6 de janeiro de 2022

Suino e os impactos dos indicadores zootécnicos e óleo nas rações

Ao longo dos últimos cinco anos o setor do agronegócio vem se destacando nos principais meios de comunicação, sejam pelas oportunidades ou pelos desafios. Dentre os principais acontecimentos estão: tensão no relacionamento entre EUA e China, peste suína na China, clima e seus desafios na produção de alimentos. Dentro deste cenário, o Brasil vem ganhando mercado batendo recordes nas exportações de grãos e alimentos, com destaque ao setor de carnes. Neste contexto, a suinocultura brasileira vem conseguindo se manter apesar dos elevados custos de produção, uma vez que os estoques mundiais de grãos não conseguiram se estabilizar neste mesmo período fazendo com que o custo de produção das carnes aumentasse significativamente.

Na suinocultura o principal custo segue voltado à alimentação, onde nesses últimos anos este indicador passou dos patamares de 65% e chegou a atingir até 80% do custo do setor.  Assim, a nutrição que já vinha sendo cobrada na otimização dos desempenhos, passou a ser ainda mais primordial na busca de oportunidades, produtos, alternativas para minimizar custos e manter os resultados. Assunto este que nos remete aos longos debates travados entre produtores e profissionais na busca por respostas para definir se é melhor ter custo de ração baixo e desempenhos piores ou custos altos com desempenhos melhores. Contudo, não havendo oportunidades de custos baixos e nem abundância de matérias primas, nos resta sermos eficientes atuando em todas as frentes.

Atualmente, o setor tem evoluído consideravelmente na questão de manejo, biosseguridade, tecnologias de equipamentos, instalações, genética e nutrição animal na busca da melhoria contínua dos indicadores zootécnicos. Essas demandas, vem ao encontro da realidade atual de custos da produção da carne onde necessariamente precisamos ser mais eficientes em resultados para manter o setor competitivo. Dentro da nutrição, apesar do momento apontar uma certa dificuldade em volumes e qualidade de matérias primas, o cenário custo está sendo o principal desafio. Neste sentido, estratégias podem ser tomadas na busca de um ponto de equilíbrio para responder até onde uma matéria prima está sendo viável ao contribuir na melhoria de um indicador zootécnico.

Além do milho e farelo de soja que são as principais matérias primas utilizadas na formulação de rações no Brasil, o óleo de soja também é muito utilizado e seu valor acompanhou a tendência dos demais insumos. Contribuindo com diversas finalidades: palatabilidade, concentração dos níveis de energia, melhoria da conversão alimentar (CA), diminuição do consumo de energia na peletização, o óleo de soja saiu de preços que giravam em média de R$ 3,00/Kg e chegou a um custo médio de R$ 7,00/Kg. Fato este que levou a vários questionamentos da real necessidade de seu uso e se o retorno do seu investimento está sendo positivo ou negativo. De maneira geral, sabe-se que o uso de óleo na proporção de 2,5% na tonelada de ração de terminação pode melhorar a CA em média 5%. Portanto, uma realidade de CA em 2,300:1 passaria para CA de 2,180:1. Sendo assim, o consumo total de ração nesta fase será menor, porém, deve ser levado em consideração o custo da inclusão desse óleo. Na figura abaixo temos 3 cenários de custos em ração por animal na terminação.

Cenário Óleo de soja (kg) GPP (Kg) CA Consumo (kg) Custo ração (kg) Custo com ração
1 3,00 reais 100 2,180 218 2,18 R$ 475,24
2 7,00 reais 100 2,180 218 2,24 R$ 488,32
3 Sem uso de óleo 100 2,300 230 2,10 R$ 483,00

GPP = ganho de peso no período; CA = conversão alimentar

No primeiro cenário temos uma viabilidade com uso do óleo a preços de R$ 3,00/Kg, pois, temos a melhoria na CA que a torna viável quando comparado com o custo final do cenário 3 (sem uso de óleo) onde o custo é menor, porém necessariamente teremos um consumo maior pelo animal para alcançar o mesmo peso no período. Já no cenário 2, que simula o custo do óleo nos dias atuais, podemos perceber que apesar da melhoria em CA seguir existindo, o custo da ração aumenta em média R$ 140,00/Ton. Assim, quando levamos em consideração o custo final com ração, o cenário 3 (sem uso de óleo) mostra uma economia de R$ 5,00 por animal mesmo com uma pior conversão alimentar. Frente a esta realidade, além de estudarmos a possibilidade de reduzir indicadores para manter uma receita maior, entra em destaque a possibilidade de se trabalhar com produtos energéticos como o SUIENERGY 50 da VACCINAR em substituição ao óleo de soja. Sabendo que cada realidade apresenta variáveis únicas, sejam elas em estrutura, compras, logística e outras, o fato é que: sempre existem alternativas para o melhor resultado financeiro e as análises de viabilidade técnico-econômica devem ser constantes.

 

William Rui Wesendonck é Assessor Técnico Suínos, Zootecnista com Mestrado em Nutrição e Pós-Graduado em Sanidade Suína. Vaccinar Nutrição e Saúde Animal.

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