O mundo corporativo abraçou o termo compliance ambiental. Esse conceito em alta envolve uma série de temas e práticas. Você conhece os diferentes grupos de Unidade de Conservação (UC) no Brasil? Está por dentro dos riscos de extinção da fauna e flora em virtude do desmatamento? Acompanhou os desdobramentos da COP-27? São muitos assuntos e novidades a todo momento, que vão desde o nível local até o global. Acompanhar a rapidez com que esses temas avançam exige expertise sobre o mercado, a cadeia agrícola, a legislação e uma série de áreas, afinal, o ambiente envolve todos os setores, direta ou indiretamente.
Qual a importância de distinguir as UCs, por exemplo? Há dois grupos que se diferem, grosso modo, quanto à presença de moradores em suas áreas. As UC de Proteção Integral são territórios demarcados por órgãos públicos, destinados à preservação da natureza e redução da interferência humana. Mas há muitas áreas com recursos naturais que são territórios de populações tradicionais. Por isso, existem as UCs de Uso Sustentável, que compatibilizam a conservação da natureza e o uso sustentável dos recursos naturais. Essas UCs visam proteger não só o território, mas também os meios de vida dessas populações. No Brasil, a maior parte das UCs está nos biomas Amazônia (77%) e Cerrado (11%), os maiores no país que 
sofrem diferentes pressões em suas áreas naturais.
Então, negociar com uma fazenda dentro de uma UC de Proteção Integral implica em negociar com uma área de invasão. Já uma fazenda dentro de uma UC de Uso Sustentável pode fazer parte dos modos de vida das populações tradicionais, que têm pequenas áreas de cultivo. Esses são apenas alguns dos assuntos tratados dentro da miríade de compliance ambiental. Conhecer a cadeia em que seu negócio está inserido é um compromisso que deve ser atrelado a ações. O monitoramento da cadeia agrícola é uma das garantias de que sua empresa não negocia com fornecedores que não estão em dia com os compromissos ambientais. Essa questão tem sido frequentemente discutida em conjunto com os compromissos públicos por parte do setor privado, tal como a Moratória da Soja, que tem o propósito de eliminar o desmatamento da cadeia de produção de soja. Todavia, na safra 2020/21, a área de soja em desacordo foi de 147.112 hectares, gerando riscos socioambientais para toda a cadeia.
Monitorar as cadeias agrícolas é decisivo para reduzir tais riscos. Sobretudo, as estratégias criadas a partir do monitoramento serão essenciais para que as metas e compromissos de desmatamento zero possam ser alcançados. E trazem benefícios não só para o meio ambiente, mas também para sua empresa. Riscos socioambientais em operações de crédito agrícola podem ser minimizados, quando feita a análise de compliance ambiental das fazendas e produtores. Há no mercado soluções para análise de fazendas quanto à conformidade em termos socioambientais. O Compliance Report, por exemplo, é um documento robusto de análise territorial e documental, elaborado utilizando bases de dados de órgãos ambientais e de governança territorial. Essa análise traz mais segurança à negociação e posiciona estrategicamente a marca entre empresas preocupadas com ESG. Estabelecer essa conduta de monitoramento contribui para aumentar a eficiência do negócio e gera resultados com menor risco e impacto ao meio ambiente.
Paloma Borges é Executiva de Contas da EarthDaily Agro (Foto interna).
Flávia Pacheco é Analista de Suporte ao Cliente da EarthDaily Agro (Foto ao alto).
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