24 de novembro de 2023

Novo ciclo do Agronegócio passa também pela comunicação

As últimas quatro décadas foram marcadas por uma verdadeira revolução no agronegócio nacional, em que o Brasil deixou de ser importador para se tornar um dos maiores produtores e exportadores de alimentos do mundo. Essa situação mudou quando homens e mulheres, os nossos produtores rurais perseveraram no campo e, com a ajuda de pesquisadores e indústrias que investiram em inovação e em novas tecnologias, mudaram a realidade do setor agropecuário do país. Vale destacar o trabalho das federações de agricultura, dentre elas a FAESP, bem como as unidades do SENAR e os sindicatos rurais em todo o País. O resultado dessa transformação se reflete em autossuficiência e avanços significativos em boas práticas e na sustentabilidade aplicadas no campo. Aprendemos a produzir muito mais em áreas menores, alimentamos nossa nação e somos uma potência nas exportações.

Atualmente, vendemos nossos produtos agrícolas para cerca de 200 países e conquistamos posições de liderança em diversas atividades da agropecuária em todo o mundo. Lideramos as exportações globais de soja, milho, açúcar, café, suco de laranja e carnes bovina e de frango. Além de serem fundamentais para as economias de boa parte dos estados e do País como um todo, esses produtos permitiram que o saldo da balança comercial brasileira fosse positivo nos últimos anos. Definitivamente, hoje somos o País do Agro.

Mas como o Agro se comunica com a sociedade?
O problema da comunicação do agro já se tornou sistêmico e de longa data e é conhecido por todos que atuam na cadeia produtiva. Sabemos que a comunicação não teve a mesma atenção e dedicação que a produção e, por isso, o agro nacional ainda necessita consolidar efetivamente sua imagem positiva. Já avançamos e prova disso são os diversos veículos de imprensa segmentados dedicados integralmente a conteúdos voltados para a agropecuária e que são extremamente importantes para o setor. Mas ainda falamos apenas da “porteira para dentro”, quando precisamos contar nossa história para fora, em nível mundial e, principalmente, para a população urbana. Só assim vamos conter a enxurrada de mitos com que o setor convive para deixar de sermos reféns de ataques sem fundamentos que recebemos daqui e do exterior.

O Agro precisa contar mais sua história. Como uma das atividades econômicas mais importantes do Brasil, não podemos deixar que a imagem do agronegócio nacional, tanto doméstica quanto internacionalmente, fique exposta a múltiplas interpretações, muitas delas mal-intencionadas, para prejudicar injustamente o setor. Este ano uma campanha de mídia do SENAR veiculada também na televisão exerceu um importante papel ao mostrar o trabalho que produtores rurais realizam cotidianamente para levar alimento à mesa dos brasileiros. É inadmissível que o nosso agro seja bombardeado pela mídia com Fake News sobre o setor. Precisamos também estimular a empatia da população pelos heróis sem capa que trabalham no campo provendo o nosso alimento e matérias-primas para as indústrias e fazendo do setor a locomotiva da nossa economia.

Como missão para 2024 fica a necessidade de termos o espírito de cooperativismo, de ajuda mútua, com um único objetivo: tornar o agro ainda mais admirado, valorizando as famílias do campo e sua importância para o desenvolvimento do Brasil.

Tirso Meirelles é Vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (FAESP)

Canal AgroRevenda

 

Papo de Prateleira

 

Newsletter

Receba nossa newsletter semanalmente. Cadastre-se gratuitamente.