O papel dos fertilizantes para o êxito da Aliança Global contra a Fome e a Miséria

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Os fertilizantes agrícolas desempenham missão expressiva na viabilização da Aliança Global contra a Fome e a Miséria, proposta pelo Brasil na Cúpula do G20, no Rio de Janeiro. Esses insumos são fundamentais para aumentar a produtividade das lavouras, o que, consequentemente, eleva a produção de alimentos e contribui para a sustentabilidade do agronegócio.

A estimativa do mercado mundial de fertilizantes em 2024 é de um valor de aproximadamente US$ 384 bilhões, com crescimento anual de 5,93%, alcançando cerca de US$ 543 bilhões até 2030, segundo a Mordor Intelligence, empresa global de pesquisa e consultoria. Os dados são importantes para o Brasil, pois nosso país é um dos quatro maiores consumidores desses insumos e protagonista na produção e abastecimento de commodities agrícolas e alimentos.

A utilização correta de adubos permite que as lavouras recebam os nutrientes essenciais para seu crescimento saudável e vigoroso. Elementos como nitrogênio, fósforo e potássio são indispensáveis para o desenvolvimento das culturas, e sua aplicação adequada resulta em colheitas mais abundantes e de melhor qualidade. Isso é especialmente importante em um cenário global onde a demanda por alimentos está em constante crescimento devido ao aumento populacional e no qual, segundo a ONU, mais de 800 milhões de pessoas enfrentaram a fome em 2023, problema que vem se agravando nos últimos anos.

Além de aumentar a produtividade, os fertilizantes contribuem para a sustentabilidade do setor agrícola. Sua aplicação certa melhora a eficiência no uso da terra, permitindo que os agricultores obtenham maiores rendimentos em áreas menores. Isso ajuda a preservar ecossistemas naturais e a reduzir a pressão sobre novas áreas de cultivo, promovendo práticas agrícolas mais sustentáveis.

No entanto, o setor de fertilizantes no Brasil enfrenta desafios que precisam ser superados para garantir o abastecimento contínuo e eficiente do agro. Dentre as dificuldades estão a dependência de importações, a volatilidade dos preços internacionais e a necessidade de investimentos em infraestrutura logística para a distribuição dos produtos.

Apesar dos problemas, agravados pelas dificuldades de produção, importação e logística inerentes ao complexo cenário geopolítico internacional, a Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA) e as empresas do segmento têm desempenhado papel importante nesse contexto. Seu trabalho vem assegurando que os agricultores brasileiros tenham acesso contínuo aos insumos necessários para manter a produtividade de suas lavouras. No acumulado de janeiro a agosto, foram 28,03 milhões de toneladas, volume mais do que suficiente para atender às demandas do mercado no período.

A ANDA tem se empenhado em sugerir e apoiar políticas públicas, como o Plano Nacional de Fertilizantes (PNF), que favoreçam a produção, o desembaraço aduaneiro e a distribuição. Também incentiva a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias capazes de aumentar a eficiência no uso desses insumos. Tais esforços são essenciais para garantir que o setor agrícola brasileiro continue crescendo de modo sustentável, contribuindo para a segurança alimentar e a viabilização da Aliança Global contra a Fome e a Miséria.

 

Eduardo Monteiro é presidente da Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA).

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