Por Marcelo Bailoni Marra, consultor de logística da MPrado
As mudanças estruturais por que a distribuição de insumos agrícolas passa nesse momento no Brasil (internacionalização, fundos investindo no setor, fusões de indústrias de defensivos, tradings e agroindústrias participando do negócio, entre outras), em conjunto com a chegada de empresas de prestação de serviços de Big Data para dar suporte às decisões estratégicas, à gestão, ao desempenho de profissionais e ao relacionamento com clientes, trazem a necessidade de uma mão de obra muito mais qualificada para trabalhar na atividade.
Tais fatores exigirão o suporte de uma área de humanas, que promova o comprometimento dos profissionais, o alinhamento de propósitos da organização, os planos de meritocracia e, principalmente, a construção de uma sólida cultura organizacional voltada para a competitividade do distribuidor desses novos tempos. Com isso, cada vez mais a área de Recursos Humanos se tornará um pilar de extrema importância para o sucesso do empreendimento. Consequentemente, serão as pessoas que farão a diferença nas organizações.
Esse contexto exige que os líderes da distribuição comecem a dedicar um peso e um tempo maiores a essa área porque a atração, o desenvolvimento e a retenção de talentos serão vitais para a perpetuidade do negócio.
A seleção de profissionais bem preparados para essa nova realidade exigirá uma profissionalização mais intensa do processo de recrutamento. É muito importante que o distribuidor atraia profissionais que tenham ambição, alto índice de energia e preparo intelectual para contribuírem com os líderes na geração de resultados.
Da mesma forma que é relevante dedicar tempo ao relacionamento com clientes e fornecedores, é indispensável que um líder trabalhe forte no desenvolvimento dos seus talentos. Em pesquisas recentes realizadas junto ao segmento, observou-se que os funcionários sentem que 80% de seus gestores não se preocupam com a sua evolução. É necessário que se possa reverter essa imagem pois, quando líderes se voltam para o desenvolvimento da carreira e da evolução profissional de seus subordinados, os resultados são muito superiores.
Quando isso acontece, os funcionários se sentem valorizados pela organização e, dessa forma, o seu comprometimento e alinhamento com o propósito da empresa se tornam muito maiores.
A retenção dos melhores profissionais também é uma preocupação que todo líder de distribuição deve ter. Para isso, é preciso criar mecanismos que possam vincular essa parceria de capital e trabalho de forma duradoura. Isso pode ser obtido através de um plano de meritocracia, programas de capacitação e desenvolvimento profissional e benefícios. Cada empresa precisa desenvolver esses mecanismos de acordo com as suas possibilidades e a cultura organizacional.
A área de humanas no distribuidor também tem o grande desafio de capacitar a equipe de profissionais para que estes alcancem altos índices de produtividade e desempenho. Para isso, a empresa precisa criar um modelo de feedback contínuo e on-line, a fim de que superiores , colegas de trabalho, clientes e fornecedores possam dar informações que permitam que o profissional venha a aperfeiçoar o seu desempenho de forma contínua.
A área de gestão de pessoas precisa construir um sólido programa de desenvolvimento individual e coletivo para a equipe, em que os pontos fortes de cada profissional devem ser potencializados através de capacitações presenciais e por ensino à
distância, fazendo com que as suas virtudes evoluam e, ao mesmo tempo, ele possa corrigir as carências e as deficiências observadas.
Este conjunto de ações dará ao distribuidor uma estrutura sólida de profissionais, alinhados e preparados para o mercado mais competitivo que virá por aí.08