30 de outubro de 2017

Novas Tecnologias, Startups e Oportunidades para Revendas

Por Matheus Alberto Cônsoli

Se você abrir o seu Facebook ou digitar em buscadores na internet qualquer coisa relacionada a gestão agrícola, tecnologia agrícola e inovações…. vai descobrir uma boa quantidade de novas soluções, que estão cada vez mais disponíveis (e baratas) para o produtor.

Assim, para as empresas de insumos, as revendas e os agentes do mercado, é importante reconhecer que a “invasão” de novas tecnologias e modelos de negócios veio para ficar. Novas aplicações e soluções têm surgido, muitas dessas via empresas startups com serviços informacionais, softwares de gestão/técnicos, aplicativos de negócios, marketplaces, redes de negócios, economia compartilhada, além de novos produtos físicos, como bioestimulantes, controle biológico de pragas, equipamentos, drones etc. Em termos de serviços ao produtor, um processo de “uberização”, com modelos de negócios disruptivos para compras conjuntas, compartilhamento de equipamentos e estrutura, também parece estar a caminho do agronegócio.

O que se vê é que, às vezes, muitas dessas novas empresas esbarram no acesso ao mercado, e é aqui que reside uma oportunidade para as revendas. Muitas dessas startups, ao invés de competir com o negócio da revenda, podem complementá-los e apoiar o desenvolvimento de serviços e estratégias de diferenciação. Se assumirmos como premissa que os produtores cada vez mais adotarão essas tecnologias, eles comprarão de alguém! E por que não de revendas e cooperativas?

Como os distribuidores de insumos têm uma ampla rede de contato com produtores, estes serão naturalmente importantes canais de distribuição também dessas tecnologias e serviços.

Ademais, alguns “produtos” para o agricultor podem não ter o agricultor como comprador-pagador, mas uma rede complementar. Imagino quantas empresas e organizações não pagariam para ter acesso a informações técnicas, de produtos, clima, risco etc., que envolvem o produtor. Distribuidores, indústrias, consultores, governo, seguradoras, bancos e empresas de logística, dentre outros, podem viabilizar os modelos de negócio pagando por acesso a informações que os produtores usarão. Por que não?

Se as revendas procurarem e avaliarem com foco em negócios, poderão, inclusive, atuar como investidores! Como várias dessas startups possuem empreendedores técnicos muito focados em tecnologia, produto ou plataforma, muita energia e investimento é realizado para essa fase de desenvolvimento do negócio, mas pouco na estratégia do negócio, na seleção de mercados-alvos e em diferenciação e go to market. Os negócios podem ser novos, mas continuam sendo negócios e precisarão de estratégia, de esforços de marketing e de vendas para o seu posicionamento e a sua competitividade por meio de uma gestão eficiente.

Aqui reside uma oportunidade de integração entre as empresas de distribuição e essas novas tecnologias e negócios para a geração e a entrega de valor e oferta de soluções (produtos + serviços) de maneira integrada. Com isso, potenciais parcerias de negócios com empresas “tradicionais”, indústrias de insumos, distribuidores, profissionais (consultores, recomendantes etc.) que, atualmente, estejam no mercado de atuação dessas startups, podem ser uma excelente rota de acesso ao mercado tão sonhado! Pensem nisso e bons negócios.

 

Sobre o autor:

Matheus Albeto Cônsoli

Especialista em Estratégias de Negócios, Gestão de Cadeias de Suprimentos, Distribuição e Marketing, Vendas e Avaliação de Investimentos. Doutor pela EESC/USP. Mestre em Administração pela FEA/USP. Administrador de Empresas pela FEA-RP/USP. Professor de MBA’s na FUNDACE, FIA, FAAP, PECEGE/ESALQ, entre outros. E-mail: consoli@markestrat.com.br

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