capitata geram muita dor de cabeça aos produtores por suas características. “As fêmeas desses insetos fazem a oviposição dentro do fruto, através de perfurações feitas por seu aparelho ovipositor, lá ocorre a eclosão das lagartas que se desenvolvem, consumindo e danificando a polpa do fruto durante sua movimentação”, diz.

Além disso, as fêmeas, ao introduzirem seu ovipositor, provocam ferimentos nos frutos, facilitando a entrada de patógenos causadores de podridões, reduzindo a produtividade e a qualidade deles, tornando-os impróprios para consumo, comercialização e a industrialização. “O ciclo biológico completo da praga é variável de acordo com o hospedeiro, ou seja, a cultura em que o inseto se desenvolve, e fatores climáticos (temperatura e umidade relativa), podendo ter diferenças entre os dias para a alternância de estágio”, destacou a bióloga.

Monitoramento eficiente – Para ser eficiente, o monitoramento de culturas perenes precisa ser contínuo e deve ser feito em todos os pomares com plantas hospedeiras das espécies de moscas-das-frutas. Com isso, o uso de armadilhas automatizadas da Tarvos permite, por meio de dados diários de captura, detectar o momento e região de chegada do inseto no pomar, conhecer a flutuação populacional da praga em diferentes épocas do ano, além de identificar os focos de maior infestação, facilitando a tomada de decisão e aplicação de estratégias de controle com maior assertividade.

Segundo Carolina Suffi, diretora de negócios estratégicos da Tarvos, com a digitalização do monitoramento a ideia é ter um impacto social-econômico dentro da região, ajudando a classe produtora a acessar novos mercados, que embora sejam mais exigentes, melhor remuneram pela qualidade dos frutos. Para ampliar essa tecnologia para um número maior de produtores, a empresa acaba de firmar parceria com o Sebrae da Bahia. “Eles nos procuraram com o objetivo de escalonar o monitoramento e incentivar a digitalização dos processos dos pequenos produtores de frutas, como uva, manga e melão com foco na exportação. Como esse mercado já vinha sendo estudado por nossa equipe, conseguimos atender a essa demanda”, destacou.

Os monitoramentos nas lavouras em parceria com o Sebrae/BA se iniciam em agosto, mas a meta da empresa é até dezembro colocar 300 armadilhas no Vale do São Francisco. Em um segundo momento, a previsão é de mais 150 armadilhas para as diferentes espécies de moscas-das-frutas. “A nossa relação com o Sebrae é muito boa e devemos ampliá-la para outras unidades no Brasil. Além disso, essa união nos abre também portas para atendermos produtores particulares”, reforçou a diretora de negócios estratégicos da Tarvos.

Além da tecnologia das armadilhas, a empresa contratou um Engenheiro Agrônomo especialista em moscas-das-frutas. O profissional, com mais de 17 anos de experiência, ajudará a auditar pequenas e médias propriedades que exportam. “O monitoramento digital não existia em frutas, por isso estamos montando uma equipe e operação em Juazeiro (BA) e Petrolina (PE) para absorver toda essa demanda, tanto de instituições públicas, quanto para acessibilizar a tecnologia aos produtores particulares. Temos uma base física dentro do Centro de Excelência em Fruticultura-CEF/SENAR, e isso irá agilizar o andamento de toda a operação na região”, completou Suffi.

A tecnologia – A armadilha digital da Tarvos, além de utilizar inteligência artificial (IA) e alta tecnologia, consegue medir produtividade e economia no uso de defensivos agrícolas. O equipamento atrai, identifica e contabiliza diariamente exemplares dos insetos-pragas, tornando-se uma aliada altamente eficiente para identificação preventiva de manejo e janela de aplicação de produtos, gerando mais assertividade.

Na prática, estas armadilhas inteligentes atraem os insetos através de um feromônio sexual sintético, atrativo alimentar ou cor, a depender da espécie a ser monitorada, contam com uma câmera que faz o registro e transmite os dados via satélite. “Os algoritmos de reconhecimento de imagem permitem o monitoramento em tempo real e on-line, medindo a dinâmica populacional dos insetos-praga de forma constante e simultânea”, explica Nathalia Silva. “Com as informações em mãos, acertar qual medida adotar se torna mais fácil principalmente pelo fato de a armadilha fornecer dados diários em relação à chegada da praga e seu nível populacional”, completa a especialista.

A Tarvos S.A. é uma empresa brasileira com sede em Campinas (SP), sendo pioneira no desenvolvimento de soluções em software e equipamentos eletrônicos para coleta de dados para o manejo digitalizado de pragas e doenças agrícolas.

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