13 de dezembro de 2015

Mudanças climáticas e o agronegócio

Por Mariana Peetz Wedekin

No último dia 05, o Diretor Executivo da Abag (Associação Brasileira do Agronegócio), Luiz Cornacchioni, publicou na coluna “Opinião” do Estadão um artigo a respeito das mudanças climáticas, dos compromissos assumidos pelo Brasil na COP-21 – a Conferência das Partes das Nações Unidas para Mudanças Climáticas, que vem ocorrendo em Paris desde a semana passada – e a relação dos mesmos com o agronegócio.

A discussão sobre a redução das emissões dos gases causadores do efeito estufa está na agenda dos mais diversos setores da economia e, neste cenário, o agronegócio brasileiro representa um player importante. O Brasil vem desenvolvendo ao longo dos anos diversas iniciativas para contribuir com o desenvolvimento da agricultura sustentável, desde os programas de Etanol (a partir do Pró-Álcool) e os financiamentos direcionados para Agricultura de Baixo Carbono (Programa ABC), ao novo Código Florestal. Destacam-se também as consultorias de capacitação de produtores rurais para a otimização de processos e melhorias na gestão das propriedades (tanto do ponto de vista ambiental, quanto econômico e social), entre outras.

De acordo com Cornacchioni, quase todas as medidas anunciadas pelo governo brasileiro na COP-21 envolvem o agronegócio: “desde o aumento na participação de biocombustíveis e outras formas de bioenergia na matriz energética, passando pelo reflorestamento e restauração florestal, até o avanço da agropecuária de baixo carbono, com a recuperação de pastagens degradadas e a ampla adoção da integração lavoura-pecuária-floresta (iLFP). Outra ação anunciada pelo Brasil foi o fortalecimento de políticas e medidas visando ao fim do desmatamento ilegal do bioma Amazônia até 2030”.

Em entrevista concedida ao Canal Rural nesta quinta-feira (10), no programa MomentoAgro do Brasil, o diretor executivo da Abag menciona também a relevância das diretrizes elaboradas pela “Coalizão Brasil”, uma junção entre o setor privado e ONGs para contribuir com o avanço da agricultura sustentável. Além disso, a questão financeira – “quem vai pagar a conta?” – aparece como um ponto fundamental a ser discutido para a implementação dos compromissos que estão em negociação pelos mais diversos países na Conferência de Paris.

Muitos são os desafios a serem estudados e dialogados, especialmente no que diz respeito ao balanceamento entre segurança alimentar e práticas agropecuárias sustentáveis. Entretanto, existem oportunidades de aprendizado e aprimoramento para o agronegócio brasileiro, que certamente continuará se reinventando, avançando na temática do clima e exercendo papel de suma importância e liderança na economia local e global.

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