Especialista alerta para desafios na armazenagem e qualidade de grãos

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A estimativa da Conab prevê aumento de mais de 8% na safra 2024/25; quantidade de silos não acompanha esse crescimento.

 

O volume da produção de grãos cresce a cada safra no Brasil. A primeira estimativa realizada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), aponta para produção de 322,47 milhões de toneladas para a safra 2024/25, o que representa um aumento de 8,3% em relação ao período de 2023/24. Porém, a capacidade de armazenamento não acompanha esse crescimento. Atualmente, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a capacidade de armazenagem no país é de 222,3 milhões de toneladas, o que comportaria apenas 69% da produção estimada neste ano.

Para Martios Ecco, coordenador da pós-graduação em Armazenagem de Grãos da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) Câmpus Toledo, a distribuição de armazenagem não é equilibrada. “A estrutura de silos no país inteiro não consegue dar conta da contínua expansão das áreas de produção, mas a região Norte acaba sendo a mais prejudicada, é o local que falta mais armazenamento”, destaca.

Segundo Ecco, para solucionar a dificuldade, muitos produtores se reúnem para compartilhar um sistema de armazenagem. “Na região Sul, muitos acabam dependendo das cooperativas. Já os grandes e médios produtores se unem para fazer um investimento em um condomínio com toda a estrutura necessária para armazenagem”. Ter um espaço de armazenagem de grãos é fundamental para que os produtores tenham a possibilidade de comercializar seu produto em melhores momentos de preço, sem depender de armazenadores externos.

“Armazenar grãos permite maior flexibilidade e autonomia, o produtor não precisará vender seus grãos imediatamente após a colheita, ele consegue uma janela maior para realizar a comercialização quando o valor estiver mais oportuno”, acrescenta o especialista. Além disso, a armazenagem garante maior segurança alimentar, já que proporciona a estocagem evitando os riscos da degradação do grão, além de reduzir tempo de descarregamento, permitindo a possibilidade de manutenção da integridade do grão.

Outros desafios na agricultura – Mas não é apenas a estrutura que se torna uma adversidade, a qualidade dos grãos também precisa de atenção. “Após a colheita, o grão passa pelo processo de secagem. Para conseguir atingir a umidade adequada é fundamental para manter a qualidade até chegar ao comprador. Úmido demais, o grão armazenado vira ambiente propício para o desenvolvimento de fungos, e seco demais, a proteína do grão pode desnaturar. Pensando na cadeia final, se esse grão for destinado a uma indústria de ração, por exemplo, pode significar perdas também para o pecuarista”, explica o coordenador.

O cuidado do grão durante a armazenagem também inclui a limpeza dos silos e armazéns. “Evitar pragas significa evitar perdas, pulverizar e fumigar as áreas que entram em contato com os grãos é fundamental para controlar a infestação de pragas. Essa ação deve ocorrer com frequência, essencialmente a cada nova safra”, aponta Ecco.

Para obter uma armazenagem segura e de qualidade, é essencial que o agricultor conte com suporte profissional. Segundo Martios, há falta de mão de obra qualificada nesta área. Pensando nisso, a PUCPR Câmpus Toledo abriu as inscrições para a Pós-Graduação em Armazenamento de Grãos com ênfase em Gestão e Qualidade. O curso busca qualificar profissionais a otimizar processos, garantir a integridade dos grãos e implementar práticas sustentáveis de gestão. O curso tem duração de 9 meses com aulas online e ao vivo. Saiba mais no site.

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