9 de setembro de 2024

Pedido de recuperação judicial de agricultores cresce no 1º trimestre

No ano a ano, quantidade é a maior já registrada no primeiro trimestre desde 2018; modelo preditivo pode mitigar riscos ao indicar instabilidade financeira antes da RJ.

 

Informações inéditas da Serasa Experian revelaram que 76 produtores rurais brasileiros que atuam como pessoa jurídica, realizaram pedidos de recuperação judicial nos três primeiros meses de 2024. Esse número representa a maior quantidade já registrada em toda a série histórica do índice, iniciada em 2018. Confira no gráfico abaixo a movimentação das requisições no comparativo por trimestre ano a ano:

Segundo o head de agronegócio da Serasa Experian, Marcelo Pimenta, é importante ressaltar que, apesar do aumento na demanda, o setor não vivencia uma crise. “O número de pedidos é pequeno e a maior parte dos produtores rurais segue operando normalmente. De todo modo, precisamos continuar incentivando a renegociação de dívidas ou soluções como o Fiagro Reorg, que são formas mais amigáveis de retomar a estabilidade financeira. Além disso, iniciativas como o planejamento financeiro para demandantes e o monitoramento do perfil de crédito para credores podem premeditar e evitar a busca pelo recurso”.

Na separação por porte, é possível observar que os pedidos partiram menos dos pequenos produtores, que marcaram apenas 5 requisições. Em seguida estão os médios, com 9 solicitações e os grandes, com 17. Os chamados “Sem Propriedade”, ou seja, que não têm propriedades no campo – considerados arrendatários de terras e grupos econômicos ou familiares relacionados ao setor – realizaram a maior quantidade, de 45 requisições.

Previsão de instabilidade financeira poderia amenizar pedidos – Dados do Agro Score da Serasa Experian, solução que entrega análises específicas para o setor e prevê o risco de inadimplência dos produtores rurais, comprovam que o uso de modelos preditivos pode identificar perfis propensos à recuperação judicial. Dessa forma, ao aplicar esse tipo de tecnologia, os credores são capazes de tomar decisões mais seguras, evitando, indiretamente, o número de requisições do recurso que, segundo o head de agronegócio da Serasa Experian, deve ser utilizado apenas como última opção.

Essa identificação acontece porque o monitoramento de dados do Agro Score pode registrar, com vários meses de antecedência, os perfis de produtores rurais que já mostravam sinais de instabilidade financeira. Ou seja, é uma análise que mitiga riscos da concessão de crédito.

No gráfico abaixo podemos observar o exemplo mencionado, em que o Agro Score médio da população de produtores rurais PJ era significativamente maior do que o dos que solicitaram recuperação judicial mesmo três anos antes do pedido. Além disso, também se pode observar como a curvatura de pontuação do modelo preditivo segue caindo mesmo antes da solicitação. Veja:

Soja e pecuária bovina – Ainda na avaliação do primeiro trimestre deste ano, os produtores rurais PJ que atuam nos segmentos de soja e de pecuária bovina foram os que mais demandaram por recuperação judicial, com 45 e 15 solicitações, respectivamente. Veja a distribuição completa:

Mato Grosso liderou busca – Ainda no primeiro trimestre de 2024, o Centro-Oeste teve a maior procura dos produtores PJ por recuperações judiciais. O Estado do Mato Grosso liderou o ranking, registrando 26 demandantes. Além disso, Goiás contabilizou 14. Confira no gráfico abaixo os dados na íntegra:

Metodologia – O levantamento inédito feito exclusivamente pela Serasa Experian foi construído a partir das estatísticas de processos do número de documentos que solicitam recuperação judicial no Agronegócio registradas mensalmente na base de dados da companhia e provenientes dos tribunais de justiça de todos os Estados. Estão contemplados nesse levantamento produtores rurais de todos os portes que atuam como pessoas jurídicas. Além disso, a análise estadual é realizada de acordo com a Unidade Federativa atrelada ao CNPJ do demandante.

 

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