17 de outubro de 2022

O que o futuro reserva para os tokens superestruturados?

Quem já foi impactado pela expressão tokenização provavelmente a viu em sua forma completa, com o termo tokenização das coisas. O que a grande maioria das pessoas certamente não viu é a explicação de qual “coisa” estamos falando aqui. Não é coincidência a ausência de especificação. Afinal, esse processo nasce da renovação que a tecnologia blockchain traz para os tempos atuais. Hoje, é possível levar para o ambiente digital vários ativos e bens do mundo real. Assim, não é um movimento restrito a um outro mercado (ou a uma ou outra coisa), mas atende literalmente a todas as coisas. Em um futuro próximo, tudo o que possui valor poderá ser tokenizado: casa, automóvel e até animais.  

Diversas pesquisas comprovam esse mercado em expansão. Projeção da consultoria MarketsandMarkets, por exemplo, mostra que a tokenização movimentou US$ 2,3 bilhões em 2021 e deve chegar a US$ 5,6 bilhões em 2026, um crescimento médio anual de 19% no período. Entre os motivos listados para esse crescimento estão justamente a popularização de pagamentos e transações sem contato e a maior busca por tokens entre consumidores e empresas. Setores como varejo já começam a perceber as vantagens desse processo, enquanto outros ainda têm uma demanda reprimida. Atualmente, o tipo de tokenização mais comum é justamente a de recebíveis. Ou seja, a empresa ou pessoa transforma um valor ou bem que tem a receber em tokens para gerar liquidez, e o investidor se beneficia de uma taxa de desconto do recebível futuro, que o dono do ativo ira dispor como lucro da operação.  

É o que se vê no mercado de investimentos como um todo, em que fundos tokenizam diferentes ativos em troca de uma quantia financeira. Ou então no mercado imobiliário, com a utilização de tokens para gerar novas modalidades de negócios dentro do ecossistema. Entretanto, é um erro pensar que o processo de tokenização se limita a isso. Na verdade, é uma pequena fração do que é possível fazer. A ideia é que, num futuro bem próximo, seja possível tokenizar outras coisas além dos recebíveis – de fato, já há empresas que ultrapassaram essa onda com a oferta dos tokens superestruturados. Nada mais são do que soluções que permitem ao dono do ativo criar seu próprio token em diferentes modalidades – o que impacta tanto o mercado primário quanto o secundário.  

Pense, por exemplo, no agronegócio. Hoje, um dos principais recursos de financiamento do setor é a Cédula de Produto Rural (CPR), uma espécie de entrega futura de determinado bem, como a criação de gado. Na lógica dos recebíveis, a tokenização seria em cima da emissão desses títulos. Mas por que não tokenizar o próprio gado? Essa medida elimina intermediários, proporcionando mais agilidade nos negócios. Evidentemente há desafios nesse modelo. Tokenizar um título de crédito pode ser algo mais simples do que um boi, o que inclui questões como custódia física, rastreabilidade de cada unidade, controle da cadeia de venda, representação jurídica, entre outras situações. O tempo que o processo de tokenização leva também não vai acompanhar sempre a necessidade de cada proprietário. O desenvolvimento de um token superestruturado chega a ser dez vezes mais demorado que um token estruturado, que é facilmente lançado ao mercado em poucos dias dependendo do perfil do ativo. Em casos mais complexos, esse prazo pode chegar a um ano, por exemplo.  

Porém, isso não quer dizer que, enquanto esse token está sendo estruturado (o que exige grande regulamentação jurídica e tecnológica), não pode atuar no mercado. Pelo contrário, a maioria dos projetos tem etapas rápidas de lançamentos de tokens iniciais que posteriormente irão incorporar o projeto de forma mais ampla. Uma espécie de soft opening, por assim dizer. Dessa forma, é possível construir continuamente uma relação de interesse do ativo com o mercado e os potenciais usuários. Da mesma forma que o e-commerce se consolidou como um canal de vendas para todos os setores, a tokenização vai atingir o mesmo status rapidamente. Não só porque já existem diversos projetos por aí, mas justamente pelas possibilidades e vantagens que oferece tanto para as pessoas quanto para as organizações. O futuro já está a nossa frente. O que faremos diante dele é o que vai determinar o sucesso, ou não, de nossa adaptação a essa nova forma de fazer negócios e girar o mundo.  

Cássio Krupinsk é CEO da BlockBR, fintech de digital assets marketplace e investimentos.

Sobre a BlockBR
A BlockBR é uma fintech especializada em tokenização e investimentos em ativos digitais que nasceu com a cultura e a mentalidade da Web 3.0. Sua missão é buscar a relação direta com seus clientes, com máxima eficiência e conformidade no setor. Dessa forma, a empresa aposta na descentralização, velocidade, veracidade e imutabilidade de dados para diminuir custos e garantir mais eficiência sem intermediários nos processos financeiros. Com uma equipe multidisciplinar fundamentada nas áreas jurídica, financeira, comercial e tecnológica, a BlockBR não quer apenas digitalizar ativos financeiros, mas também transformar ativos físicos em negócios inovadores e rentáveis por meio de tokens. O objetivo é criar produtos financeiros para o mercado de forma descentralizada, aumentando a liquidez e democratizando a oferta. A BlockBR tokeniza de ponta a ponta, desde simples negócios para captações ou recebíveis até produtos superestruturados para ofertas no mercado secundário no Brasil, na Suíça e nos Emirados Árabes. Para mais informações, acesse: www.blockbr.com.br  

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