O avanço da pecuária no Brasil é um fenômeno cada vez mais consolidado e que tem exigido recursos para aumentar tanto a produtividade quanto a eficiência na alimentação dos animais. Em 2024, a produção nacional de carne bovina alcançou 10,91 milhões de toneladas, sendo 3,78 milhões de toneladas destinadas à exportação, conforme os dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Tais números expressivos reforçam a importância da otimização no manejo dos animais e na gestão eficiente das fazendas.
A criação de gado em pastagem é uma modalidade predominante no território nacional, porém, a pecuária de confinamento, e semiconfinamento, tem ganhado espaço no fornecimento do gado de corte – um mercado crescente que visa aumentar a produtividade em menores extensões de terra. E produzir e armazenar alimentos de alta qualidade para o gado é um desafio importante na hora de conquistar bons resultados.
Além disso, a boa colheita e a ensilagem (conservação da forragem) influenciam diretamente na composição e no valor nutricional da silagem final (o alimento produzido pela fermentação das plantas forrageiras, como milho e sorgo) – o que, por sua vez, impacta na produtividade do rebanho. Outro ponto importante é que existem vários métodos de armazenamento, sendo fundamental haver foco na flexibilidade da estocagem e no manejo do alimento destinado aos rebanhos. E, entre as opções disponíveis, estão: silos verticais, silos trincheira (estruturas montadas no chão) e silos bolsas.
O destaque no armazenamento – O silo bolsa de polietileno chama atenção neste cenário. E não somente por conseguir um armazenamento de excelência, de modo a substituir os tradicionais silos de alvenaria ou metal, oferecendo praticidade, conservação prolongada e menor custo operacional. A estrutura flexível e hermética permite também o armazenamento de grandes volumes com baixa perda de matéria seca, além da preservação dos valores nutricionais da silagem por até 12 meses. Tal característica é especialmente importante durante o período de seca, quando a pastagem perde vigor e a silagem se torna vital para a manutenção da produtividade do rebanho.
O silo bolsa se destaca ainda pelo baixo custo de implantação, pois não exige obras ou infraestrutura fixa para ser utilizado. E é um recurso com rápida instalação, que permite separar os alimentos em lotes, o que facilita o controle de qualidade e a gestão da alimentação dos animais. Outro ponto vantajoso é que se trata de um material totalmente reciclável: após a utilização do equipamento, o agricultor pode vendê-lo para a reciclagem e reaver até 20% do valor investido.
Vantagem comprovada – A Braskem, petroquímica global que desenvolve soluções sustentáveis da química e do plástico para melhorar a vida das pessoas, e a Pacifil Brasil, empresa que produz silos bolsas no Brasil, fizeram estudos técnicos sobre a perda média de silagem, quando a armazenagem acontece nos silos trincheira, e o resultado foi de 23%. Porém, quando existe o uso do silo bolsa de polietileno, o número cai para, no máximo, 7% de perdas. Tal realidade representa um forte ganho de produtividade aos produtores: algo equivalente a 16 hectares economizados a cada 100 plantados com milho — e um impacto direto de até 15% a mais de lucro para o produtor.
O cenário econômico do país tem exigido cada vez mais eficiência, rastreabilidade e compromisso ambiental da agropecuária. E o silo bolsa de polietileno representa não apenas uma inovação, mas um verdadeiro instrumento estratégico no mundo dos negócios. É uma forma inteligente, prática e rentável de otimizar os resultados da pecuária.
Ana Paiva é Líder de Segmento de Plasticultura na Braskem.