9 de agosto de 2023

Uso de indutores pode potencializar o manejo de doenças

Maria Izabel Costa de Novaes * 

 

A cada safra, 80% do potencial produtivo das culturas é comprometido por fatores bióticos (fungos, vírus, bactérias e nematoides) e abióticos (temperatura, água, luz e nutrientes). Compreender esses fatores é essencial para o manejo das culturas. Uma tecnologia alternativa promissora muito estudada e utilizada atualmente é a indução de resistência, que consiste na ativação de respostas de defesa naturais das plantas por meio de agentes bióticos ou abióticos.

 

O fenômeno conhecido como indução de resistência é um estado fisiológico no qual a planta entra em estado de alerta, ativadas por estímulos específicos que potencializam o sistema de defesa de plantas contra desafios bióticos. Desenvolve localmente ou sistemicamente em resposta à infecção por patógenos, ou tratamentos com agentes indutores, sendo efetivo contra uma ampla variedade de patógenos, incluindo fungos, nematoides e vírus.

 

Entre os grupos de substâncias estudados como indutores de resistência, os fosfitos se destacam por serem de uso amplo na agricultura. Essas substâncias são sais resultantes da neutralização de ácido fosforoso com uma base, a exemplo dos hidróxidos de sódio ou potássio. Os fosfitos possuem modo de ação duplo no controle de doenças, podendo agir na forma direta sobre os patógenos ou indiretamente, induzindo resposta de defesa. De rápida absorção, o fosfito é responsável por induzir a síntese de alguns compostos do metabolismo secundário das plantas como as fitoalexinas, os quais estão relacionados aos mecanismos de defesa dos vegetais.

 

Precisamos cada vez mais de alternativas para o controle de doença, esse uso associado com indutores de resistência, uma nutrição equilibrada e obviamente com uso de manejo com fungicidas é cada vez mais importante nos sistemas agrícolas. Os nutrientes são importantíssimos para defesa vegetal, eles constituem estruturas de defesa da planta, exemplo notório o manganês, o cobre envolvido na lignificação da parede celular. Temos uma series de nutrientes que são essenciais e se um estiver em falta, consequentemente o processo de indução não vai ser efetivo, a planta não vai ter aquele nutriente que é importante no processo de defesa. Então nutrição equilibrada é fundamental para defesa seja efetiva.

 

Lembrando que com a diminuição de eficiência de alguns grupos de fungicidas, o uso de alternativas é de extrema importância. Assim sendo, se torna imprescindível alternar produtos com diferentes mecanismos de ação e desenvolver novas estratégias no controle de doença. Além disso, os indutores possuem uma ausência de especificidade, tendo um amplo espectro de ação em diferentes patógenos. Portanto potencializar os mecanismos de defesa das plantas é uma realidade, é uma ferramenta muito importante, que veio agregar no manejo de doenças, pois cada dia mais é necessário ajustes finos para que no final o produtor tenha incremento da produtividade.

 

  *  Maria Izabel Costa de Novaes Eng. Agrônoma,

Mestre e Ph.D. em Fitopatologia e Coordenadora de

Desenvolvimento Técnico de Mercado na Ubyfol   

 

 

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