27 de setembro de 2022

O agro precisa de crédito e o setor de consórcio pode ajudar

O aumento de 29% do volume de recursos destinados a investimentos do Plano Safra 2022/23 trouxe algum alívio para o produtor rural brasileiro. A quantia, no entanto, pode não resolver por completo a demanda do agronegócio, cuja sustentabilidade e rentabilidade estão cada vez mais relacionadas ao uso de novas tecnologias. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), 50% do parque industrial agrícola brasileiro tem mais de dez anos de uso e precisa ser renovado e modernizado. Encontrar alternativas que combinadas garantam crédito ao produtor brasileiro é uma necessidade.

Mesmo com um volume maior de recursos subsidiados para investimentos, é preciso dar ao setor garantias de que os problemas de suspensões temporárias de linhas de financiamento, como as ocorridos no Plano Safra 2021/22, não se repetirão. Um setor que responde por mais de 27% do Produto Interno Bruto do país não pode ficar à mercê dessas idas e vindas. Outro ponto de atenção são as taxas de juros. Os sucessivos aumentos da taxa Selic – hoje em 13,75% – encareceram alguns tipos de financiamento, restringindo ainda mais o acesso ao crédito pelo setor. É nesse contexto que o consórcio, sem juros e livre de flutuações de mercado, tem se mostrado um aliado do agro.  

Dados da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC) mostram que as vendas de novas cotas no segmento de pesados – que inclui máquinas e implementos agrícolas e também caminhões e implementos rodoviários, essenciais para o escoamento da produção – cresceram mais de 50% de janeiro a agosto, na comparação com o mesmo período do ano passado. Já o volume de créditos comercializados aumentou 12,5% nos oito primeiros meses do ano, somando mais de R$ 25 bilhões vendidos no período.

Estudo feito pela entidade, em maio, sobre o uso do consórcio para máquinas agrícolas revela que quase 88% dos contemplados utilizaram os créditos para a aquisição de tratores e mais de 66% preferiram comprar modelos novos. A inovação tecnológica – desde o melhoramento de sementes até a mecanização de colheitas – foi essencial para o agronegócio brasileiro chegar à potência que é hoje. Não existe crescimento sem investimento e para que o agronegócio, em especial a agricultura familiar, siga forte, precisa de crédito.

E o potencial do consórcio é ainda maior e vai além segmento de pesados. A versatilidade da modalidade permite que o agronegócio se utilize também de cotas de imóveis para a compra de terras e para a construção ou reforma de sedes de fazendas, por exemplo. Isso sem contar as possibilidades de utilização da modalidade até mesmo para manutenção de maquinário, por meio do consórcio de serviços. Já é hora de aproveitar melhor o consórcio para contribuir para fortalecimento do agronegócio

Tatiana Schuchovsky Reichmann é CEO da Ademicon.  

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