O governo britânico soltou neste mês uma análise sobre a guerra na Ucrânia e afirmou que é a primeira vez, desde o início da guerra, em que as forças russas não conseguiram avançar e tomar território das forças ucranianas. Assim, ao chegar aos seis meses de conflito, ao que tudo indica, a guerra vai entrar em fase de estagnação. Segundo Gunther Rudzit, professor de Relações Internacionais da ESPM, as forças russas parecem ter chegado ao limite da capacidade de tomar mais territórios. “Os novos equipamentos ocidentais, em especial o sistema de artilharia de longa distância americana HIMARS (High Mobility Artillery Rocket System), de alta precisão, tem causado grande estrago em depósitos e estradas de ferro utilizados pelos russos. Os ucranianos estão conseguindo interromper o fluxo logístico deles”.
Para o especialista, o que se deve esperar para os próximos seis meses, no mínimo, é uma guerra de atrito, como foi a frente ocidental da primeira guerra mundial. E quem mais vai sofrer com isto são os civis ucranianos, já que o inverno se aproxima, e a infraestrutura elétrica e de gás foi danificada. Isso pode levar milhares, senão milhões, a passar frio congelante, literalmente. “Por isto que Kyiv deve começar uma campanha de remoção dessa população em breve. As perspectivas não são nada boas para os próximos meses ou até mesmo no próximo ano para os ucranianos”, afirma.
Gunther Rudzit é professor de Relações Internacionais da ESPM e coordenador do Núcleo de Estudos e Negócios em Oriente Médio (NENOM/ESPM).
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