30 de abril de 2023

Uma análise dos dois anos da Boa Safra na B3!

Neste mês de abril, o bem-sucedido IPO da Boa Safra completa dois anos. Naquele primeiro pregão na B3, quando nossos ativos estrearam com uma valorização de quase 50% e atraíram mais de 15 mil investidores pessoa-física, vi realizado um sonho que muitos chamavam de “impossível”: que uma empresa de médio porte do agronegócio pudesse entrar – e se manter bem – na Bolsa de Valores. Mas o caminho até tocar o sino da B3 não foi fácil e o que mais encontramos ao percorrê-lo foram palavras de desânimo. Se, nos últimos anos, houve um grande avanço em desmistificar e facilitar o investimento na bolsa, para fazer uma oferta pública de ações é preciso muito mais que vontade e organização da empresa: é preciso coragem e (muita) insistência. No nosso caso, em particular, ser do agronegócio era uma barreira a mais. Por anos, nenhuma empresa brasileira ligada ao campo fez um IPO, mesmo com a grande importância do setor para o país.

O agronegócio representa cerca de 25% do PIB do Brasil, mas ocupa menos de 2% das ações negociadas na B3. Essa distância entre o campo e a Faria Lima foi um dos maiores dificultadores do processo. Hoje, muitos bancos e corretoras já possuem especialistas em papéis do agro e o investidor já pode optar por investir em uma das empresas listadas ou em um FIAGRO. O setor conta também com um índice só nosso – o Agro Free Float Setorial (IAGRO B3), primeiro índice de empresas do agronegócio na Bolsa de Valores do Brasil. No entanto, há 2 anos, essa realidade era bem diferente.

Ouvimos muito “não” até conseguir lançar os papéis SOJA3. Faltava confiança nas empresas agrárias e havia pouco entendimento sobre os processos e o ciclo do campo. Afinal, os negócios do agro possuem uma sazonalidade bem distinta à das demais empresas, uma “instabilidade” que pode assustar o investidor. Nosso IPO, juntamente com outros do setor, foi um dos que ajudou a mostrar como funciona esse ciclo e como ele pode ser rentável. Também ajudou a apresentar um “novo agro”, que entende de finanças e que se torna cada dia mais tecnológico, estruturado e consciente de seu dever para com a sociedade, a economia e o meio ambiente. Fazer parte disso, ser uma das empresas deste movimento, é extremamente gratificante. 

A adoção de novas tecnologias é um dos nossos maiores trunfos: como uma empresa jovem, fundada por mim e minha irmã em 2009, a Boa Safra sempre buscou trazer ao mercado o que existia de mais avançado em tecnologia para sementes de soja. Fomos pioneiros em oferecer ao produtor rural sementes com biotecnologia agregada, mais limpa e segura. Fomos inovadores em fazer o acompanhamento laboratorial, monitorando a qualidade das sementes desde o começo do processo, quando a matéria-prima ainda está nos campos dos nossos produtores integrados. Por fim, as sementes Boa Safra são conhecidas pelo armazenamento climatizado. Fomos os primeiros a trazer as câmaras frias para o Brasil com a finalidade de garantir a qualidade das sementes até a época do plantio, gerando mais produtividade em cada lote.

Desde o início, tivemos a meta de ser extremamente organizados, buscando oferecer o melhor e estar ao lado das melhores empresas de tecnologia para fortalecer a marca Boa Safra e pavimentar o caminho até à B3. Há mais de 10 anos contamos com o sistema SAP nos nossos processos e, desde 2015, passamos por uma auditoria da KPMG para garantir a organização da Companhia. Éramos os menores clientes de ambas, mas não importava, pois sabíamos que era o certo a fazer. Tudo para construir as bases fortes da Boa Safra. 

Naquele 29 de abril, ajudamos a provar que há desejo e espaço por ações relacionadas ao agronegócio no mercado financeiro. Desde o primeiro dia, os papéis SOJA3 se mantiveram quase sempre em um preço acima dos R$ 9,90 pré-fixados no IPO e seguem somando valorizações. O bom desempenho se refletiu em um lucro por ação de R$ 1,61 em 2022, mesmo em meio à turbulência que vem atingindo as bolsas de todo o mundo nos últimos anos. Mais do que a valorização financeira, um dos maiores destaques de nossa entrada na B3 – e nosso maior motivo de orgulho – é nossa base de investidores na pessoa física: o número de CPFs aumentou mais de 135%, passando de 17 mil para 40 mil. A prova definitiva de que a confiança no agro não é só minha, mas de todo povo brasileiro.

Como companhia, nestes dois anos, não paramos de crescer: aumentamos em 155% o Lucro Líquido e a nossa receita líquida cresceu acima de 60% anuais, batendo recorde atrás de recorde no faturamento anual da companhia. Ampliamos nossa estrutura e ampliamos nossa operação, com novos centros de armazenamento com câmaras frias e novas unidades de beneficiamento. Toda essa expansão foi possível graças ao IPO. Foi através dele que consolidamos nossa posição líder no mercado de sementes de soja e é por causa dele que podemos dizer que, hoje, somos mais que isso, somos uma empresa que trabalha com outras culturas. No ano passado, com a aquisição da Bestway Seeds, entramos no mercado de sementes de milho. Este ano, foi a vez das sementes de forrageiras. Vem ainda feijão, trigo e sorgo. O Brasil planta com a gente! E sabe que onde tem Boa Safra, tem credibilidade. 

Com o apoio dos investidores, expandimos e seguiremos expandindo nossa operação, levando a melhor qualidade ao produtor rural e fortalecendo esse que é um dos nossos maiores bens: o campo. Para os próximos anos, seguiremos crescendo e desejando que a “história do impossível” da Boa Safra inspire outros empresários do agronegócio a chegar à bolsa e fortalecer o setor. Acredito que o agronegócio brasileiro conta com diversas empresas excelentes e inovadoras, com grande potencial para ingressar no mercado de capitais. E o investidor deseja cada vez mais aplicar recursos no agronegócio. O meu desejo é ver a B3 refletir essa tendência, com maior representatividade do setor que tanto nos orgulha e fortalece a economia do país. Juntos, podemos construir um futuro onde a bolsa de valores tenha um perfil ainda mais conectado às raízes e potencialidades do Brasil. Meu sincero desejo é que a história da Boa Safra seja apenas o começo dessa transformação.

Marino Colpo, é cofundador e CEO da Boa Safra.

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