Eis a pergunta que não quer calar nos últimos meses. Nas rodas de conversa que participo o tema sempre vem à mesa: a inteligência artificial irá transformar os negócios, ponto. Mas, qual é a velocidade dessa mudança? O que exatamente terá impacto no curto, médio e longo prazo? E, mais do que isso, é possível prever o tempo em que as coisas passarão a ter um novo significado? O Talenses Group e a @AgroVen, comunidade formada por stakeholders do agronegócio, realizaram uma pesquisa, a Monitora Agro, para explorar os impactos, ganhos e desafios que a Inteligência Artificial pode trazer para a realidade do negócio. O estudo foi feito em um encontro de membros do AgroVen, no escritório da @XP e contou com a participação de 35 líderes do setor.
Por meio deste levantamento buscamos entender, principalmente: qual o nível de impacto que a inteligência artificial terá na atuação dos profissionais; os principais ganhos nos negócios do setor do Agronegócio e, quais os maiores desafios do setor para a utilização da inteligência artificial no dia a dia da gestão. Não é de se espantar que 63% dos executivos(as) reconhecem que a IA tem um impacto relevante, gerando vantagem competitiva para as empresas, enquanto 20% acreditam que a IA tem um caráter transformador, ou seja, empresas que não fizerem uso dessas tecnologias não terão condições de competir.
A inteligência artificial já está sendo utilizada para otimizar diversas operações agrícolas. Desde a semeadura até a colheita, algoritmos avançados analisam dados em tempo real para tomar decisões mais precisas e eficazes. Isso resulta em uma utilização mais eficiente de recursos como água, fertilizantes, pesticidas/herbicidas, dentre outros. Além disso, as ferramentas de IA são capazes de monitorar culturas e gado de forma contínua, detectando precocemente doenças, pragas e outras ameaças, fornecendo informações críticas que ajudam os agricultores a tomarem medidas preventivas.
A pesquisa mostra que 52% dos agricultores acreditam que a adoção dessas tecnologias pode gerar um aumento significativo na produtividade e na qualidade das culturas. Ao mesmo tempo que 23% reconhecem que a redução de custos operacionais, o uso mais eficiente dos recursos, suporte ao planejamento e tomada de decisão são benefícios tangíveis que incentivam a adoção da IA no setor agrícola.
Apesar dos benefícios, sua implementação no agronegócio enfrenta desafios relacionados ao custo inicial de adoção, a necessidade de infraestrutura tecnológica e a própria resistência a adoção dos agricultores, mas os executivos entendem que o maior desafio para a utilização da IA no dia a dia da gestão no Agro está na formação e qualificação dos profissionais do setor. O futuro da IA na agricultura parece promissor. A pesquisa “Monitora AGRO” destaca seu enorme potencial para transformar o agronegócio. Com a capacidade de melhorar a eficiência, produtividade e sustentabilidade, a IA está pronta para redefinir as práticas agrícolas, oferecendo soluções inovadoras para os desafios do setor.
A provocação que fica é: como profissionais da área podem se preparar melhor para o que vem pela frente? Inteligência Artificial é, sem dúvida, um propulsor de muita inovação, mas que ainda precisa de um ser humano capaz de dar a direção certa e, se necessário, corrigir sua rota.
Alexandre Benedetti é Diretor Geral da Talenses e Cofundador do Talenses Group.